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Cidades

“É preciso educar para o uso das tecnologias”, afirma especialista

A afirmação é do professor do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Sávio Silveira de Queiroz


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Crianças e adolescentes já estão, às vezes, vulneráveis no ambiente em que vivem seu dia a dia. Com a facilidade de acesso à internet, será que  o  perigo aumenta, ou tudo passa pela responsabilidade dos pais?

 “Precisamos educar a criança para o uso das tecnologias tal como as educamos para evitar o uso indiscriminado de álcool e outras drogas, por exemplo. Educá-las para respeitarem a outros no modo virtual assim como fazemos com relação às relações humanas em geral”.

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A afirmação é do professor do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e doutor em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano Sávio Silveira de Queiroz.

Imagem ilustrativa da imagem “É preciso educar para o uso das tecnologias”, afirma especialista
Sávio de Queiroz explica que deve-se ter cuidado com os celulares |  Foto: Leone Iglesias/AT

O especialista ressalta que deve-se guardar cuidado com e contra os celulares da mesma maneira com que é feito em relação aos demais perigos individuais ou coletivos.

“Mas vale ressaltar que, via de regra, pais dependentes de tecnologia, ou sem muito critério no seu uso tendem, a educar mal os seus filhos para a convivência com ela, com a tecnologia conhecida ou muito nova”, ressaltou.

E será que ter celular, internet, computadores, inteligência artificial, tudo ao alcance das mãos, estaria tornando as  crianças e adolescentes mais imediatistas?

 Para o especialista, o imediatismo advém, primeiramente, dos adultos, que consomem ou produzem conteúdos informativos. “O imediatismo da criança é apenas reflexo e consequência do nosso próprio imediatismo”, diz.

  • "Pais dependentes de tecnologia, ou sem muito critério no seu uso, tendem a educar mal os seus filhos para a convivência com ela".

“Ansiedade é doença do nosso tempo, da modernidade. Provavelmente é decorrente da péssima modulação com que tratamos o tempo. Tudo é possível e abreviado, tanto em tempo quanto em substância. Queremos tudo e tudo mais rápido. Não teremos conforme desejamos e não aguentaremos as frustrações no mínimo suportável”, completa.

Mestre em Informática pela Ufes e professor da Faesa, o  especialista em Inteligência Artificial (IA) Howard Cruz Roatti afirma que é   importante que as crianças usem essas tecnologias de forma consciente e sob supervisão adequada.

“Os pais devem estar atentos aos potenciais riscos associados ao uso da IA por crianças, incluindo questões de privacidade e segurança, bem como vícios em jogos e outros problemas relacionados ao uso excessivo de tecnologia”.

Plataformas em salas de aula

O uso da inteligência artificial, além dos jogos para diversão e aprendizado pelas próprias crianças e adolescentes, está ganhando espaço nas salas de aula.

Imagem ilustrativa da imagem “É preciso educar para o uso das tecnologias”, afirma especialista
Crianças já usam inteligência artificial em brincadeiras Escola Leonardo da Vince Da esquerda para direita: - Professor Enes Nogueira - 988012009 - Artur Cortes, 996555654 - Gabriela Guasti, 995331633 - Maria Clara Bragatto - 981842880 - Carolina Burlamacchi - 997448858 |  Foto: Kadidja Fernandes/AT

 O professor de Biologia Enes Nogueira  já usa plataformas de inteligência artificial durante suas atividades com os alunos

Recentemente, ele realizou uma atividade pedagógica com o tema  “Obesidade no Brasil”.

“Como educador, posso afirmar que o uso da IA nas atividades pedagógicas sobre obesidade realmente prendeu mais a atenção dos estudantes. A tecnologia da IA tem o poder de despertar o interesse dos alunos, tornando a aprendizagem mais dinâmica e interativa”, afirma Enes.

Ele destaca que ao utilizar plataformas como o AlsoAsked, ChatGPT e Resoomer, os estudantes sentem-se envolvidos em um processo de descoberta e exploração, utilizando recursos tecnológicos familiares em seu cotidiano.

