Capixaba eleita a mais bela do mundo diz que sofreu bullying na adolescência
Com 1,86 de altura, Eduarda Braum, a Miss Supranational 2025, era alvo de comentários e apelidos maldosos
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Visualizar o mundo a 1,86 m de altura pode ter sido um dos motivos que levaram a capixaba Eduarda Braum, 24, a fazer história ao ser eleita Miss Supranational 2025. Mas ser alta nem sempre foi algo visto como uma qualidade por aqueles que estavam ao seu redor.
“Desde muito nova sempre fui muito alta e, por isso, já recebi apelidos e comentários que me incomodavam. Na infância e adolescência, isso era um desafio. Às vezes me sentia diferente demais. Mas, com o tempo, fui entendendo que aquilo que me fazia diferente era, na verdade, a minha força”, afirma em bate-papo com A Tribuna.
Responsável pela primeira vitória do Brasil no Miss Supranational, um dos principais concursos de beleza feminina do mundo, Eduarda lembra de situações que enfrentou ao longo da vida.
“Foram vários desafios. Desde encontrar roupas que sirvam bem, se sentir confortável em alguns ambientes, até lidar com os olhares e os julgamentos”.
Para ela, o título de Miss Supranational, revelado no último dia 27, em Maloposka, na Polônia, foi conquistado não só por conta de sua estatura, mas também por outras qualidades que a capixaba acredita ter.
“No fim, aprendi a abraçar isso. E hoje entendo que a minha altura foi, sim, um dos pontos a meu favor no concurso. Claro que não foi só isso, mas somado a outros atributos – como comunicação, conhecimento, presença – se tornou um diferencial”.
Natural de Afonso Cláudio, na região Serrana do Estado, Eduarda é formada em Letras e Pedagogia e atua como influenciadora digital, modelo, apresentadora e educadora. Uma das favoritas desde o início, ela desbancou outras 65 candidatas de todo o mundo.
“Esse prêmio é de Afonso Cláudio, do Espírito Santo e do Brasil inteiro. Sinto que levo comigo o nome de todos que torceram, acreditaram e fizeram parte dessa trajetória”, salienta.
Eduarda já havia representado o Espírito Santo no Miss Universe Brasil 2021 e ficou entre as 10 finalistas.
Por meio de suas redes sociais, ela incentiva mulheres a conquistarem a autoconfiança.
Eduarda Braum, Miss Supranational 2025: “O sonho virou realidade”
A Tribuna - Imaginava que iria desbancar 65 candidatas?
Eduarda Braum - Foi minha primeira experiência internacional, sabia que não seria fácil. Mas, desde que conquistei o título nacional, passei um ano me preparando para esse momento. Estudei passarela, oratória, conhecimentos gerais, estilo, cuidei da minha saúde física e mental… Tudo isso me deu confiança.
Então, quando cheguei no Miss Supranational, só coloquei em prática tudo que tinha treinado. Fui eu mesma. Acredito que o meu diferencial foi essa capacidade de criar conexões genuínas com as pessoas.
É de Afonso Cláudio. Quer inspirar meninas do interior?
Com certeza. Isso é uma das coisas que mais me orgulham, porque mostra que não importa de onde você veio — se você trabalhar duro, tiver disciplina, foco e determinação, tudo é possível. Quero ser esse lembrete de que elas podem, sim, ir além, criar novas histórias e conquistar sonhos — seja no mundo da beleza ou em qualquer outra área.
O que essa vitória representa?
É um símbolo de superação e de coragem. Supernational significa ultrapassar fronteiras — e é isso que eu quero inspirar: ultrapassar os limites, enfrentar os medos, sem esquecer suas raízes.
Quem são suas maiores inspirações no universo feminino?
São mulheres que lutam todos os dias para transformar suas realidades. Minhas referências são mulheres fortes, que têm propósito e que não se deixam limitar. E, claro, minha mãe é uma das maiores. Ela sempre me ensinou o valor do esforço, da fé e da coragem.
A beleza já foi um fardo?
Nunca foi. Ela pode abrir portas, mas o que realmente importa é o que a gente faz depois que essas portas se abrem. Minha trajetória vai muito além da beleza física — é sobre a beleza interior, propósito e conexões verdadeiras.
Já passou por algum procedimento estético? Faria algum?
Até hoje, não fiz grandes procedimentos. Mas acredito que, se for algo que me faça bem, com responsabilidade e equilíbrio, não teria problema em fazer. O mais importante é se sentir bem consigo mesma.
Está comprometida. Seu parceiro é mais alto que você?
Ele é do meu tamanho. É uma pessoa especial, que esteve comigo desde o início da minha preparação, me apoiando, incentivando e vibrando com cada conquista.
Como tem sido a experiência na Polônia?
Inesquecível! Ficamos três semanas em confinamento, conhecendo várias regiões da Polônia. Claro que estar em um país com uma cultura e uma língua diferente é um desafio. Mesmo estudando inglês, o dia a dia é outra coisa. Passei alguns perrengues no começo, mas fui aprendendo e me adaptando.
Hoje, tenho ainda mais vontade de dominar o inglês por completo — afinal, como Miss Supranational, vou representar o Brasil em muitos países.
E a rotina após vencer o Miss Supranational?
Muito corrida e intensa (risos)! Ainda estamos organizando tudo, entendendo essa nova fase. Mas estou muito animada, vivendo com o coração cheio de gratidão. A equipe internacional tem me dado muito suporte.
Ganhou um prêmio em dinheiro. Já sabe o que vai fazer com ele?
Sim, ele vai me ajudar a realizar muitos planos pessoais e profissionais. É uma recompensa por tudo que investi para chegar até aqui. Foram anos de dedicação.
Já tem data para voltar ao Brasil? Como imagina a chegada em sua cidade natal?
Provavelmente, devo voltar entre os dias 15 e 20. Estou muito animada, porque sei que minha cidade está me esperando com muito carinho. Vai ser um momento especial e emocionante, sem dúvidas.
Qual é o próximo passo?
Agora é planejar bem todos os compromissos da agenda internacional. Ser miss é um trabalho — e quero fazê-lo com excelência. Quero continuar crescendo, aproveitando cada oportunidade, representando bem o Brasil pelo mundo. O sonho virou realidade, e agora começa uma nova jornada. Vou dar o meu melhor, como sempre fiz.
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