“Deus teve misericórdia de nós”, diz uma das vítimas após explosão de casa
Imóvel onde estava uma família com quatro pessoas desabou. Glauber Ramos, conversou com a equipe da TV Tribuna/SBT e falou sobre a targédia
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Com a pequena Alice no colo, de 2 aninhos, logo após receber alta do Hospital Estadual Infantil Drª Milena Gottardi, em Vitória, o pai Glauber Ramos, de 41 anos, conversou na tarde de ontem com a equipe da TV Tribuna/SBT e falou sobre a tragédia.
Com a cabeça enfaixada após levar 30 pontos, o engenheiro Glauber Ramos comentou sobre o estado de saúde da esposa, a dona de casa Mirian Henrique Cândido Ramos, 42. Ela teve 75% do corpo queimado e está intubada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
A Tribuna – Imagino que foi tudo muito rápido, mas o que você tem na memória?
Glauber Ramos – Eu me lembro da explosão e dos escombros caindo sobre a gente. Começou a cair muita coisa em cima da gente.
A minha filha estava deitada comigo na cama, eu tentei socorrê-la. Alguém gritou: 'me dá a neném'. Depois que eu tinha tirado a neném eu a entreguei para essa pessoa. Logo em seguida, eu fui procurar a minha esposa, que gritava o meu nome. A gente conseguiu encontrá-la, tirá-la de debaixo dos escombros.
A minha maior preocupação depois era a minha filha mais velha (Bianca), de 9 anos.
A cama dela era bem atrás do fogão, era uma parede do quarto que dividia a sala e na hora da explosão ela deveria estar dormindo ali, mas Deus foi misericordioso e nessa noite (ontem) ela dormiu no meu quarto, no cantinho da cama.
Na hora da explosão, ela ficou em uma posição entre a cama e os escombros. A porta do guarda-roupa caiu e fez uma proteção para ela, então não houve maiores danos para ela.
Agora, a minha maior preocupação é com a minha esposa que recebeu todo o impacto da explosão na hora em que ela acendeu o fogão.
Como a sua esposa está?
Ela segue intubada em um hospital na Serra e amanhã (hoje) a gente vai lá para ver como está o estado de saúde dela.
A princípio, ela teve 75% do corpo queimado, foi o retorno que os médicos deram para gente. E aí vamos ver o que pode se fazer para poder trazê-la de volta para casa de novo, para a gente poder recomeçar a nossa vida.
A gente perdeu tudo, mas Deus teve misericórdia de nós.
Qual é a sensação de ver que suas filhas passaram por isso e conseguiram sair com alguns ferimentos, mas com vida?
A vida é o nosso bem maior. Não importa se a gente tem dinheiro, tem bens materiais, se a gente não tem saúde.
Então, ver as minhas filhas bem foi um momento de total alívio apesar da cabeça da gente, como provedor, como pai, como esposo, saber que tem de recomeçar, tem de providenciar o local de novo para a gente morar.
O nosso carro acabou. Temos de ver se a gente consegue comprar outro carro.
A sensação é de total alívio que as minhas filhas estão bem, mas a minha maior preocupação é com a minha esposa.
Foi um renascimento?
Podemos dizer que nós tivemos uma segunda chance ali. A gente pode marcar esse dia como o dia do nosso nascimento.
Quando a gente olha, é difícil acreditar que alguém saiu vivo daqueles escombros. A casa foi totalmente destruída. Então, foi um renascimento mesmo.
Laudo fica pronto em 20 dias
As causas da explosão que deixou quatro pessoas da mesma família feridas estão sendo investigadas. A perícia para identificar o motivo do desabamento já foi iniciada e o prazo para conclusão do laudo é de 20 dias, que podem ser prorrogáveis.
“Segundo relatos dos moradores, havia um odor de gás no ambiente, indicando a suspeita de que, ao possivelmente acender o fogão pela manhã, houve um acúmulo de gás, levando à explosão na residência principal”, disse a capitã Andresa Silva, do Corpo de Bombeiros.
A inspeção constatou que a botija de gás permaneceu intacta, o que indica que a explosão pode ter sido causada pelo acúmulo de gás no ambiente residencial.
A capitã mencionou que a percepção do odor de gás veio especificamente dos moradores que estavam localizados atrás da casa principal.
Contudo, ela reforçou a necessidade de aguardar a análise pericial para uma confirmação mais precisa sobre a origem e causa exatas do vazamento.
O que fazer em casos de vazamentosFogões com botijão
Em casos de fogões com botijão, deixe a mangueira distante e não passe-a por trás do eletrodoméstico, uma vez que pode ser danificada. Atenção: a mangueira deve ser trocada a cada cinco anos.
Ambientes como cozinha, área de serviço e banheiros, onde geralmente ficam os botijões e os encanamentos de gás, devem ter livre circulação de ar para evitar o acúmulo de gás em casos de vazamentos e eventual explosão.
Registro fechado
Os botijões devem ser mantidos com o registro fechado quando não estiverem sendo usados.
Como verificar se há vazamento
A orientação para verificar se há vazamento no equipamento é usar espuma de sabão ou detergente na conexão da mangueira com o fogão.
Se houver um aumento de bolhas na espuma, há o vazamento de gás.
Feche o registro
Ao perceber um vazamento de gás, feche o regulador de pressão do botijão (também chamado de registro e click) ou dos encanamentos e saia do local imediatamente.
No caso do botijão, para evitar que o gás fique confinado no ambiente fechado, retire-o da casa, se for possível.
Outra dica em caso de vazamento ou problemas com o encaixe do registro, é pedir ajuda à empresa fornecedora do botijão de gás.
Ventilação
Abra bem todas as portas e janelas para o gás do ambiente e deixe a ventilação natural.
Jamais use equipamentos elétricos como ventiladores e exaustores para ajudar a retirar o gás do local, pois pode causar faíscas.
Fonte: Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Espírito do Espírito Santo.
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