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Cidades

Capixaba rege concerto em Milão

A maestrina Alice Nascimento esteve no Santuário di Santa Maria dei Miracoli e disse que se sentiu honrada com o convite


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Imagem ilustrativa da imagem Capixaba rege concerto em Milão
Alice durante concerto no Santuário di Santa Maria dei Miracoli |  Foto: Divulgação

A capixaba Alice Nascimento, de 44 anos, brilhou internacionalmente. Ela regeu, no dia 8 deste mês, um concerto no Santuário di Santa Maria dei Miracoli, na Itália.

Alice é bacharel em piano, fez curso de canto lírico, é mestre em regência e maestrina regente da Filarmônica de Mulheres do Espírito Santo desde 2019.

O concerto na Itália contou com o patrocínio da Prefeitura de Milão e foi promovido pela Rede Culturale Cantosospeso.

A moradora de Vitória contou que o convite para se apresentar na cidade italiana veio da organização dos eventos que marcaram as homenagens ao maestro brasileiro Martinho Lutero, morto em 2020.

Imagem ilustrativa da imagem Capixaba rege concerto em Milão
Alice Nascimento é regente da Filarmônica de Mulheres do Espírito Santo |  Foto: Divulgação

O maestro foi o criador da Rede Cultural Luther King, em São Paulo, da Associação Cultural Tchova Xita Duma, em Maputo, e do Coro Cantosospeso, além de ter sido professor no Istituto di Musicologia di Milano e na Libera Università di Lingue e Comunicazione, ambos também em Milão.

“Me senti muito honrada pelo convite. Milão é um das principais cidades da música clássica. Nós também podemos comandar”, disse. Em um mundo dominado por regentes homens, a maestrina conta sobre a sua trajetória e os desafios para formar a orquestra.

Para Alice, além de música, a filarmônica tem como objetivo mostrar o poder e a capacidade da mulher.

“A Filarmônica de Mulheres do Espírito Santo por si só já é um impacto para a sociedade. Não é a ‘regra’, a ‘norma’ e não é o comum. Convidamos a sociedade para uma reflexão de que a mulher pode e deve ocupar o espaço que ela deseja de forma emancipada sem ter um homem por trás comandando. Nós também podemos comandar”, afirmou.

Alice também destacou a importância da orquestra em meio a tantos casos de violência contra a mulher. “Esta orquestra é para fazer música, mas também é para que a sociedade que mata e bate em tantas mulheres e na qual os companheiros praticam tanta violência reflita. Enquanto não falarmos sobre isso, não vamos conseguir mudar esses índices de violência, e o objetivo da orquestra também é mostrar que essas mulheres têm sonhos e que podem exercer liderança”.

De acordo com Alice, o projeto procura quebrar os desafios criados pelo mundo da música. “A filarmônica é um exemplo do protagonismo feminino. É uma maneira de mostrar o que de fato é o empoderamento”.

“Meu sonho agora é divulgar a nossa música capixaba”

A Tribuna- Como se sentiu quando soube que iria reger um concerto em Milão?

Alice Nascimento- Me senti muito honrada. Levei tempo para acreditar, fiquei muito feliz por representar as mulheres, o nosso Estado.

Como a música clássica entrou na sua vida?

Quando eu tinha cinco anos, vi uma moça tocando piano em uma igreja e aquilo ficou muito forte em mim. Aos 17 entrei nesse meio e não saí mais.

Após Milão, tem vontade de reger em qual lugar?

Meu sonho agora é trazer nossas mulheres da Filarmônica para Milão. Meu sonho agora é divulgar a nossa música capixaba, a nossa cultura. Vamos batalhar para isso acontecer!

Qual foi o maior desafio para começar na música clássica?

O maior desafio foi começar a estudar. Eu demorei a ter oportunidades e condições. Mas a vida me levou para caminhos que pude realizar meus sonhos.

Qual conselho que você deixa para os jovens que querem viver de música clássica?

O principal é estudar, estudar e muito. Existem vários projetos e cursos gratuitos. Além disso, viver no meio e se aproximar de pessoas boas do meio.

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