Cabelo comprido após os 40, pode ou não pode?
Escute essa reportagem

“Apenas mulheres sem classe usam cabelos longos após os 40 anos.” A afirmação da estilista mundialmente famosa Carolina Herrera causou polêmica e reavivou a discussão sobre qual estilo de penteado deve ser utilizado por mulheres mais experientes.
Apesar de todo o prestígio da estilista venezuelana de 81 anos, inúmeros especialistas contrariam sua alegação. Eles negam que a idade determine o estilo de cabelo apropriado.
A consultora de imagem e estilo Rafaela Pelição pontua vários fatores que são considerados ao definir o corte de cabelo. A idade, segundo ela, não está entre eles.
“Avaliamos a imagem que a mulher quer passar, independente da idade. Se quer uma aparência mais moderna, optamos por um corte mais curto. Mas vejo que as coisas mudaram muito e, hoje, mulheres com 50 anos são muito mais jovens do que 50 anos atrás”, analisa Rafaela.
A consultora de imagem Lorena Vago avalia que o visual curto gerealmente é adotado com foco na praticidade em mantê-lo no dia a dia. Especialmente para quem tinge após surgirem os fios brancos.
“Não há uma regra em relação à idade e ao corte de cabelo. A definição do penteado tem de considerar o tipo de cabelo, o formato do rosto, o estilo de roupa, o estilo de vida e a rotina da pessoa”, pondera Lorena.
O cabeleireiro e maquiador Gabriel de Mattos enfatiza que, em relação à saúde dos fios, não há o que determine que as madeixas devam ser encurtadas com o passar dos anos. A crença do curto obrigatório para mulheres maduras surgiu do boca a boca.
“De fato, alguns cortes mais curtos emolduram melhor o rosto e trazem um ar mais jovial porque deixam o cabelo com aspecto mais saudável quando há uma quantidade considerável de fios brancos, uma vez que os brancos são mais ásperos e sem jeito. O curto, como o chanel, se torna mais fácil de ajeitar com uma escova”, avalia.
A cabeleireira Bruna Ramos, do Spazio Penha Arraz, acrescenta que muitas mulheres que já passaram dos 40 nem sequer aparentam a idade que realmente têm e sustentam tranquilamente visuais elegantes com o longo.
“Muitas realmente adotam cortes mais curtos após uma idade, mas percebo que é porque já cansaram de usar o cabelo longo ou então porque estão em outra fase da vida e querem ousar”, salienta.
“Quero ficar mais loira”
Aos 43 anos, a fisioterapeuta Patrícia Amaral nem sequer considera a possibilidade de encurtar as madeixas. “Quero ficar mais loira, isso sim!”, brinca.
Ela até já fez uma enquete entre os amigos nas redes sociais para saber se deveria cortar ou não. Resultado: a maioria votou que os fios longos deveriam ser mantidos.
“A decisão de usar curto ou não é muito individual, pois cada um sabe como se sente bem. E também o que combina com seu biotipo e estilo de vida”, opina Patrícia.
SAIBA MAIS
Escolha do corte
- A idade não determina qual tipo de corte a mulher deve adotar. Devem ser considerados o estilo pessoal, a rotina, o visagismo (que avalia os traços faciais) e, especialmente, se a pessoa se sentirá bem com aquele penteado.
Inclinação ao curto
- A decisão de mudar para um curto costuma estar relacionada à transição para uma nova fase da vida, desejando expressar isso pela aparência. Outra motivação é a praticidade em cuidar dos fios, em especial os brancos, que são mais difíceis de controlar.
Fonte: Especialistas entrevistados.
Comentários