Casa onde crianças morreram teve incêndio no ano passado
A casa onde os irmãos Ícaro, de 6 anos, e Israel, de 5 anos, morreram carbonizados já havia sido local de incêndio no ano passado. A informação foi passada por um vizinho aos militares do Corpo de Bombeiros, durante os trabalhos de perícia, nesta segunda-feira (16).
"Foi uma informação que um vizinho passou, que há cerca de um ano a geladeira da residência pegou fogo. Já demonstra que as instalações elétricas eram precárias. Ele passou isso para o perito que vai avaliar as causas", informou a tenente Andressa, do Corpo de Bombeiros.
A perícia do Corpo de Bombeiros, que vai apontar a causa do incêndio deve ficar pronta em 20 dias, podendo esse prazo ser prorrogado por mais 20 dias. Mas, inicialmente, foram constatados problemas elétricos na residência, conforme a tenente.
Entre eles, estão a ausência de disjuntor e a presença de ligações irregulares, os chamados gatos de energia.
Além da perícia do Corpo de Bombeiros, há ainda o trabalho da Polícia Civil, que apura a causa da morte das crianças.
Em nota, a Polícia Civil informou que a mãe das crianças foi encaminhada à Delegacia Regional da Serra, onde foi ouvida e liberada.
"O caso seguirá sob investigação da Divisão de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) de Serra e, para que a apuração não seja prejudicada, outras informações não serão repassadas", disse.
Os corpos das vítimas foram encaminhados para o Departamento Médico Legal (DML) de Vitória.
A Defesa Civil da Serra realizou vistoria no imóvel, após o incêndio. A prefeitura informou, em nota, que, além dos danos estruturais relevantes, foram constatados destelhamento provocado pelo incêndio, paredes com rachaduras, rede elétrica exposta e muito precária.
"Além da análise estrutural, a equipe foi à residência com a assistência social para realização de diagnóstico. O objetivo é acolher a família", informou a prefeitura.
Irmã e avó se queimaram ao tentar salvar crianças
Antes de deixar a casa, a adolescente, de 15 anos, e a avó das crianças tentaram salvar os dois irmãos do incêndio. No entanto, o fogo estava confinado no quarto onde as duas vítimas dormiam.
"O telhado se rompeu, isso trouxe mais oxigênio e isso aumentou as a altura das chamas. O telhado caiu na cama, onde estavam as crianças. Tinha partes de telhado ali na cama, cobrindo elas. A avó e a adolescente tentaram ir até o quarto, mas não conseguiram. Elas queimaram parte do rosto e do cabelo", explicou a tenente Andressa, do Corpo de Bombeiros.
No quarto onde os meninos dormiam, havia trouxas de roupas, que serviram como combustível para alimentar o fogo, informa a tenente.
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