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Cidades

Capixaba consegue sentir gosto, cheiro e textura do som

Ana Eulália é de São Gabriel da Palha, Norte do Estado, e tem sinestesia. A jovem conta como é viver com uma condição raríssima


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Imagem ilustrativa da imagem Capixaba consegue sentir gosto, cheiro e textura do som
Capixaba Ana Eulália faz vídeos explicando o que é sinestesia |  Foto: Reprodução Instagram

Uma jovem capixaba que tem sensações bem diferentes ao ler livros, ouvir músicas ou mesmo escutar a voz de algumas pessoas. A universitária e artista Ana Eulália, de 19 anos, possui uma condição neurológica bem rara chamada sinestesia, que atinge uma pessoa a cada 2 mil. 

O caso da estudante de Biologia da Ufes gerou bastante repercussão nas redes sociais, após a publicação de um vídeo que tem mais de 20 milhões de visualizações. Nas redes sociais, Ana Eulália já tem mais de 1 milhão de seguidores após falar sobre a sinestesia.

Ana descobriu sua condição quando tinha 14 anos, em uma festa com um amigo. “Estava em uma festa, e numa determinada parte de uma música falei para meu amigo que era ‘muito rosa, macia e quente’, e perguntei o que ele achava. Ele não entendeu nada e foi aí que descobri que nem todo mundo era assim”, contou no domingo para a reportagem de A Tribuna.

Foi então que ela pesquisou sobre o estava sentindo. “Após esse fato e descobrir a palavra sinestesia, comecei a entender melhor o que estava acontecendo”. 

A jovem afirma que consegue "ouvir" cores ou "ver" tipos de sons. “O sentido que mais me provoca sensações é ouvir. As vozes femininas tendem a ser mais doces e as masculinas mais salgadas e amargas. Dependendo da música, sinto também os instrumentos na minha pele, como se estivesse encostando em mim”, relata.

Ela diz que fica feliz que o assunto esteja sendo mais divulgado após seu vídeo na internet.

“É uma coisa que a gente não ouve muito falar. Quem tem acaba achando que é normal. O vídeo foi principalmente para informar sobre a sinestesia”, diz.

@thegirlandthegreen Já ouviu falar de sinestesia? :) #foryou #fy #psicologia #sinestesia #neurologia #psiquiatria #ciencia #neuro #musica ♬ som original - Ana Eulália

A sinestesia foi descrita pela primeira vez em 1690, pelo filósofo John Locke, que relatou o caso de um cego que percebeu o que era a cor vermelha pelo som de uma trompa. Na medicina, o primeiro caso registrado de sinestesia se deu em 1922 com uma criança de quatro anos de idade.

A sinestesia é um fenômeno relativamente raro, que provavelmente afeta em torno de 4% da população, ou uma cada 25 mil pessoas, de acordo com especialistas.

Entre os sinestetas famosos, estão o compositor francês Claude Debussy, o artista plástico russo Wassily Kandinsky e a cantora e compositora islandesa Björk.

Sinestesia não é nem defeito e nem doença, diz especialista

Para o neurocirurgião e neurologista do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, Wanderley Cerqueira de Lima,  apesar de especial, a sinestesia é apenas uma característica diferenciada que alguns grupos possuem, assim como a visão periférica e o ouvido absoluto. De maneira nenhuma deve ser considerada doença ou defeito.

 "Pelo contrário, quem dera eu também fosse um sinesteta (nome dado a quem desenvolve a característica da sinestesia). Deve ser uma visão de mundo muito rica, interessante", afirma o médico em entrevista ao site Uol sobre o caso da capixaba Ana Eulália, de 19 anos. 

Segundo o neurologista, existem mais de 50 tipos diferentes de sinestesia, sendo o mais comum a sinestesia audiovisual, em que a pessoa "enxerga" sons ou ouve sons saídos de imagens e cores. 

Apesar de se apresentar mais comumente em pessoas do espectro autista, ela é frequente em artistas, músicos e poetas. 

Na sinestesia, as sensações ocorrem ao mesmo tempo, sem que uma substitua outra. Há sempre uma adição, nunca uma troca. 

Em muitos casos, segundo Cerqueira de Lima, a sinestesia pode preocupar a pessoa com essa qualidade, que passa a achar que tem algo de "errado" com ela.

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