Desafio da canoa havaiana contra o preconceito
Arthur Pessanha, que tem paralisia cerebral, conquistou a medalha de ouro na categoria VL2 da Copa Brasil de Canoagem Paralímpica
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Aos 27 anos e com paralisia cerebral, o capixaba Arthur Pessanha alcançou a primeira grande marca na canoa havaiana, esporte que mudou sua vida há quatro anos.
Morador de Guarapari, o atleta conquistou o ouro na Copa Brasil de Canoagem Paralímpica e é o melhor do País na sua categoria, a VL2. Para ele, esta é mais uma conquista importante, que muda o rumo de sua vida.
“A canoa havaiana me trouxe há quatro anos o que antes eu não tinha: a independência, a socialização e os desafios que venho superando. Consigo ter um mundo diferente. No meu primeiro mundial, eu fiquei com o bronze, esse ano eu voltei com muito mais treino e alcancei o ouro”, comemorou.
O treino de um ano para o outro não se limitou ao mar. A técnica Priscilla Anderson direcionou o atleta para a musculação e melhores hábitos alimentares, o que para ela trouxe o resultado melhor.
“Do primeiro brasileiro para esse, ele reduziu em uma hora o tempo da prova. No ano passado foram 11 km em 2h15, e desta vez ele fez pouco mais de 10 km em 1h23. Quase o mesmo percurso e com essa diferença no tempo”, comemorou Priscilla.
“Arthur treina também em Vitória, intensificou os treinos na academia, coisa que antes não valorizava tanto. Temos a consultoria especializada com nutricionista, então é um conjunto de avanços como profissional no esporte. A diferença é enorme. Antes da musculação, ele tinha pouca resistência, saía da prova muito cansado. Desta vez, ele parecia que tinha ido dar um passeio”, relatou a técnica.
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classificação
Com o bom resultado, Arthur foi classificado para o sul-americano que acontecerá em Vitória, em novembro deste ano, o que para o time é um motivo a mais para buscar mais um ouro.
“Estamos dentro de casa. Vamos em busca dessa conquista. Ano passado foi no Chile, e não deu para ir, e agora será em Vitória. Esperamos um grande espetáculo, que as pessoas possam conhecer o esporte de perto e que o nosso atleta possa ser coroado também”, afirmou Priscilla.
Arthur completou: “Em um ano, eu diminuí uma hora meu tempo e isso mostra que posso chegar ainda mais longe. Vou rumo ao mundial”, comemorou ele.
A má-formação de Arthur aconteceu no momento do parto, quando faltou oxigênio no cérebro, o que acarretou na paralisia cerebral. No campeonato brasileiro, o atleta competiu com uma canoa do tipo V1 na categoria VL2.
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