Capixaba entre os 50 melhores do mundo
Helder Guastti é o único brasileiro entre os finalistas do Global Teacher Prize. Os vencedores serão anunciados dia 14 deste mês
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Professor de Língua Portuguesa nas redes municipais de João Neiva e Aracruz, na região Norte do Estado, Helder Guastti, de 37 anos, é o único brasileiro entre os finalistas do Global Teacher Prize, prêmio internacionalmente reconhecido como o “Nobel da Educação”. Os vencedores serão anunciados no próximo dia 14, em Dubai.
Criado em uma família de professores, o educador revelou que a pedagogia não foi sua escolha inicial, mas sua trajetória mudou ao atuar como auxiliar de secretaria escolar.
O capixaba foi selecionado entre cinco mil inscritos de 89 países. Em um depoimento emocionante, expressou gratidão aos alunos, carinhosamente chamados de “monstrinhos”.
“Agradeço pelo apoio e pelas lições que recebo todos os dias, especialmente por me ensinarem a encontrar meus próprios valores. Apaixonei-me pelo ambiente escolar e decidi ser professor”, disse.
“Minha mãe, uma grande referência para mim, inspirou-me com seu estudo dedicado e seu carinho pelas crianças. Mesmo vindo de uma família de educadores, optei por esse caminho por entender que é o que realmente me realiza. Hoje, não me imagino exercendo outra profissão”.
Inspirado nos princípios do “patrono da educação brasileira”, Paulo Freire, Helder incentiva a participação ativa dos alunos no processo de aprendizagem.
“A sala de aula é um espaço de pertencimento, onde os estudantes podem explorar suas identidades e desenvolver pensamento crítico e criativo. Métodos baseados em empatia e afeto são valores universais que transcendem barreiras culturais e educacionais”.
Helder Guastti acumula prêmios importantes. Em 2024, foi eleito Educador do Ano pelo Prêmio Educador Nota 10 e também recebeu o Prêmio de Inovação e Tecnologia por seu projeto pedagógico.
A iniciativa, intitulada “Como Diz o Outro”, faz referência a uma expressão popular da região onde ele vive. O projeto tem como objetivo resgatar a sabedoria popular e refletir sobre como a cultura é construída coletivamente.
Reconhecido por sua abordagem inovadora no ensino, tornou-se um dos nomes mais influentes da educação pública no Brasil. Em 2024, foi eleito Educador do Ano pelo Prêmio Educador Nota 10 e também recebeu o Prêmio de Inovação e Tecnologia.
A Tribuna: Como você vê o impacto da educação pública no Brasil?
Helder Guastti: "Acredito no poder transformador da educação pública. Mesmo com desafios, vejo professores comprometidos e estudantes cheios de potencial. Investir na escola pública é investir no futuro do País. Precisamos valorizar nossos educadores e proporcionar melhores condições de ensino e aprendizagem".
Você esperava estar entre os finalistas do Global Teacher Prize?
"Foi uma surpresa imensa! Sabemos que existem educadores incríveis pelo mundo, e estar entre os finalistas é um reconhecimento não só do meu trabalho, mas da educação pública brasileira. Esse prêmio mostra que nossas escolas são espaços de inovação e transformação".
Seu projeto pedagógico “Como Diz o Outro” resgata a sabedoria popular. Como surgiu essa ideia?
"Nasci e cresci ouvindo expressões regionais que carregam muita história. Quando percebi que os alunos estavam perdendo esse vínculo cultural, vi uma oportunidade de trabalhar a identidade e o pertencimento dentro da sala de aula. O projeto incentiva a valorização da cultura local e o entendimento de que a linguagem é viva e construída coletivamente".
Você cresceu em uma família de professores. Isso influenciou sua escolha profissional?
"Sem dúvida! No começo, não pensava em seguir essa carreira, mas o ambiente escolar sempre esteve presente na minha vida. Minha mãe foi minha grande inspiração. Ao começar a trabalhar na escola, descobri que ensinar é muito mais do que transmitir conhecimento. É criar laços, despertar curiosidade e transformar vidas".
O que significa para você representar o Brasil nessa premiação?
"É uma honra imensa! Quero que essa conquista sirva de inspiração para outros professores e mostre que a educação brasileira tem muito a oferecer. Independentemente do resultado final, o mais importante é que o trabalho dos educadores brasileiros esteja sendo reconhecido internacionalmente".
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