Chuvas no ES: “Só sobrou o canudo do meu diploma”, diz advogada
A família da advogada Carla Joana Magnago, de 28 anos, foi uma das atingidas pela enxurrada na cidade de Alfredo Chaves, na última sexta-feira.
Ela disse que, da casa onde a mãe morava, só sobrou o canudo do diploma do curso de Direito. “A maioria dos móveis e objetos da minha casa eu não sei onde foi parar. Só sobrou o canudo do meu diploma, porque o papel que estava dentro foi levado pela lama”, relatou.
A mãe de Carla morava no bairro Portal dos Imigrantes. Toda a família dela mora no município. O pai dela, que mora em uma região montanhosa da cidade, viu a enxurrada descendo em direção ao centro do município.
“Ele me ligou perguntando pela família da minha mãe. Eu liguei para ela avisando. Por isso eles conseguiram escapar e foram para uma região mais alta. Trinta minutos depois o bairro ficou submerso”, contou.
Atualmente, Carla mora sozinha em Vitória. A mãe e o restante da família continuam em Alfredo Chaves. São cerca de 50 pessoas da família, contando parentes de primeiro e segundo grau.
“Eu consegui alugar um apartamento para minha mãe na cidade mesmo, porque ela trabalha lá e não pode vir para Vitória. Mas ela disse que para a nossa casa ela não retorna. O trauma é grande”, disse.
A advogada contou que ficou assustada com a força da água. Na casa da mãe dela, a lama chegou no batente da porta no primeiro andar.
Ela ainda reforçou que tudo o que os moradores têm está chegando de doações. “O comércio local foi devastado. O único pronto atendimento que tinha foi carregado, a escola ficou inundada. O município tem infraestrutura modesta.
“O que foi preocupante é a força da água. Dessa vez tivemos vítimas fatais. Levou ponte, construções. Muitos conhecidos meus que são lojistas disseram que não querem ficar na cidade. Para eles acabou tudo”, desabafou.
Comentários