"Como é bom ver os meus filhos", diz músico que venceu o alcoolismo
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Após viver sete anos nas ruas de Vitória, o violonista Elias Belmiro, de 52 anos, conseguiu dar a volta por cima e hoje luta para se manter sóbrio.
A Tribuna – Como era sua carreira antes de se tornar um dependente?
Elias Belmiro – Eu gravei discos interpretando a obra de Heitor Villa-Lobos, fui professor da Faculdade de Música do Espírito Santo (Fames) e até toquei com a Orquestra Sinfônica do Espírito Santo (Oses). Também dei aulas para crianças no Cajun e chegamos a montar uma orquestra. Viajei para países como Alemanha, Itália e Espanha.
Como percebeu que o consumo do álcool era um problema?
Não sei explicar quando o consumo de álcool se tornou um problema na minha vida. Bebia cerveja normal. O que sei te falar é que eu odeio bebida. Eu tinha horror a beber, porque sabia que no outro dia beberia de novo. Não compreendia, mas já era alcoólatra. Perdi bens, casamento, emprego. Eu me atenho em pensar no motivo que vim ao mundo. Acredito que estou aqui para servir com o talento que Deus me emprestou.
Como têm sido seus dias após sair das ruas?
Estou morando na casa de um amigo e estou sendo acompanhado no Centro de Atenção Psicossocial (Caps), em Vitória. Estou procurando um emprego, mas agora, na pandemia, está difícil. Fui convidado pelo maestro Helder Trefzger para tocar com a Orquestra Sinfônica.
Eu sei que terei de brigar com o alcoolismo pelo resto da vida. Se eu beber uma gota de álcool, o dragão desperta. Eu passo pelas pessoas que estão na rua e peço a Deus por elas. Hoje, estou feliz! Como é bom estar sóbrio e poder ver meus filhos!
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