Empresário fica sem falar e andar após covid
Marcelo Reis Batista, 38 anos, contraiu o vírus duas vezes e ficou internado seis meses. Família pede ajuda para manter o tratamento
“Vontade de viver”. É assim que a dona de casa Jackeline Medeiros Reis, de 56 anos, define a luta do filho, o empresário Marcelo Reis Batista, 38, após o rapaz ter covid-19 pela segunda vez e ficar sem andar e falar.
Segundo a família, em junho de 2021, Marcelo contraiu novamente o coronavírus, após um ano de ter sido infectado, e acabou sofrendo uma parada cardiorrespiratória de 33 minutos, seguido por um acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico e hemorrágico, ocasionando lesões cerebrais graves.
Jackeline e a filha Amanda Reis Batista, 32, iniciaram uma campanha para arrecadar dinheiro para bancar o tratamento de Marcelo.
A dona de casa conta que a família não sabe, inclusive, qual é o nível de consciência e nem se o empresário consegue enxergar. Para cuidar dele, a mãe deixou o emprego e a irmã mudou-se de Cachoeiro de Itapemirim para Vila Velha.
“Ele passou por um hospital particular de Vila Velha e mesmo tendo apenas tosse e cansaço foi transferido para o Hospital Estadual Jayme Santos Neves, na Serra. Ele ficou lá alguns dias e, na véspera de receber alta, recebemos a notícia que ele tinha uma bolha de ar na pleura”, contou a mãe.
“O hospital falou que teria de entubá-lo, mas ele tinha pavor disso. Ninguém do hospital pediu autorização para a gente. Ele relutou muito, e no desespero ele teve a parada cardiorrespiratória e o AVC, que bagunçou com a vida do meu filho e hoje ele está nessa situação”, afirma Jackeline.
De acordo com a família, o empresário ficou mais de seis meses no hospital.
Em tratamento em casa, a família conta que tem uma série de gastos com medicação e fraldas. Para pagar uma cuidadora e outros procedimentos, iniciaram a campanha de arrecadação por Pix e PicPay.
“Estamos nessa campanha para pagar a técnica de enfermagem que ajuda a gente com ele. Mas estamos vendo alguma possibilidade para trabalharmos de casa. Por enquanto, nosso foco é ele”, disse.
A família ainda afirma que não conseguiu realizar uma série de exames pelo plano de saúde, que pode ajudar na evolução de Marcelo, além de terem pedido o home care 24 horas para que o empresário seja assistido em casa.
Hospital diz que deu assistência
Por nota, a direção do Hospital Estadual Jayme Santos Neves informou que o paciente recebeu assistência na unidade por cerca de dois meses.
Disse ainda que o procedimento de intubação orotraqueal é realizado conforme protocolos técnicos e o processo recebe todo cuidado e atenção das equipes.
“Independente da vontade do paciente, salvo em situações específicas, os procedimentos e protocolos assistenciais seguem diretrizes e melhores práticas da medicina”, afirmou a nota.
A direção ressaltou também que a equipe médica esteve presente em todo o seu período de internação, inclusive, no processo de ressuscitação cardiopulmonar.
Já o São Bernardo Saúde informou que o paciente contratou o plano ambulatorial que tem limitação na prestação de serviços.
“Mesmo diante dessa limitação, em respeito ao beneficiário, foi liberado ao paciente atendimento de fisioterapia três vezes na semana, além de médico mensal, enfermeiro a cada 15 dias e fonoaudióloga cinco vezes na semana durante 30 dias”, informou por nota.
A prestadora disse ainda que “esses serviços não estão incluídos no plano ambulatorial, pois são serviços de home care liberados conforme condições contratuais do plano”.
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