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Cidades

Empresária empresta barriga para gerar bebê da amiga no ES

Mariana Guerra se ofereceu para ajudar a enfermeira Débora Caprini, que não pode ter filhos por causa de várias complicações


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Imagem ilustrativa da imagem Empresária empresta barriga para gerar bebê da amiga no ES
William Pinheiro e Débora Caprini vão ser pais com a ajuda de Mariana Guerra, que é casada com Ciro Nunes |  Foto: Kelvin Monteiro/Divulgação

Quase 30 anos de amizade foi primordial para que a empresária Mariana Guerra, de 38 anos, decidisse oferecer a própria barriga para realizar o sonho da enfermeira Débora Caprini, 37, e do empresário William Pinheiro, 36, de serem pais.

A barriga que já gerou Maria Cecília, de 6 anos, e Ana, de 3, agora está gerando a Maria Júlia, que é filha de Débora e William. 

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“Hoje a Maria Júlia cresce aqui, e desejamos que ela seja um exemplo de fé, perseverança e amor. Muitos nos perguntam como isso é possível, e tudo que eu fiz foi emprestar minha barriga para eles”, conta Mariana, que é casada com o empresário Ciro Nunes, 35, que também concordou com o gesto. 

Mariana disse que ver os amigos sofrendo com aquela angústia de não conseguir engravidar foi dolorido. “Engravidei no mesmo mês que assim desejei, então não tive essa angústia de ficar tentando e tentando. Mas doeu muito em mim ver a luta da Débora e do Will. Vendo e vivendo a dor deles, nos colocamos à disposição, e foi tudo leve, tão rápido e abençoado”, descreveu Mariana. 

Maria Júlia está com quatro meses e crescendo saudável. Os ultrassons e todos os exames de rotina que a mamãe com a barriga solidária precisa fazer viram uma verdadeira festa, e o consultório fica lotado com os pais biológicos da Maria Júlia e os responsáveis pela gestação por substituição. 

O bebê que a Mariana está gestando é filho biológico da Débora e do William, com o material genético deles que foi fecundado no laboratório em Vitória e transferidos para o útero de Mariana por meio de uma fertilização in vitro. Os casais moram em Iriri, Anchieta. 

Débora descobriu que não poderia ter filhos após ser diagnosticada com câncer no colo do útero e ter de passar por uma cirurgia de traquelectomia radical, para retirada completa do colo do útero. 

Depois disso, ainda descobriu que tinha endometriose, adenomiose, cisto no ovário direito e trompa direita obstruída. 

“A gestação é um sonho realizado deles, e um sopro de esperança para muitos casais que sofrem com a dor de não conseguir gerar o filho. Infertilidade ainda é um tabu e muitos casais sofrem em silêncio. Por isso, desejamos que essa história chegue como uma luz de esperança para esses casais”, completa.

Débora Caprini: “Me fizeram crer mais em milagres”

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Os pais William e Débora ao lado de Mariana e da médica Camila |  Foto: Caleb Ribeiro

Débora e William planejavam ser pais desde 2016, mas foi durante os exames para engravidar que Débora descobriu um câncer do colo do útero, e depois endometriose, adenomiose, cisto no ovário direito e trompa direita obstruída. Para eles, a notícia mais difícil foi descobrir que não poderiam gerar o bebê.

A Tribuna – Qual foi a notícia mais difícil para vocês?

Débora Caprini – Descobrir que eu não poderia gerar o bebê foi mais triste do que descobrir o câncer. Dói demais e as pessoas não têm noção disso. Passei pela cirurgia de traquelectomia radical, que foi a retirada total do colo do útero por causa do câncer. 

Mesmo depois do câncer vocês tinham esperanças de conseguir?

Após um ano de cirurgia, fui liberada pelos médicos para tentar engravidar, fomos encaminhados então para uma clínica de fertilização in vitro, porque eu tenho ovário e meus óvulos são bons. Mas descobrimos a endometriose, adenomiose, cisto no ovário direito e trompa direita obstruída, e sem o colo do útero o risco seria grande. Era melhor que eu não tentasse. 

E surgiu a ideia de encontrar uma barriga solidária?

As indicações eram de tentar uma barriga solidária ou útero de substituição devido às várias complicações que poderia acontecer comigo e com o bebê durante uma tentativa de gestação para realizar o nosso sonho. Foi quando minha irmã ofereceu.  

A primeira a tentar a gestação foi sua irmã?

Isso. Minha irmã Thais estava amamentando a filha que tinha acabado de nascer e ela me disse: ‘não se desespere, irmã, se você não puder, eu gero o seu filho’. Naquele momento nos abraçamos e choramos muito. Foram três tentativas com ela, mas duas não vingaram e uma que deu positivo perdemos com sete semanas. 

Mas tudo tem um propósito e serviu para nos unirmos ainda mais e mostrar que existe prova de amor entre irmãs.

E surge a amiga Mariana?

Mariana é minha amiga de infância e da vida inteira. Ela sempre acompanhou nossa história de perto. Não aguentava mais nos ver sofrer com a espera. Dois embriões foram implantados, um vingou. 

Sabemos da possibilidade de sermos pais de outra forma, através da adoção, e nunca fomos contra, mas realizar o sonho de o nosso bebê ter nosso DNA, nossas características físicas e nosso sangue nas veias é uma realização para nós. 

Eles me fizeram crer ainda mais em milagres, pois o milagre que Deus nos deixou foi o amor. Onde não tem colo de útero, tem um coração no lugar. Eles me ensinaram o significado verdadeiro do que é amor e doação ao próximo.

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Pedido no Conselho Regional de Medicina

A chamada gestação por substituição ou barriga solidária é quando a mulher cede o útero temporariamente para gerar o filho biológico de um casal, com material genético do pai e da mãe. 

No Brasil, é proibido barriga de aluguel, que é a gestação com fins lucrativos, e inicialmente existe a necessidade de o doador do útero ter uma relação de parentesco com um dos integrantes do casal.

Sem parentesco, é preciso entrar com um pedido no Conselho Regional de Medicina (CRM) para ter uma autorização. 

“Pela lei, pode ser feito com parente de até 4º grau, e não pode haver vínculo comercial. A Débora não foi aconselhada a gestar porque ela teve uma patologia no útero, precisou passar por cirurgia, um colo inexistente”, explicou a médica Camila Poncio.

“Foram feitas as tentativas na irmã, mas não foi possível. Então, a amiga se ofereceu e a clínica de fertilização in vitro precisou entrar com o pedido no CRM”, observou. 

Para que uma pessoa sem parentesco possa ser aprovada para ser barriga solidária, precisa comprovar até a renda da família e passar por consultas com psicólogos. 

“A amiga dela passou pelas consultas, teve o estado de saúde avaliado, e estava tudo de acordo. Depois de passar por avaliações psicológicas, juntamente com toda a família, o CRM autorizou e na primeira tentativa deu positivo”, completou a médica.

opinião

A empresária Mariana Guerra, que é amiga e barriga solidária para Débora Caprini, explicou que até mesmo as filhas dela, Maria Cecília, de 6 anos, e Ana, de 3, foram ouvidas, além do marido, o empresário Ciro Nunes. 

“Enviamos até comprovante do nosso imposto de renda para o CRM. Nossas filhas e meu marido também passaram pelas entrevistas. Hoje, as meninas beijam minha barriga e entendem que quando a neném nascer, vão para a casa do William e da Débora”, explicou Mariana.

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