Bebê nasce após a morte do pai: "Miguel é fruto de uma linda história de amor”
Pequeno Miguel, que nasceu no dia 10 deste mês com 3,5 quilos, é fruto de uma fertilização in vitro após a morte do pai

Miguel nasceu com 3,5 quilos e 49 centímetros há 20 dias. A gestação foi tranquila e ele está saudável. É muito amado e já sabe muito sobre o pai, inclusive, que é fruto de uma história de amor que venceu a morte.
Quem compartilha essa atualização é sua mãe, a advogada Soraya Fardin, 44 anos. A Tribuna contou a história dessa família em março, quando Soraya estava no quarto mês de gravidez. É um caso de fertilização in vitro após a morte do pai.
“É maravilhoso ter conseguido realizar meu sonho de ser mãe”, conta Soraya. “Miguel é muito especial. Além de ser a realização desse sonho, ele é o bebê que eu e o Alberto planejamos juntos. Miguel é fruto de uma linda história de amor”.

Alberto Santos, pai do Miguel, morreu em julho de 2023, em razão de um câncer nas vias biliares. Na época, o casal já havia começado o processo de fertilização in vitro, conta Soraya.
“Buscamos a clínica em 2020 e, em 2021, fiz a primeira fertilização. Em outubro de 2022, veio o diagnóstico do Alberto. O primeiro embrião foi implantado com ele doente. Ele morreu logo depois que a gente teve o 'não'. Entendi que não era para ser”.
A advogada contabiliza quatro anos para conseguir engravidar. Ela explica que, após viver o período do luto, chegou um dia em que pensou que não podia esperar.
“Esse era meu último embrião junto com o Alberto. Mas eu não tive medo, tinha certeza que ia dar certo. Meu coração falava isso”, destaca.
O parto aconteceu no último dia 10. Soraya conta que realizou uma cesárea e que o dia foi escolhido com um propósito, após liberação médica. “É uma homenagem, escolhi o dia do parto para ser no Dia dos Pais e também no mês do aniversário do Alberto, que foi no último dia 28”.
Emocionada com o nascimento do filho, Soraya está em licença-maternidade. Ela revelou que tem uma rede de apoio para ajudar a cuidar do bebê e conta também com o carinho do seu pet, a cachorrinha Chiara.

“É como ter um pedacinho do Alberto”
Em entrevista para o jornal A Tribuna, a advogada Soraya Fardin fala sobre desafio de ter dado a luz ao filho após a morte do marido.
AT: Como foi a sua gestação?
Soraya Fardin: Foi muito tranquila. Não tive quase nenhuma intercorrência. Nem enjoo. Só senti sonolência no início e tive que repor o ferro, o que é super comum para mulheres grávidas.
AT: Faz pouco tempo que o Miguel nasceu, como está sendo até agora?
Soraya Fardin: É maravilhoso ter realizado meu sonho de ser mãe. Muito emocionante. Mas também está sendo difícil. Já imaginava, mas a gente só entende na prática. No meu caso, como mãe solo, acredito que pesa mais.
AT: Como assim?
Soraya Fardin: Está fazendo muita diferença o Alberto não estar aqui comigo ao meu lado. E tem também a questão financeira, a ajuda para pagar as contas. Tudo isso pesa. Mas foi uma escolha minha, não me arrependo de nada.
AT: Você costuma contar para o Miguel sobre o pai dele?
Soraya Fardin: Falo muito. Digo que ele é filho do papai Alberto e da mamãe Soraya. Faço a presença do meu marido, mesmo que espiritual, ser constante. Ele está aqui conosco, mas de outra forma. Eu registrei, tem o nome dele na certidão.
AT: Você se emociona nesses momentos?
Soraya Fardin: Sim. Muito. É quase como se eu estivesse revivendo um pouco do meu luto, como se o Alberto estivesse presente conosco. Sinto sempre a presença do meu falecido marido. Ele abençoou minha maternidade. Foi uma das minhas últimas conversas com ele.
AT: Como era o Alberto?
Soraya Fardin: Muito animado. Super querido por todos. Onde chegava, tanto entre amigos quanto entre colegas de trabalho, era super alto-astral. Tanto que quando eu estava na maternidade, a empresa onde ele trabalhava mandou flores e presentes.
AT: O Miguel te lembra do seu marido?
Soraya Fardin: Sei que tem várias coisas que mudam, mas vejo meu marido nele. Do nariz para cima, parece com o pai. A boquinha e o queixo são meus. Miguel é muito especial. Além de ser meu sonho ter um filho, a gente planejou ele junto. É como ter um pedacinho do Alberto comigo.
AT: E agora? Quais são seus planos?
Soraya Fardin: Estou seguindo com minha vida. Tenho 20 anos de experiência como advogada e uma família para sustentar. Assim que acabar minha licença-maternidade, vou trabalhar em home office e depois vou voltar para a rotina no escritório.
AT: Tem algum conselho para mulheres que enfrentam o mesmo desafio para ter filhos que você enfrentou?
Soraya Fardin: Meu primeiro conselho é querer muito. Caso contrário, você vai desistir no meio do caminho. Mas minha mensagem principal é não desistam, se for do plano de Deus, você vai conseguir. Também é preciso ter fé. Quando você a tem, persiste mesmo em meio às dificuldades. Foi o que eu fiz e estou muito feliz.
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