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Cidades

Cachorra "alimentada" com bitucas de cigarro é resgatada, mas morre com câncer

Tutores alimentavam a cachorra da raça shih-tzu com bitucas de cigarro. Animal chegou a ser resgatado e receber tratamento, mas não resistiu


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Imagem ilustrativa da imagem Cachorra "alimentada" com bitucas de cigarro é resgatada, mas morre com câncer
Casal dava bitucas de cigarro para cadela comer e animal morre com câncer e doenças no fígado, rins e pâncreas em Santos |  Foto: ONG Viva Bicho

Uma cachorra de 6 anos, que era alimentada pelos tutores, com bitucas de cigarro, morreu durante um tratamento contra uma série de problemas descobertos quando ela foi resgatada para ser colocada para adoção. 

A situação aconteceu em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Os tutores só serviam bitucas para o animal se alimentar. 

A shih-tzu, que era chamada de Cacau, teve câncer de mama e danos no fígado, pâncreas e rins, além de sarna negra (lepra canina). O caso comoveu muitos moradores do bairro Princesa, onde a cachorra foi encontrada. As informações são do g1.

As informações foram passadas por uma mulher que não quis ser identificada, mas que iria adotar Cacau assim que ela se recuperasse.

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De acordo com ela, quando soube da situação da cadela, ela pediu para duas protetoras animais fossem buscar o animal na casa dos tutores, no bairro Princesa. Uma das protetoras relatou ao g1 ter se deparado com uma "cena crítica" ao chegar no imóvel.

Imagem ilustrativa da imagem Cachorra "alimentada" com bitucas de cigarro é resgatada, mas morre com câncer
Animal desenvolveu vários problemas de saúde que, segundo profissionais, podem ter relação com as bitucas de cigarros que ele comia |  Foto: ONG Viva Bicho

Segundo a protetora, a cachorra estava em "um estado deplorável" e com aparentes problemas de pele. Ela conta que ficou perplexa mesmo com a afirmação dos tutores de que o animal comia bitucas de cigarros.

“A gente estava conversando e ela [a tutora] estava explicando a condição do cachorro, quando falou que a Cacau comia bituca de cigarro. Ficamos sem reação. Como queríamos tirar o animal daquela situação, não questionamos, por medo deles [os tutores] negarem entregar o cachorro”, disse ao g1.

Diante da situação, as protetoras de animais resgataram a cachorra e a levaram imediatamente para uma clínica veterinária. No local, foram solicitados exames de sangue e ultrassonografia, que diagnosticaram vários problemas de saúde.

A clínica que solicitou e analisou os exames afirmou ao g1 que "haviam diversas alterações no estado clínico do animal, que podem sim ter surgido com as bitucas [ingeridas pelo animal], mas nada que aponte ao certo", frisou.

A proterora de animais ressaltou que o custo do tratamento de Cacau seria alto e, por conta disso, levaram a cadela para ser tratada na ONG Viva Bicho, localizada em Santos, também no litoral paulista. No local, ela passou a ser ser chamada de Lisbela e apresentava boa resposta aos estímulos pela recuperação.

“Ela já veio com vários comprometimentos no fígado e tinha uma pancreatite [inflamação do pâncreas] severa, tudo por omissão de socorro. Foi tentado de tudo, mas foi irreversível. A gente tem todas as medicações, as mais modernas do mercado. Mas ela ficou muito tempo sem atendimento. Se tivessem procurado ajuda antes com certeza teriam regularizado a situação dela”, declarou a diretora de bem-estar animal da ONG.

Segundo a protetora de animais, assim que o tratamento começou, o animal não resistiu e acabou morrendo. A protetora acrescentou que não foi feita necropsia por conta do valor.

O g1 conversou com a médica veterinária especializada em necropsia, Rafaela Cassaniga, para confirmar se o motivo da morte de Cacau pode ter relação com os cigarros que foram ingeridos e a especialista disse que sim, mas que só com um exame necroscópico seria possível afirmar.

“Existe uma grande suspeita, porém só um laudo de necropsia poderia confirmar. Por lei, uma pessoa só pode dizer a causa da morte se tiver o resultado da necropsia”, explicou Rafaela.

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