 Enes Nogueira explica que a plataforma AlsoAsked é uma ferramenta de pesquisa de palavras-chave baseada em IA. Ela permite que os alunos explorem as perguntas frequentes feitas pelos usuários em mecanismos de busca, como o Google. 

“Ao inserir um termo relacionado à obesidade, os alunos podem visualizar uma lista de perguntas, o que lhes proporcionam insights sobre as principais dúvidas e preocupações das pessoas em relação ao tema”.

"A inteligência artificial tem demonstrado resultados positivos, motivando os alunos a se engajarem mais ativamente"

 Essa plataforma ajuda os alunos a direcionarem suas pesquisas, fornecendo tópicos específicos e relevantes que podem ser explorados mais aprofundadamente. 

“Já o ChatGPT é capaz de responder perguntas e fornecer informações detalhadas sobre diversos assuntos e, por essa razão, utilizei essa ferramenta para permitir que os alunos interagissem com um assistente virtual e esclarecessem dúvidas específicas”. 

Já o  Resoomer, destaca,  é uma ferramenta que utiliza IA para resumir e sintetizar textos extensos. “Essa ferramenta permite que os estudantes copiem e coletem trechos de textos encontrados em suas pesquisas, e a ferramenta irá gerar um resumo conciso e significativo dessas informações. Isso economiza tempo e facilita a assimilação de conhecimento”.

“O retorno dos estudantes tem sido bastante favorável em relação à aula e ao aprendizado. O uso da IA tem demonstrado resultados positivos, motivando os alunos a se engajarem mais ativamente com os temas propostos em sala, melhorando sua compreensão e estimulando sua curiosidade”, diz.

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Privacidade e segurança

Os pais devem garantir que os dados pessoais e informações confidenciais de seus filhos estejam protegidos ao usar tecnologias de Inteligência Artificial (IA). Eles também devem se certificar de que seus filhos entendam como proteger sua privacidade e segurança on-line.

Confiabilidade e precisão

 É importante avaliar a confiabilidade e precisão das informações fornecidas pela IA, especialmente quando se tratam de questões de saúde, finanças ou outros assuntos críticos.

Discriminação

A inteligência artificial pode ser programada com viés e discriminação, o que pode levar a resultados injustos ou prejudiciais. Os pais devem estar cientes dessas questões e ensinar seus filhos a reconhecê-las e questioná-las.

Uso excessivo ou viciante

É importante limitar o uso excessivo de tecnologias de IA, especialmente quando se tratam de jogos ou entretenimento. Os pais devem incentivar seus filhos a encontrar um equilíbrio saudável entre o uso de tecnologia e outras atividades.

Educação e alfabetização digital

Os pais devem ensinar seus filhos sobre as possibilidades e limitações da IA, bem como promover a alfabetização digital para que possam entender e utilizar essas tecnologias de forma segura e consciente.

Alguns aplicativos e jogos

 ChatGPT: Ferramenta de processamento de linguagem natural com inteligência artificial capaz de gerar textos parecidos com conteúdos escritos por humanos. É capaz de responder a perguntas, produzir textos sobre diferentes assuntos e  escrever códigos de programação. Gratuito.

Stable Diffusion: Gera imagens a partir de textos ou  outras imagens.

SuperChat: Permite aos usuários conversarem com personagens virtuais (figuras históricas) desenvolvidos por IA.

Buddy: “Professor de inglês” para crianças com versão  gratuita.

StorySign: Traduz livros infantis para a língua de sinais, para ajudar crianças surdas a aprenderem a ler.

AlsoAsked:  Ferramenta de pesquisa de palavras-chave baseada em IA. Ela permite que os alunos explorem as perguntas frequentes feitas pelos usuários em mecanismos de busca, como o Google.

Resoomer: Ferramenta que utiliza IA para resumir e sintetizar textos extensos. Permite que os estudantes copiem e coletem trechos de textos encontrados em suas pesquisas, e a ferramenta irá gerar um resumo conciso e significativo.

Fonte: Especialistas consultados.

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