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Cidades

Conheça histórias da freira que pode se tornar a 1ª santa capixaba

Cachoeirense irmã Cleusa Coelho, que foi assassinada em 1985, aos 52 anos, lutava pelas causas indígenas no Amazonas


Imagem ilustrativa da imagem Conheça histórias da freira que pode se tornar a 1ª santa capixaba
Catedral de São Pedro, em Cachoeiro de Itapemirim, cidade natal de irmã Cleusa. |  Foto: Divulgação e Acervo de Família

Natural de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Estado, irmã Cleusa Carolina Rody Coelho tinha 52 anos quando foi assassinada, em 28 de abril de 1985, época em que atuava em defesa dos indígenas e em busca da paz em Lábrea, às margens do rio Paciá, no Amazonas. 

Por causa do seu trabalho nas tribos amazônicas com os portadores de hanseníase e com os presidiários, em 2019 foi considerada mártir da Igreja Católica pelo papa Francisco e pode ser tornar a primeira santa capixaba, segundo a irmã caçula da religiosa, a dona de casa Ana Lúcia Rody Coelho.

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 “Ela falava daquele povo, do Amazonas, do trabalho dela lá com os hansenianos, os presidiários. A vida dela era isso aí”, conta Ana Lúcia.  De acordo com a historiadora e escritora Rosalina Menegheti, que escreveu um livro sobre a vida de irmã Cleusa, a freira vivia em uma região de conflito entre indígenas e comerciantes.

 Após a morte da família de um índio amigo da irmã, ela foi até a aldeia para que não acontecesse uma vingança. No caminho de volta, encontrou um índio, que seria o autor das outras mortes. 

“Vendo o homem, disse ao canoeiro que a acompanhava: ‘Caia na água, meu filho, que você tem filhos para criar!’”. Ainda segundo Rosalina, a freira foi assassinada com disparos de arma de fogo, golpes de facão e pauladas.

 “Ouviram-se vozes, disparos e, minutos mais tarde, silêncio. O  corpo dela foi encontrado dias depois com fraturas nas costelas, traumatismo craniano, fratura da coluna vertebral, amputação do braço direito e balas no tórax”. 

Já a irmã Josefina Casagrande, que colabora no processo de beatificação da capixaba, estava no Amazonas na ocasião. “Conheci quando eu era jovem, quando me enviaram para Lábrea pela segunda vez. Fui feliz porque iria morar com ela. Mas foram poucos dias, porque logo ela foi assassinada”.

 “Algo dentro de mim dizia que aquela morte daria frutos.  A morte dela fortaleceu a esperança do povo. A área indígena foi reconhecida e demarcada. Os povos indígenas se organizam para lutar por seus direitos. O testemunho dela fortalece a fé de muitas pessoas. A partir do testemunho dela, há mais união entre os povos indígenas daquela região”. 


Infância e juventude na igreja

Irmã Cleusa nasceu em 1933, no dia 12 de novembro. Viveu os primeiros anos no bairro Baiminas, em Cachoeiro de Itapemirim, com seus seis irmãos. 

Mesmo podendo optar pela carreira de professora, decidiu abraçar a vida religiosa em 1953, quando fez seus primeiros votos, na comunidade de Ilha das Flores, no Rio de Janeiro. 

Um ano depois, aos 21 anos, foi designada para a reabertura da Casa da Missão Lábrea, onde foi fundado o Educandário Santa Rita. Em 1956, foi transferida para Colatina, onde fez os votos perpétuos. 

Em 1979, veio sua última transferência, e seu destino era Lábrea. Voltava para assumir a direção do educandário.

O engajamento com a causa indígena se tornou mais forte em 1982,  época em que a Prelazia de Lábrea resolveu se assumir como Pastoral Indigenista. A partir daí, foi representante desse grupo no Conselho Missionário Indígena. 

Missionária agostiniana que ajudou na roteirização do documentário “Irmã Cleuza – Mártir da Causa Indígena”, Luzelena Ana Zandonadi conta que admirava o modo de atuação de irmã Cleuza.  

“À margem dos igarapés do Amazonas, ela sentava e fazia sua evangelização com encenação para crianças e adultos”.


Caminhos para conquistar título

O processo de beatificação de irmã Cleusa foi iniciado no dia 2 de junho de 1991. De acordo com informações da Arquidiocese de Vitória, antigamente, somente o Papa podia promover uma causa de canonização, mas, hoje em dia, bispos têm autoridade para isso. 

Portanto, em qualquer diocese do mundo pode-se iniciar uma causa de canonização. Para cada causa é escolhido pelo bispo um postulador, espécie de advogado, que tem a tarefa de investigar detalhadamente a vida do candidato para conhecer sua santidade. 

Quando a causa é iniciada, o candidato recebe o título de Servo de Deus. O primeiro processo é o das virtudes ou martírio. Este é o passo mais demorado, porque o postulador deve investigar minuciosamente a vida do Servo de Deus. 

Em se tratando de um mártir, devem ser estudadas as circunstâncias que envolveram sua morte para comprovar se houve realmente o martírio. 

Ao terminar este processo, a pessoa é considerada venerável. O segundo processo é o milagre da beatificação. Para se tornar beato é necessário comprovar um milagre ocorrido por sua intercessão. 

No caso dos mártires igual irmã Cleuza, não é necessária a comprovação de milagre.  Ao fim do processo, a pessoa é considerada beata ou bem-aventurada. 

O terceiro e último processo é o milagre de canonização. Este tem que ter ocorrido após a beatificação. Comprovado o milagre, o beato é canonizado e passa a ser proclamado santo.


FIQUE POR DENTRO

 Histórico da canonização

1985 – 28 de agosto: Irmã Cleusa é assassinada no rio Paciá, no Amazonas. 

1990 – A superiora geral, madre Rosa Lopez, pede para abrir o processo de canonização.

1991 – 8 de fevereiro: A Santa Sé autoriza abrir o processo.

1991 – 2 de junho: O processo diocesano é aberto na Catedral Metropolitana de Vitória

1993 – 25 de abril: Encerra-se o processo diocesano na Catedral de Vitória.

1993 a 2016: Tempo de estudo e esclarecimentos.

2016: Retomada do processo para adequá-lo às novas orientações da Santa Sé, em Roma.

2019: Durante o Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia, em Roma, no dia 25, irmã Cleusa foi homenageada como alguém que entregou a vida pelos povos indígenas e foi considerada mártir da Igreja Católica.

Fonte: Pesquisa AT.

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