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Cidades

Diversidade de corpos é aposta de marcas de moda praia

De acordo com o professor da disciplina de planejamento de coleções do curso de moda da Faculdade Santa Marcelina as redes sociais têm papel crucial nessa mudança.


 

Imagem ilustrativa da imagem Diversidade de corpos é aposta de marcas de moda praia
|  Foto: Divulgação

Biquínis confortáveis para todos os corpos e peças que podem ser usadas também em outros ambientes são algumas tendências do mercado de moda praia, cada vez mais atento ao debate sobre diversidade e à necessidade de ampliar seu mix de produtos para minimizar os efeitos da sazonalidade.

Criada pela publicitária Maria Fernanda Penalva, 31, a Moe tem maiôs e biquínis que vão do tamanho 34 ao 70. A empreendedora de São Paulo conta que nutria o desejo de abrir uma confecção desde a adolescência, ao observar a dificuldade da mãe em encontrar peças que a atendessem.

"Eu criei uma marca para que as pessoas possam se sentir livres. Além de ser para todos os corpos, a Moe é para todas as idades. Temos na nossa [campanha de] comunicação uma mulher de 60 anos com um maiô decotado até a cintura", diz Maria Fernanda.

O negócio foi aberto em 2019, e as primeiras peças começaram a ser vendidas no final do ano seguinte.

A empresa tem hoje uma loja virtual e está presente em uma galeria multimarcas na rua Oscar Freire, em São Paulo. Além de Maria Fernanda e uma sócia, conta com duas costureiras. O próximo passo é lançar uma linha de lingerie.

Márcio Ito, professor da disciplina de planejamento de coleções do curso de moda da Faculdade Santa Marcelina, afirma que negócios que ainda não abraçaram a diversidade deixam de ganhar clientes.

"Algumas marcas estão se preocupando porque perceberam que perdem mercado. Outras se sentem empurradas pelo fluxo. E outras sempre trabalharam com isso, ainda que não falassem sobre inclusão", afirma.

Segundo ele, as redes sociais têm papel crucial nessa mudança. "Antes, 90% das marcas tinham como meta vestir pessoas de um mesmo biotipo, jovem e magro. Sem esse debate, no qual a internet tem papel fundamental, a gente estaria do mesmo jeito."

De acordo com Juliana Segallio, consultora do Sebrae-SP, esse é um movimento que apareceu com força na NRF 2022, maior feira de varejo do mundo, realizada na última semana em Nova York.

"As grandes redes já entenderam isso, basta ver a última campanha da C&A para a sua coleção de moda praia. O pequeno empresário também sabe que precisa incorporar a ideia de diversidade à sua marca", diz Segallio.

A consultora de moda Dani Rudz, especialista em mercado plus size, reconhece os avanços no segmento, mas pondera que ainda são poucas as marcas que contemplam a mulher gorda.

"A passarela e a mídia ainda entendem a mulher gorda como a mulher 'curve', que tem curvas. A mulher gorda de verdade tem barriga, tem culote, tem 'pneu'. Essa parcela da população representa um nicho de negócio", afirma.

A administradora de empresas Déborah Menezes, 26, de Brasília, criou em 2020 a Arraia, marca de moda praia com foco no conforto. Para entrar no ramo, ela fez cursos, aprendeu a costurar e é a responsável pelo desenho de todas as peças, vendidas do P ao GG e também sob medida.

Depois de um tempo costurando para amigas, Déborah criou uma loja virtual e as convidou para vestir e fotografar as peças, em ensaios dos quais ela também participou.

"Deu muito certo, as clientes gostaram de ver uma marca que mostrava mulheres reais, com vários tipos de corpos. Esse foi o feedback. Percebi que isso era um diferencial e mantenho [a proposta] até hoje", conta.

A Arraia atualmente também contrata modelos para as fotos, sempre valorizando "a diversidade da brasileira", diz a empreendedora. "E usamos fotos das clientes vestindo os biquínis no feed do nosso Instagram." ​

Foi no final de 2020 que o negócio deslanchou. Com apenas duas costureiras (Déborah e uma funcionária) e uma visibilidade conquistada com posts pagos nas redes sociais, a Arraia se viu obrigada a recusar pedidos por não ter condições de atender a demanda -naquele momento, as vendas eram feitas exclusivamente sob encomenda.

"Perdemos vendas porque não tínhamos estrutura. Agora são cinco costureiras e outras três funcionárias. Em setembro e outubro tivemos o reforço de mais três costureiras, para montar o estoque para o verão", diz a empresária.

Segundo Déborah, a Arraia cresceu 250% na segunda metade de 2021, em comparação com o semestre anterior. O plano, agora, é investir no desenvolvimento de novas peças, como maiôs e saídas de praia, e continuar apostando na versatilidade dos biquínis, com peças que permitem novas possibilidades de uso -como um top que funciona também para a prática de exercícios físicos- e modelos dupla face, outro ponto forte da marca.

O professor Márcio Ito, que já trabalhou com marcas de moda praia, ressalta que investir em outros tipos de produto é também uma tendência atual do mercado.

"As marcas têm ampliado o seu mix com roupas, mas ainda preservando as características desse estilo de vida ligado à praia. Podem lançar, por exemplo, uma camisa que funciona como saída de praia. São peças que possivelmente não marcam o corpo e que têm um tecido mais arejado. E mais prático."

Criada em 2013 como uma marca de lingerie, a Janiero Body of Colours, de Mogi das Cruzes (SP), logo abraçou a moda praia e recentemente lançou a sua primeira coleção de roupas.

De acordo com Mariana Secomandi, coordenora de marketing da empresa, a proposta da marca sempre foi trabalhar com o que chamam de peças híbridas, que podem ser usadas em diferentes contextos, durante o dia ou à noite, com uma mistura de tecidos que é característica da marca.

"São tecidos que vêm de vários lugares, para diversos usos. Nosso trabalho também tem muita experimentação, de testar coisas novas."

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