Bares do ES tranquilizam clientes em meio a casos de contaminação de metanol
Empresários afirmam que trabalham apenas com fornecedores regularizados e marcas reconhecidas no mercado

Em meio às notícias sobre bebidas falsificadas, bares e estabelecimentos do Espírito Santo tranquilizam consumidores. Com olhar atento à procedência dos produtos, empresários afirmam que trabalham apenas com fornecedores regularizados e marcas reconhecidas no mercado.
“Toda a cadeia, desde a produção do álcool até a chegada à mesa do consumidor, passa por rígidos e inúmeros controles, além da rastreabilidade, tudo para trazer segurança ao consumidor”, disse Rodrigo Vervloet, presidente do Sindicato dos Restaurantes, Bares e Similares do Estado (Sindbares).
Além disso, ele disse que representantes do Sindbares e da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Espírito Santo se reuniram com o Procon-ES para reafirmar que o setor possui práticas rigorosas de qualidade no que tange à compra de bebidas alcoólicas.
“Neste contexto, em que o Espírito Santo não registrou nenhuma suspeita de caso de intoxicação por metanol, o Sindbares-Abrasel no Estado orienta a população a procurar bares e restaurantes formais e legalizados”.

Ele também salientou que é preciso desconfiar de vendas de bebidas alcoólicas com valores muito abaixo do mercado e que é preciso ficar atento a fake news sobre o assunto, que só buscam espalhar o pânico, confundir a população e prejudicar os empreendedores.
“A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes está realizando uma série de treinamentos on-line, gratuitos e com certificado, com orientações práticas para empreendedores serem hábeis a identificar bebidas falsificadas de produtos autênticos”.
Luciano Reis, sócio-proprietário do Épico Beach Bar, também tranquilizou os clientes. “Trabalhamos apenas com fornecedores oficiais e certificados, comprando diretamente de distribuidores autorizados e das próprias marcas. Todas as nossas bebidas são originais, com nota fiscal e procedência garantida”, finalizou.
Descarte de garrafas facilita falsificação
Investigações apontam que há um mercado paralelo de compra e reaproveitamento das garrafas de bebidas, o que reforça a necessidade de descarte consciente por parte da população. “É importante deixar sinais de que a garrafa já foi utilizada”, disse o diretor da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Gabriel Pinheiro.
Entre as orientações estão nunca descartar a tampa junto com a garrafa – coloque em lixos diferentes; rasgue ou retire o rótulo da embalagem antes de jogar fora; encaminhe a garrafa para pontos de coleta de vidro ou locais de reciclagem autorizados e evite descartar em lixo comum.
Paralelamente aos cuidados para evitar falsificações, as investigações sobre bebidas com suspeita de adulteração no Estado prosseguem. A Polícia Científica aguarda o recebimento das amostras de bebidas falsificadas apreendidas em Cachoeiro de Itapemirim, na última quinta-feira, para iniciar as análises laboratoriais.
O material recolhido deve passar por dois tipos de análises: documentoscópica (que avalia visualmente rótulos, lacres e embalagens, por exemplo) e química.

Segundo César Netto, perito oficial criminal da Polícia Científica no Estado, as análises para identificar e quantificar o metanol em bebidas devem exigir o desenvolvimento de uma metodologia laboratorial específica.
“Estamos trabalhando no desenvolvimento de técnicas próprias para quantificar o metanol, se está fora das normas estabelecidas pelo Ministério da Agricultura”, explicou César Netto, destacando que ainda não é possível prever um prazo para a conclusão das análises.
Metanol usado em higienização na linha de investigação
Em São Paulo, a principal linha de investigação da Polícia Civil é de que os casos de intoxicação por metanol possam ter como origem garrafas de bebidas destiladas higienizadas com a substância.
As investigações tiveram início a partir da rota percorrida pelas bebidas consumidas pelas vítimas. A polícia esteve em bares onde ocorreram os primeiros casos de intoxicação, depois seguiu até as distribuidoras que abasteciam esses estabelecimentos e, na sequência, chegou até fábricas clandestinas.
Os investigadores também suspeitam que garrafas de marcas originais, reaproveitadas no processo de falsificação, eram obtidas por meio do descarte irregular feito por estabelecimentos ou consumidores.
Um homem apontado pela polícia como um dos principais fornecedores de materiais para a produção de destilados adulterados foi preso ontem na Zona Norte de São Paulo. Em dois imóveis ligados a ele, foram encontrados milhares de itens usados nas falsificações. A identidade do suspeito não foi divulgada.
De acordo com policiais do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), as investigações apontaram que o homem comercializava garrafas, tampas, rótulos, caixas para embalar e até os selos arrecadadores de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) da Receita Federal para aplicar nos vasilhames.
No Espírito Santo, o Procon-ES disse que realiza fiscalizações de forma contínua e permanente em todo o Estado, com o objetivo de garantir a qualidade e a segurança dos produtos comercializados.
Os erros dos falsificadores
- Tampa: desconfie de lacres imperfeitos, borrados ou com vazamentos. Destilados devem ter selo do IPI em papel-moeda no topo.
- Nível do líquido: compare garrafas do mesmo rótulo. O enchimento segue padrão.
- Rótulo: não deve ter erros de grafia. O design é de alta qualidade e tem registro no Ministério da Agricultura.
- Garrafa: embalagem em más condições, com arranhões ou sinais de reutilização, são um alerta.
- Preço: promoções existem, mas valores muito abaixo da média podem indicar risco.
- Aparência: bebidas ilegais costumam apresentar tampa amassada, cor desbotada ou líquido turvo.
- Local de compra: conheça a procedência e valorize fornecedores de boa reputação.
MATÉRIAS RELACIONADAS:




Comentários