Dez cidades estão há mais de 1 ano sem assassinatos
Moradores relatam rotina tranquila e vínculos estreitos. Estado registrou queda de assassinatos no primeiro semestre
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Sair de casa com tranquilidade, conhecer boa parte de seus vizinhos, ou ao menos saber quem mora nas proximidades e ter a sensação de segurança. É dessa forma que definem a sua rotina moradores de cidades entre as 10 do Espírito Santo que estão há mais de 365 dias sem assassinatos.
São elas: Apiacá, Muqui, Divino de São Lourenço, Mucurici, Dores do Rio Preto, Iconha, Ibitirama, Marechal Floriano, Santa Leopoldina e Águia Branca.
De acordo com o secretário de Estado da Segurança Pública (Sesp), Eugênio Ricas, o Espírito Santo, dentro das premissas do programa Estado Presente, é dividido em cinco regiões integradas de segurança pública.
“O policiamento não é o mesmo, mas a estratégia é a mesma. O Espírito Santo inteiro funciona sob a égide do programa Estado Presente. O policiamento é adequado de acordo com a necessidade. Isso é gestão. Então, é normal você ter mais polícia no local onde é mais violento”, afirma.
Ricas observa que o crime é dinâmico e influenciado por fatores como a atuação de traficantes, eventos sazonais, como a colheita do café, e festas nas cidades. “O crime é muito dinâmico. Mas há municípios que têm uma característica maior de mais paz social.”
Em Muqui, Sul do Estado, a proprietária rural, fotógrafa e escritora Lívia Vieira de Mendonça gerencia a página Viva Muqui no Instagram. “A população é muito segura e feliz por morar em um município onde há tanto tempo não ocorrem homicídios”, diz.
Em Iconha, Sul do Estado, a servidora pública do cartório eleitoral Adriana Assunção Cavalini, 49 anos, conta que mora no bairro Novo Horizonte.
“Tivemos a festa da cidade recentemente e saímos de nossas casas com tranquilidade. Não presenciamos tiroteios ou adolescentes portando armas. São situações que sabemos que existem nas cidades maiores, mas aqui não.”
Na Região Noroeste, em Águia Branca, o engenheiro civil e professor Marcos de Jesus Oliveira Filho, 29 anos, ressalta que o município tem predomínio rural.
“Na época da colheita do café, aumentam os roubos, mas, tirando isso, é bem tranquilo. Eu não lembro quando foi o último homicídio ou tentativa”, conta Marcos.
“Apiacá é muito tranquila”
Não é difícil acreditar quando a empresária Poliana de Oliveira Botelho, 37 anos, afirma que em Apiacá, “todos se conhecem” e têm amizade uns com os outros.
“Apiacá (que tem atualmente 7.223 habitantes) é muito tranquila. O que aumentou nos últimos anos foi o consumo de drogas entre os jovens. Mas assassinatos, tem tempo que não tem”, afirma.
Poliana conta que a sede da cidade fica a 13 km da sede Bom Jesus do Itabapoana, Rio de Janeiro, mas não vê migração de violência entre os estados.
Saiba mais
O Espírito Santo fechou o primeiro semestre de 2024 com 433 assassinatos, redução de 15,8% em relação ao mesmo período de 2023.
Em 2023, foram registrados 976 homicídios, durante todo o ano. Em 2022, foram 1.007 casos.
Sem mortes
As cidades que estão há mais de um ano sem registrar mortes ficam nas regiões:
Sul: Apiacá, Muqui e Iconha.
Caparaó: Divino de São Lourenço, Dores do Rio Preto e Ibitirama.
Serrana: Marechal Floriano e Santa Leopoldina.
Noroeste: Águia Branca.
Norte: Mucurici.
Fonte: Sesp.
População das Cidades
Apiacá (4 anos): 7.223
Muqui (3 anos): 13.745
D. de S. Lourenço (2 anos e 10 meses): 5.083
Mucurici (2 anos e 5 meses): 5.466
Dores do Rio Preto (2 anos e 1 mês): 6.596
Iconha (1 ano e 6 meses): 12.326
Ibitirama (1 ano e 2 meses): 9.520
Marechal Floriano (1a2m): 17.641
Santa Leopoldina (1a2m): 13.106
Águia Branca (1 ano e 1 mês): 9.711
Fonte: Censo 2022 IBGE.
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