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Cidades

“Coragem para mudar só existe com bons motivos”, diz psicóloga

Alessandra Augusto afirma que motivação é o primeiro passo para qualquer mudança


Nos últimos dois anos que o mundo precisou enfrentar (e ainda enfrenta) as consequências de uma pandemia, foi exigido um sentimento em comum a todos: a coragem.

Essa sensação de bravura para enfrentar medo do coronavírus, mudança e perda de emprego, isolamento social e todos os desafios que surgiram na vida individual e coletiva veio acompanhada da vontade de mudar, de seguir em frente.   

É o que explica a psicóloga Alessandra Augusto. Em entrevista ao jornal A Tribuna, a especialista ressalta a necessidade de fechar e abrir novos caminhos ao longo da vida de maneira consciente. 

“Aquilo que é novo na nossa vida só vem de forma satisfatória quando acompanhado de alguma motivação”, revela. 

Imagem ilustrativa da imagem “Coragem para mudar só existe com bons motivos”, diz psicóloga
Alessandra Augusto: “Coragem é mais emocional, a persistência me exige a razão” |  Foto: Divulgação

Para ela, as mudanças estão diretamente ligadas a uma transformação no estado do comportamento humano, ou seja, a saída da inércia para o movimento em direção a um objetivo específico.

Dessa forma, quando se tem bons motivos para ter coragem, por exemplo, diante de uma dificuldade financeira ou necessidade de saúde, ou ainda para fugir de um padrão, a valentia aflora. 

“Mas isso depende de nós mesmos, de uma vontade, de um querer. O outro na minha vida não me leva a fazer mudança”, explica. 

A Tribuna - Há formas de desenvolver a coragem no dia a dia?

Alessandra Augusto - O sentimento da coragem, por vezes, é definido como afoitamento. É algo interno, está ligado ao motivacional. Ele remete ao sobreviver, a um perigo de vida, que é diferente de ser persistente. 

Onde eles se distanciam?

Coragem é mais emocional, a persistência me exige a razão. Se eu estou falando de profissão, eu vou usar a persistência, o racional, o planejamento, fazer uma avaliação, vou ter objetivos, e vou persistir e insistir naquela meta para ser alcançada. Quando eu lido com relacionamento que exige a emoção, já uso a coragem. 

Como esse sentimento surge em cada pessoa?

O que me faz mudar é quando eu me confronto e entro em contato com meu outro “eu” que me questiona: “Isso está legal?”, “Confortável?”, “Quero uma relação com mais abraços?”. E isso acontece no lado profissional, de relacionamentos ou social. 

A coragem sempre traz felicidade?

Pode ser que não. Esse é o “x” da questão. Quando tenho que mudar para uma coisa muito boa, é fácil. Escolher entre uma bebida amarga e uma doce é simples, mas quando tenho os dois lados que trazem conforto, aí vem o questionamento. Preciso fazer escolhas, mudanças, mas nem sempre vou partir para um lado prazeroso.    

Em quais áreas precisamos ter coragem?

Principalmente quando tenho minha vida em risco. Pensar em trazer uma vida ao mundo, gerar uma vida precisa de coragem. A falta de empatia que estamos tendo, uma geração totalmente sem amor ao próximo, filhos matando pais, crianças matando crianças. Hoje, pensar na construção de uma família é um ato de coragem.  

Quem tem mais coragem no dia a dia, homem ou mulher?

Isso é muito cultural. Na nossa cultura, a mulher ainda é responsável pela educação, cuidado e alimentação dos filhos. Ela é mais exigida a ter coragem. Embora o homem possa ter que trabalhar duas vezes mais para sustentar os filhos, é a mulher quem abre mão da sua profissão para cuidar das crianças. A mulher tem mais coragem? Não. Mas, socialmente, é exigido isso dela. 

Qual a área mais difícil para ter coragem? 

Não existe, vai depender dos valores e objetivos de vida de cada um. Não tem um lado que eu precise mais coragem. Tem uma situação que me exige isso.    

Como aplicar isso no dia a dia?

Quando minha sobrevivência está em risco, minha coragem aflora. De acordo com a situação, a coragem vem. Mas quando se tem uma boa saúde mental, clareza de pensamento, bons princípios e valores, você terá um discernimento do que é ético e moral. 

O que faz uma pessoa desistir?

Acho que é a zona de conforto e o medo de desafios. Quando tenho alguém que luta por mim, não preciso lançar mão da minha coragem.   

É preciso saber a hora de desistir?

Sim. Preciso perceber o que é persistência, coragem, e o que é teimosia. A teimosia é muito egocêntrica. Ela me afasta da coragem, da persistência. O indivíduo teimoso vira muito egoísta e põe tudo por água abaixo.


QUEM É


Alessandra Augusto

  • É psicóloga, palestrante e especialista em Terapia Sistêmica.
  • Atualmente é pós-graduanda em Terapia Cognitiva Comportamental e em Neuropsicopedagogia.
  • É a autora do capítulo “Como um Familiar ou Amigo Pode Ajudar?”, do livro “É Possível Sonhar. O Câncer Não é Maior Que Você”. O livro foi lançado em janeiro e está à venda nas livrarias.
  • Alessandra também é voluntária do projeto Justiceiras, que atua no combate à violência contra mulher.

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