As cidades do ES que têm mais casamentos e divórcios
Dados do IBGE revelam que em um ano foram realizadas no Estado mais de 23 mil uniões. No mesmo período, foram 7 mil separações
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Com mais de 23 mil casamentos realizados no Estado em 2022, a cidade que mais registrou uniões foi a Serra, considerando números absolutos. O município teve aumento de 23% no número de casamentos na comparação entre 2022 e 2013.
Em contrapartida, dos mais de 7 mil divórcios registrados em 2022, a Serra, seguida de Cariacica, foram as cidades com mais uniões desfeitas.
Os dados de cidades em que mais foram realizados casamentos e divórcios em 2022 fazem parte das Estatísticas do Registro Civil, divulgadas ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Se considerada a taxa de nupcialidade (casamentos por grupo de 1 mil habitantes com mais de 15 anos), as cidades mais “casamenteiras” são Bom Jesus do Norte (13,24), Itapemirim (12,58) e Água Doce do Norte (11,48).
Já as cidades com maior taxa de divórcios (proporcional à população acima de 15 anos) são Irupi (2,4), Mantenópolis (2,05) e Alto Rio Novo (2,01).
O número de casamentos registrados em 2022 no Espírito Santo – 23.209 – representou aumento de 0,4% em relação ao ano de 2021.
De acordo com o psicólogo Alexandre Vieira Brito, um dos motivos que pode ter levado a um crescimento no número de casamentos em 2022, tenha sido a pandemia de coronavírus.
“A pandemia não permitia tantas trocas e tinha restrições, inclusive, para cerimônias de casamento. Agora, as pessoas estão podendo formalizar os arranjos amorosos, concretizando isso em forma de casamento”.
Por outro lado, Alexandre observa o aumento do número de divórcios. “Mas os divórcios não, necessariamente, se deram por causa do número de casamentos, e sim pela maior liberdade que as pessoas estão tendo para encerrar relações que estão adoecendo”.
A advogada e diretora de Tabelionato de Notas do Sindicato dos Notários e Registradores do Espírito Santo (Sinoreg-ES), Carolina Romano Brocco, destaca que desde 2007 se tornou possível fazer o divórcio de forma extrajudicial, diretamente em cartório.
“Houve uma simplificação dos procedimentos. Antes, para a pessoa se divorciar, ela tinha de se submeter a um processo muito longo, que era custoso. Hoje há uma facilitação desse processo”.
Carolina lembra que, desde de 2020, o processo de divórcio em cartório também pode ser feito de modo totalmente eletrônico.
Relações terminam mais rápido
“Até que a morte os separe”. Essa frase, tão comum nos casamentos, já não tem valido mais para os dias atuais. Se antes os casamentos duravam até que um dos cônjuges morresse, hoje, os casais estão se separando cada vez mais cedo.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, em 2022, o tempo médio entre a data do casamento de cônjuges de sexo diferente e a data da sentença ou escritura do divórcio foi de 13,4 anos. A idade média dos homens ao se divorciarem era de 44,2 anos enquanto a das mulheres era de 41,1 anos.
Segundo a psicóloga e terapeuta de família Naira Caroline Araujo, atualmente as pessoas buscam mais felicidade e contentamento, e quando o casamento se torna uma fonte de tristeza e frustração, os motivos que o justificavam no passado não o sustentam mais.
“Por outro lado, o olhar para o símbolo do matrimônio tornou-se mais volátil, o que traz facilidade aos términos. A busca excessiva por felicidade irreal faz com que as pessoas evitem passar pelas dificuldades inerentes ao processo de adaptação de um casal”.
Raio-X
Casamentos
- 23.209 casamentos foram realizados em 2022 no Estado
- Em 10 anos, o número de uniões legais caiu 7,2% no Estado.
- 7,51% é a taxa de nupcialidade legal no Estado, quarta maior do País. Isso significa dizer que são 7,51 registros de casamentos para cada 1.000 habitantes com mais de 15 anos de idade.
Idade média ao casar
- Homens solteiros: 30,5 anos
- Mulheres solteiras: 28,1 anos
Divórcios
- 13,4 anos é o tempo médio entre o casamento e o divórcio no Estado.
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