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Cidades

Conheça Maria, o robô que ajuda crianças especiais

Por meio da projeção de jogos educativos em uma mesa ou no chão, equipamento interage com pacientes enquanto eles realizam terapias


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O professor João Antônio Panceri trabalhou na criação da Maria T21 durante sua pesquisa de doutorado |  Foto: Leone Iglesias/AT

Para contribuir com o desenvolvimento de habilidades sociais, psicomotoras e cognitivas de crianças com síndrome de Down e Transtorno do Espectro Autista (TEA), a robô capixaba Maria T21 é a febre do Reconecta, principal evento de inclusão e acessibilidade do Espírito Santo.

Por meio da projeção de jogos educativos em uma mesa ou no chão, a robô interage com as crianças enquanto elas realizam terapias tradicionais. Atualmente, o projeto atende crianças da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Vitória.

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O professor João Antônio Panceri trabalhou na criação da Maria T21 durante a pesquisa de doutorado em Engenharia Elétrica, na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), desde 2020. Para ele, expandir o alcance do projeto e auxiliar crianças com TEA e síndrome de Down são motivos de orgulho.

“Maria é uma robô social, construída para interagir com crianças com TEA e com síndrome de Down. A criança com TEA, por exemplo, tem hipersensibilidade dos sentidos. Processar o rosto humano pode ser difícil e, com a robô, isso não acontece, ainda mais porque as crianças têm afinidade com a tecnologia e com o mundo da fantasia”.

O pesquisador exemplifica, ainda, que crianças com TEA chegam a vencer o receio de abraçar humanos. “A Maria pede um abraço e a criança dá, o que ela não faria com um humano. Depois de abraçar a robô, o terapeuta pede um abraço e a criança tende a se sentir mais confortável e a vencer o receio”.

A consultora técnica em Educação da Federação das Apaes do Estado do Espírito Santo (Feapaes-ES), Claudia Moura, conta que o robô também pode proporcionar ótimos ganhos quando inserido no contexto educacional.

“A Maria entra como um recurso para a interação cognitiva e social. No contexto educacional, podemos criar a gamificação, o diálogo e histórias sociais. É uma ferramenta que chamamos de tecnologia assistiva, ou seja, um dispositivo que pode prover assistência e melhorar a qualidade de vida de pessoas com deficiência”.

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|  Foto: Leone Iglesias/AT

Procuradora do Ministério Público do Trabalho no Espírito Santo (MPT-ES), Fernanda Barreto Naves pontua a relevância do Reconecta para a sociedade capixaba. “Buscamos a sensibilização da sociedade para acabarmos com os preconceitos e estigmas em relação às pessoas com deficiência. Precisamos trazer visibilidade ao debate”.

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|  Foto: Leone Iglesias/AT

Realizado na Enseada do Suá, em Vitória, o evento - que termina nesta quinta-feira (07) - é aberto ao público.

Conhecer novidades

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Mirian Coelho e seu filho, Guilherme |  Foto: Leone Iglesias/AT

A técnica em Enfermagem Mirian Coelho, 43, foi ao Reconecta para acompanhar os debates sobre acessibilidade e inclusão, junto ao filho Guilherme, 10. Mirian reforçou a importância da tecnologia assistiva para a qualidade de vida das crianças com deficiência.

“Meu filho teve paralisia cerebral e, por isso, não anda e não fala. Ele precisa dessas tecnologias para aprender a se comunicar. Ele não fala, mas entende muito bem. Para mim, trazer inclusão para todas as crianças com deficiência é algo que beneficia famílias inteiras”.

Visita para ouvir palestras

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Karla Costa e a filha, Ana Luiza Costa |  Foto: Leone Iglesias/AT

A dona de casa Karla Costa, 39, levou a filha Ana Luiza Costa, 7, que vive com paralisia cerebral, para o terceiro dia da programação do Reconecta. Ela reitera a importância de difundir a discussão sobre acessibilidade para a sociedade.

“Expandir o debate sobre inclusão, acessibilidade e capacitismo é algo que irá beneficiar minha filha e outros milhares de capixabas. Temos muita dificuldade em relação à inclusão. O que mais me interessou no evento foram as palestras”.

Busca de oportunidade

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|  Foto: Leone Iglesias/AT

O atendente e auxiliar de administração Edson Félix Silva, 35, compareceu ao evento para acompanhar as palestras e, principalmente, buscar uma oportunidade de emprego.

Desempregado há três meses, Edson elogia a iniciativa de sensibilização dos empregadores em relação à inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho.

“Visibilizar a discussão ao mercado de trabalho é essencial para avançarmos na inclusão. Vim de Viana até aqui para me candidatar a vagas de emprego”.


Programação desta quinta-feira (07)

Auditório

14h30 – Vanderson Roberto Pedruzzi Gaburo – A pessoa com deficiência e o acesso ao mundo do trabalho: a estratégia do emprego apoiado.

15h30 – Lidiane da Penha Segal e Carolina Duarte Gava – Reinserção no mercado de trabalho pela reabilitação profissional do INSS.

16h30 – Rômulo Junio Soares – Importância da Contratação e Inclusão da Pessoa com Deficiência no Ambiente de Trabalho.

17h30 – Mesa de debates com os palestrantes do dia – Mediação: Beethoven Brasileiro (ABRH/ES).

Toda a programação está no site, clicando aqui.

Fonte: MPT/ES, Feapaes e Condef.

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