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Cidades

“Deus não me deixou”, diz ex-presidiário


Imagem ilustrativa da imagem “Deus não me deixou”,  diz ex-presidiário
Murilo Borges, hoje pregador, pediu orações por quem continua no crime |  Foto: Fábio Nunes / AT

O último dia do Vinde e Vede, ontem, no Pavilhão de Carapina, na Serra, reuniu cerca de 10 mil pessoas, e entre os palestrantes, um dos destaques foi o testemunho de um ex-presidiário.

Murilo Borges, hoje operador de fiação e pregador, de 37 anos, emocionou os fiéis ao contar sua história no mundo do crime e de sua transformação por meio das orações feitas durante seis anos por sua mãe.

“Eu era de uma quadrilha que assaltava, roubava casas, fazia sequestro relâmpago. Hoje todos da quadrilha foram assassinados, mas Deus não me deixou mim. Ele é bom quando entregamos nossa vida a ele”, conta o operador.

O retiro religioso, que ocorreu durante os quatro dias de Carnaval, tinha como tema a mensagem “Não vos conformeis com o mundo”. Murilo aproveitou o tema para pedir que as pessoas façam orações por aqueles que continuam no crime.

“Eu já fui da criminalidade e sei o que é isso, mas quando o Espírito Santo entrou na minha vida, por meio das orações da minha mãe, eu fui transformado”, disse ele.

Segundo a Renovação Carismática Católica, que organiza o Vinde e Vede pela 27ª vez, mais de 40 mil pessoas passaram pelo local do evento durante os dias de folia.

Entre o público presente, havia jovens, famílias e várias congregações da Igreja Católica, como um grupo de franciscanos da fraternidade “O Caminho” de Vila Velha.

Funk Cristão

Entre os cânticos entoados, estava presente também a batida funk, responsável por animar uma turma de cerca de 20 jovens na parte aberta do lugar.

“Esse agora é um funk cristão que conta a história do seu Matias (personagem) que está rumando junto à santidade, mas é acometido por um acidente, fica cheio de dificuldades, mas não desiste de chegar a Deus”, explica o frei Ismael do Coração Suplicante.

Em outra música, a expressão “beijinho no ombro” também fazia parte da coreografia. “A música se chama 'Eu sou lindão', que fala que aos olhos de Deus todos são lindos”, disse, sorrindo, o frei.

O que ele diz sobre

Quadrilha
“Eu era de uma quadrilha que assaltava, roubava casas, fazia sequestro relâmpago. Hoje todos da quadrilha foram assassinados, mas Deus não deixou a mim. Ele é bom quando entregamos nossa vida a ele”.

Líder de facção
“O bairro Vila Nova de Colares, na Serra, foi considerado o lugar mais violento do País e eu era um dos bandidos que liderava a facção criminosa de lá, hoje estou liberto”.

Sem se conformar
“Não vos conformeis com o mundo. Muitas vezes a gente se conforma, mas quando a palavra de Deus manda não podemos nos conformar. Quando o jovem entra em um ônibus para assaltar, o que posso fazer é dobrar os joelhos no chão e orar pela vida dele”.

Transformação de Deus
“Ao ver um traficante na porta da sua casa, é mais fácil ligar para polícia ou orar por ele? A polícia prende e daqui a pouco ele estará solto, mas a oração não. Quando Deus entra, Ele transforma. Pois um dia Ele transformou a minha vida”.

Orações da mãe
“Já fui do crime, sei o que é isso, quando o Espírito Santo entrou na minha vida, por meio das orações da minha mãe e das pessoas, fui transformado. Minha mãe orou por seis anos por isso. Quando comecei a caminhar na igreja, pouco depois ela faleceu”.

Bloquinho dá lugar para fé

As pessoas que foram ao Vinde e Vede trocaram a folia nos bloquinhos de rua pela fé. Daniela Krohling, 21 anos, técnica em química e moradora de Viana, há três anos mudou do carnaval normal para o Vinde e Vede. "Já participei de carnaval de rua, de bloquinho, mas aqui é diferente, não tem comparação, não deixo mais de vir", disse.

Já as amigas Janaína Simões, 31 anos, Jennifer Lopes, 21, Priscila Cardoso, 28, Thaíssa Biondi, 16, Bruna Simões, 15, aproveitaram para irem todas juntas ao evento deste ano. "Somos de um grupo de oração de Vila Nova de Colares. A gente sempre procura vir ao evento, mas esse ano viemos juntas", disse Bruna, a mais nova do grupo.

Imagem ilustrativa da imagem “Deus não me deixou”,  diz ex-presidiário
Antonio Orlando Boldrini (camisa verde) e sua família |  Foto: Fabio Nunes

O evento também é lugar de muitas famílias. O funcionário público Antônio Orlando Boldrini, 60 anos, e a esposa Shirley Maria Boldrini, 54, há mais de 20 anos levaram toda a família para acompanhar o Vinde e Vede. Estavam presentes suas quatro filhas, os genros e um neto. "Minhas filhas foram criadas aqui e agora será meu neto", disse Antônio.

Apesar de um evento religioso, o Vinde e Vede também é lugar para fazer amigos. Esse foi o caso dos estudantes Marlon Novaes, da Serra e Tales Lima, de Cariacica, que viraram grandes amigos através do evento deste ano.

"Somos de grupos de igrejas diferentes, mas temos amigos em comum, a gente se conheceu aqui no Vide e Vede", disse Marlon. "Estamos aproveitando esse momento de orações", disse Tales por sua vez.

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