X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Cidades

Eles trocaram suas casas para viver no mar

O sonho dos antigos navegadores ainda motiva os corações de muitos aventureiros, que moram em barcos e viajam pelos oceanos


Imagem ilustrativa da imagem Eles trocaram suas casas para viver no mar
Casal Juan e Constanza, com os filhos Ulisses e Renata e a cachorrinha Lula: família vive a bordo de um barco. |  Foto: Acervo Pessoal

Trocar o conforto e a estabilidade de uma casa  por um barco sem endereço fixo pode parecer loucura para muitos, mas para outros se tornou uma escolha, e significa a liberdade de viver dias mais leves entre o céu e o mar, na linha do horizonte.  

Há quatro anos, o psicólogo Juan Manuel Dordal, de 38 anos, e a jornalista Constanza Coll, 37, deixaram para trás os empregos e a residência que tinham em Buenos Aires, na Argentina, para viver velejando.

“Foi a melhor escolha que fizemos. Tínhamos nosso carro, apartamento, trabalho e uma vida financeira boa. Tínhamos tudo certinho, como dizem, mas decidimos deixar tudo para trás, e a vida é muito mais simples e divertida no barco”, conta Juan. 

A ideia de morar no barco começou em julho de 2018, após o casal programar férias para Florianópolis, em Santa Catarina, e alugar um veleiro para chegar ao local.

“Foram 30 dias velejando da Argentina até o Brasil. Os 20 dias no veleiro nos fizeram pensar melhor sobre a vida. Deixamos nossos trabalhos, colocamos o apartamento para alugar com tudo, e voltamos para a aventura, onde estamos até hoje”, lembra Juan. 

Quando Juan e Coll deixaram tudo para viver no barco, era apenas um filho, o Ulisses, que tinha 2 anos. Durante a passagem pelo Espírito Santo, em 2019, foram 20 dias ancorados em Guarapari. 

Gravidez

Do estado eles seguiram para a Bahia, onde descobriram a segunda gravidez, quando voltaram para Ilha Grande, no Rio de Janeiro, para esperar o nascimento da filha. 

Neste estado, o  casal passou uma breve temporada até Renata crescer um pouco e poder velejar pelo mundo também. Renata tem 2 anos e Ulisses completou 6. Mas mesmo quando estava em terra, o casal inovou e construiu uma casa ecológica, em Angra dos Reis.   

“Vamos  seguir para o Caribe, mas o Brasil virou uma casa para nós. Passamos a vida viajando e passamos as férias no Brasil”.

A aventura pelo mar foi registrada no livro de Coll, ‘El Barco Amarillo’, e conta desde a decisão de morar no mar, até o nascimento da Renata. Com eles também viaja a cachorrinha Lula, que foi adotada no Brasil e vive navegando há quase quatro anos com a família.

Sonho de infância virou realidade

Desde menino, quando brincava com barquinhos de papel, o capixaba Renato Oliveira pôs na cabeça que, um dia, iria comprar um veleiro de verdade e sairia navegando pelo mundo. 

Durante décadas, enquanto ganhava a vida como membro da Aeronáutica e piloto de aviões particulares, alimentou o sonho, planejando mentalmente como seria aquela viagem.

 Até que, cinco anos atrás, logo após completar 50 anos e se aposentar,  decidiu que era hora de tornar o velho desejo uma realidade.  Comprou então um veleiro usado e partiu, com o objetivo de dar a volta ao mundo velejando. 

Não fosse a pandemia da covid-19, Renato já teria terminado a viagem, que planejava durar quatro anos. Porém, com o fechamento dos portos em muitos locais por causa da pandemia, ele precisou deixar o barco parado no Panamá  e só retomou a viagem um ano e meio depois, quando finalmente  seguiu rumo à Polinésia Francesa, lugar que sempre quis conhecer.

 “Foi maravilhoso visitar as ilhas do Pacífico, embora a maioria ainda esteja fechada ao turismo. Então, o jeito foi parar o barco apenas onde era permitido e ficar mais tempo que o previsto nelas. Mas estou curtindo do mesmo jeito”.  

Em todos os lugares por onde passa, ele diz ter sido bem recebido.  “Todo mundo quer ajudar”, explica Renato, que também garante que o fato de ser brasileiro ajuda nessa receptividade. 

Até agora, não teve nenhum problema com o barco e só enfrentou uma única tempestade, no trecho ente a Polinésia Francesa e as Ilhas Fiji.  “O vento era forte e as ondas, altas. Mas foi só aumentar a cautela e esperar que tudo passasse”.

Casal  construiu o  próprio barco

O primeiro casal capixaba a dar a volta ao mundo, em um veleiro, foi  Fausto Pignaton, de 69 anos, e Guta Favarato, 41. Eles declaram que preferem há anos a imensidão dos oceanos, e depois de morarem em diferentes barcos, estão construindo um novo, em Anchieta, litoral Sul do Estado, que poderá ser o maior catamarã do mundo com madeira de reflorestamento.

“O que nos motivou a fazer essa mudança foi o estilo de vida mais tranquilo e o mais autossuficiente possível, além do contato com a natureza e a sensação de liberdade que a vida no mar nos proporciona. O sonho do Fausto era construir barcos. O nosso foi velejar pelo mundo”, disse Guta.  

“O Guruçá  projetado pelo Fausto  é autossuficiente. Para não depender da terra, produz energia, coleta água da chuva e gera água doce a partir da água do mar com dessalinizador”, explica Guta. 

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: