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Cidades

Caçadores de ouro nas praias

Com detectores de metais, eles encontram diversos objetos perdidos, como alianças, cordões, moedas, entre outros


Imagem ilustrativa da imagem Caçadores de ouro nas praias
Elzimar Jafet mostra aparelho para encontrar ouro e outros objetos nas praias: atividade se tornou um hobby |  Foto: Roberta Bourguignon

Alianças, cordões, pulseiras, moedas e até celulares são os principais objetos encontrados pelos caçadores de ouro nas praias. A pá com furos pequenos, um detector de metais e fones de ouvidos são os instrumentos usados por eles.

Ainda desconhecida, a busca por ouro é uma profissão e tem nome, são os detectoristas. Os amantes da atividade praticam, em sua maioria, por hobby.  

É o caso de Elzimar Jafet, de 53 anos, que é operador de máquina florestal em uma empresa de celulose na Bahia, e durante as horas vagas busca por objetos de valor em praias de norte a sul do Espírito Santo e da Bahia. 

De férias em Guarapari, Elzimar encontrou, no início do verão, uma aliança com diamantes, na praia de Santa Mônica, e vendeu a joia por R$ 1.800.  

“É um hobby. Você aproveita o passeio, se diverte, e ganha um dinheirinho. Costumo dizer que é quase um teste de coração. Quando o aparelho apita indicando a presença de metais enterrados na areia, o coração chega a disparar”, brinca ele. 

Ajuda 

Em Setiba, há duas semanas, um casal procurou o detectorista para encontrar a aliança da mulher, que foi perdida durante a comemoração de um aniversário na areia da praia.  

“Quando eu cheguei no final do dia, um casal me procurou na areia e o homem disse:  ‘Meu senhor, salva meu casamento, preciso encontrar a aliança da minha esposa’. A mulher tinha perdido a aliança quando estavam cantando parabéns. Ao gesticular, a aliança saiu do dedo. Eu fui lá e com cinco minutos achei. Me deram R$ 200”, contou ele.   

Elzimar tem o detectorismo como hobby há oito anos e realiza a varredura principalmente pela areia das praias. Ele explica que, quando se perde algo na água, leva de dois a três dias para o objeto vir para perto da areia.   

“Temos mais facilidade em fazer a varredura na areia. Setiba é um dos melhores lugares, e a gente sempre esbarra com outros detectoristas na praia”. 

Quando acaba o verão também acaba um pouco o trabalho deles. “É mais o turista que perde as coisas, o morador nem tanto. Encontro aliança, cordão, pulseira, relógio, muitas moedas e até celulares. Me divirto nessa busca por objetos de valor”, salientou.

Imagem ilustrativa da imagem Caçadores de ouro nas praias
Janison Costa Lopes guarda os objetos que encontra |  Foto: Roberta Bourguignon

Cordões de prata e aliança

Os objetos encontrados pelo autônomo Janison Costa Lopes, de 31 anos, não são vendidos e sim guardados. Janison diz que quer juntar tudo em casa. Ele revela que já encontrou uma pulseira de prata, um cordão de prata, aliança de ouro e anéis de bijuteria. Cada coisa encontrada é uma alegria à parte.  

Na praia de Setiba, em Guarapari, seu lugar preferido, a caçada começa cedo, às 6 horas. Para percorrer a praia toda, são quase quatro horas de caminhada.

“Comecei há seis meses e faço por hobby. Quando vamos em busca dos objetos, cada barulho que o aparelho faz é uma alegria”.

Imagem ilustrativa da imagem Caçadores de ouro nas praias
Juversino Rodrigues: diversão |  Foto: Roberta Bourguignon

Engenheiro já achou anel de 12 mil

Nas praias e acampamentos feitos pela família do engenheiro Juversino Rodrigues, de 50 anos, o que nunca fica para trás é o detector de metal.  

Durante os passeios, Juversino costuma caminhar com o aparelho em mãos. Foi durante um passeio na praia de Santa Mônica, em Guarapari, que ele encontrou um anel de R$ 12 mil.

“Era um anel que vendi por R$ 12 mil. Ele tinha dois diamantes e acredito que provavelmente seja de algum mestre da irmandade maçônica”, afirmou.  

O engenheiro é de Vitória e faz o detectorismo há 10 anos. Ele disse que há dias em que sai de casa cedo, vai até Piúma, passa por Anchieta e Guarapari.  

“Costumo dizer que eu não procuro ouro, eu me divirto. Achar alguma coisa é consequência e deixa o passeio mais divertido. Encontro muita coisa  legal em Guarapari. Levo a esposa junto. Ela curte a praia e eu caminho na areia com o detector. Faço amigos e levo memórias para casa”.

Imagem ilustrativa da imagem Caçadores de ouro nas praias
Pedro rodrigues: terapia |  Foto: Roberta Bourguignon

Aposentado encontrou 500 reais em moedas

Há seis meses, o aposentado Pedro Rodrigues, 72 anos, comprou um detector de metal e resolveu se aventurar pelas praias de Guarapari. Nesse período, já foram encontradas mais de R$ 500 em moedas, além de carrinhos e pingentes enterrados na areia.  

Pedro diz o hobby virou terapia e consequentemente a caminhada se tornou um exercício diário.  

“Há algum tempo, quando eu era criança, eu pegava ímã, arrastava na areia para encontrar objetos. Agora tive a oportunidade de comprar um aparelho e encontro brinquinhos, moedas, carrinhos, e a gente vai se divertindo. Meu cofre está cheio”, brinca ele.  

Há vários tipos de detectores de metais e os preços são variados, de R$ 350 a mais de R$ 10 mil. O detector do Pedro é um mais simples e custou R$ 400. Ele afirmou que o aparelho pode ser resistente à água, mas prefere não arriscar, por isso sua varredura é mais pela areia.  

Em relação à praia, não tem uma preferida. Ele costuma ir nas mais movimentadas. “Eu gosto de todas as praias. Nas praias da Enseada Azul, do Centro, na região norte onde moro, e na Praia do Morro. Eu espero uns três, quatro dias para voltar na mesma praia”.

Ele chega à praia antes das 6 horas e caminha por três horas. 

“Quando é maré morta (lua crescente e minguante), temos um campo maior de busca. Acredito que na água tenha muita coisa boa para encontrar, mas fico na areia. Algumas pessoas colocam limite de profundidade, mas eu não quero que o aparelho fique silencioso. É uma terapia para mim”.

Pedro disse que encontrou um pingente de chuteira dourado recentemente e o levou para análise. Se fosse ouro valeria R$ 8 mil, mas era bijuteria, e ficou de recordação.


SAIBA MAIS


Atenção para objetos históricos

  • O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que é uma autarquia federal vinculada ao Ministério do Turismo e que responde pela preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro, destaca que não regulamenta a prática de dectorismo, mas frisa que há regras para caça ao tesouro em locais como sítios arqueológicos. 
  • É proibido e considerado crime contra o Patrimônio Nacional o aproveitamento econômico, a destruição ou a mutilação dos sítios arqueológicos antes de serem devidamente pesquisados. 
  • Uma vez que a maior parte dos bens arqueológicos está em subsolo, sendo os objetos localizados em subsolo de interesse dos praticantes do detectorismo, torna-se importante que no momento em que algum objeto de valor histórico seja identificado, o praticante de detectorismo deve manter o local intacto, sob o risco de impactar o sítio arqueológicos e não deve promover a escavação e coleta”, informou o órgão, em nota.
  • A pessoa deve, então “comunicar o achado à superintendência do Iphan mais próximo”, esclarece o órgão. Além disso, vale ressaltar que as pesquisas arqueológicas deverão ser autorizadas pelo Iphan.

Fonte: Iphan.

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