X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Cidades

Coveiro faz vídeos de exumação e coloca na internet


Imagem ilustrativa da imagem Coveiro faz vídeos de exumação e coloca na internet
O coveiro Fabrício da Silva explicou que a retirada dos ossos é solicitada pela família quando morre outro parente |  Foto: Roberta Bourguignon

A retirada dos ossos das sepulturas do Cemitério São João Batista, em Guarapari, passou a ser divulgado pelo coveiro Fabrício da Silva Pascoal, de 45 anos, na internet. Os vídeos chegam a quase 4 milhões de visualizações. 

Fabrício começou com o canal no YouTube há um ano e meio. Quem acompanha faz perguntas sobre os restos mortais e o que acontece após uma pessoa ser enterrada.

“No ano passado eu estava fazendo a exumação de uma moça e gravei. Decidi colocar na internet. Ela tinha um cabelo preto e sempre usava trança. Não é comum as pessoas fazerem esse tipo de filmagem, e a ideia era fazer um canal variado, mas o que viralizou mesmo foram os vídeos de exumações”, explicou o coveiro. 

Entre as exumações mais curiosas está a de um padre que foi enterrado em 1945 com a batina e botas de couro. A bota, depois de 62 anos, estava intacta. 

“Em 2007, com o falecimento de outro padre, foi preciso fazer a exumação desse padre enterrado em 1945. Fui fazer a preparação da sepultura e vi que o padre foi sepultado de batina, de botas de couro, e a bota estava perfeita. Tinha os vestígios da batina e do crucifixo ainda. Foi a exumação mais antiga que fiz”, lembra Fabrício. 

O coveiro revela que as roupas de material sintético, de lycra, estão sempre perfeitas na sepultura, mesmo após muitos anos. “Os tecidos de algodão desmancham logo”, explicou.

O caixão também se decompõe com facilidade. “De 20 anos para cá, os caixões são feitos de material padrão, como MDF, e se decompõe mais rápido. Depois de três anos tem poucas partes na sepultura”. 

No cemitério onde o coveiro trabalha, as sepulturas pertencem a famílias mais antigas e tradicionais da cidade. A exumação de um corpo, que é a retirada dos ossos mortais, é solicitada pela família normalmente quando morre um parente.

“Ambiente em que gosto de atuar”

A Tribuna – Como surgiu a profissão na sua vida?

Fabrício da Silva – Fui fazer inscrição para um concurso e cobraram certificado de pedreiro. Mesmo eu sendo pedreiro, não tinha o certificado. Quando eu já estava saindo do local da inscrição, a mulher me avisou que tinha vaga para coveiro e não precisava de certificado. Passei em primeiro lugar.

No começo, assustou?

A parte que mais assusta o coveiro, no início, é a exumação. Eu realmente nunca tinha feito uma. Na minha primeira, eu já fiz com tanta desenvoltura que os coveiros mais antigos disseram que parecia que eu já fazia há anos.

Você tinha o costume de sonhar com os enterros?

Eu sonhava que as pessoas estavam abrindo as sepulturas e eu não conseguia controlar. As pessoas fazendo os sepultamentos sem avisar, e os mortos começaram a andar no cemitério. Depois de 15 anos, hoje é um ambiente que eu gosto de atuar. Os clientes não me perturbam (risos).

Advogada alerta para risco de ilegalidade

O coveiro afirma que não identifica os nomes dos mortos durante as filmagens, mas a advogada Elizabeth Picciafuoco esclarece que pode haver ação de indenização por dano moral e direito à imagem. 

A advogada afirma que a família pode pleitear dano moral para a pessoa do coveiro ou para o município, que é o administrador do cemitério. 

“O dano é a própria utilização indevida da imagem, não sendo necessária a demonstração do prejuízo material ou moral. A indenização deve ser fixada em termos razoáveis, orientando-se o juiz pelos critérios sugeridos pela doutrina e jurisprudência, valendo-se de sua experiência e bom senso, atento à realidade da vida e às peculiaridades de cada caso”, esclareceu.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: