Criança de 10 anos pode ter sido uma das vítimas de falso médico no Estado
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Uma criança de 10 anos, moradora de São Mateus, no Norte do Estado, pode ter sido uma das vítimas atendidas pelo falso médico, preso pela Polícia Federal na última quarta-feira (18). A morte foi registrada em janeiro deste ano, mas só foi divulgada nesta semana quando a mãe denunciou o caso à Polícia.
Foi no dia 11 de janeiro que a professora Alessandra Ferreira Marcelino, de 48 anos, levou a filha Ana Luisa para o Hospital Roberto Silvares, em São Mateus. A menina apresentava quadro de vômito e dor na barriga.
Em um primeiro momento, a criança foi atendida por uma enfermeira até chegar ao médico por volta das 21 horas. A mãe chegou a questionar o fato de "nunca ter ouvido falar" no médico e foi informada que ele era de outra cidade e que era um "excelente pediatra".
Durante o atendimento, o falso médico fez algumas perguntas e afirmou que o quadro de Ana Luisa seria uma gastroenterite, que, segundo ele, era um "quadro comum". A mãe chegou a pedir exames mais detalhados, mas foi negada.
"Eu estava achando que poderia ser apendicite ou algo mais sério. Com muito deboche ele me disse: eu posso investigar, mas você quer que eu interne sua filha aqui e ela divida leito com pessoas que tem covid? Eu disse que não. Aí, ele insistiu que era gastroenterite e que era para eu continuar dando o remédio à ela em casa", relembra Alessandra.
O médico chegou a recomendar que "se a menina pedisse um refrigerante de cola no café da manhã que ela poderia dar". "Eu achei aquilo muito estranho", disse a mãe.
Ana Luisa então foi encaminhada para tomar medicação intravenosa. Minutos depois, ela começou a convulsionar até ter uma parada cardíaca. A criança não resistiu e morreu em uma maca no hospital.
"Eu vou lutar com todas as minha forças e vou até o fim. quero que ele vá a júri popular, pague pelo o que fez. Que ele pague por homicídio doloso. Ele teve intenção de matá-la", afirmou.
Novos fatos
O caso foi denunciado na Delegacia da Polícia Civil em São Mateus e será investigado pela Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) de São Mateus.
Já a Polícia Federal informou que a investigação está em andamento e, por isso, não poderia passar mais detalhes.
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