Artistas comemoram acordo para obra do Cais das Artes
Profissionais acreditam que, pelo tamanho do espaço, na Enseada do Suá, em Vitória, o local pode se tornar uma referência nacional
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A notícia de um novo acordo a ser assinado para a retomada e conclusão das obras do Cais das Artes, na Enseada do Suá, em Vitória, foi bem recebida por quem ama e trabalha com arte no Espírito Santo.
Resultado do acordo entre o Consórcio Andrade Valladares e o governo do Estado, por meio da Procuradoria Geral do Estado (PGE), o reinício das obras prevê a execução do projeto da forma como foi contratado, a partir de uma idealização do arquiteto Paulo Mendes da Rocha.
A previsão é que o espaço seja aproveitado para receber shows, peças teatrais e exposições artísticas, com museu e teatro.
A cantora Flávia Mendonça comemorou a possibilidade de uma nova estrutura disponível.
“Temos, relativamente, poucos espaços para eventos de médio e grande porte, e as opções acabam ficando limitadas. Todo e qualquer espaço de reverência à cultura é sempre de extrema importância”, avaliou.
A artista plástica e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Rosana Paste, observa que, pela magnitude do espaço, o Cais pode se tornar uma referência nacional.
“Tendo condições de fazer uma boa mostra ou um grande show, por exemplo, cria-se uma visibilidade enorme para os nossos artistas”, afirmou Rosana, que é ativista cultural desde a década de 1980.
Além dessas oportunidades, a estilista, multiartista e produtora cultural Stael Magesck considera que o espaço pode se unir ao centro de Vitória em mais uma oferta de arte para o público capixaba.
“Seria importante trabalhar de forma que o Cais agregue valor aos demais espaços já existentes, como o Centro Histórico de Vitória, e não segregue ou provoque esvaziamento”, opinou.
O diretor do Centro Cultural Eliziário Rangel, Antônio Vitor, lembra que, para além da finalização das obras, a preocupação com a programação e a representatividade capixaba no espaço são essenciais.
“O Cais das Artes conecta o Espírito Santo a outros grandes espaços culturais nacionais, ajudando o Estado a entrar em um eixo nacional. Mas é preciso acolher as expressões promovidas pelos outros espaços culturais independentes do Estado”, defendeu.
Saiba mais
Obra está paralisada desde 2015
Histórico
O Cais das Artes começou a ser construído em 2010, com custo estimado de R$ 115 milhões e previsão de conclusão em 2012.
A primeira empresa que assumiu o empreendimento faliu antes da conclusão.
Em 2013, as obras foram retomadas, entretanto, em virtude de uma decisão da Justiça, os trabalhos foram paralisados novamente, em 2015.
O projeto
O projeto foi assinado pelo arquiteto e urbanista Paulo Mendes da Rocha, morto no dia 23 de maio de 2021, aos 92 anos, em São Paulo, vítima de um câncer de pulmão.
O espaço foi desenvolvido para receber shows, peças teatrais e exposições artísticas. O projeto original conta com museu, restaurante e auditório para receber eventos culturais.
Acordo
A Procuradoria-Geral do Estado informou que as tratativas para a retomada das obras do Cais das Artes estão em avançado estágio de negociações, mas ainda não há um acordo assinado.
Um eventual acordo, depois de assinado, precisará ser submetido ao Judiciário para que produza efeitos.
Fontes: Pesquisa A Tribuna e PGE-ES.
Depoimentos
Arte e turismo
“Todo e qualquer espaço de reverência à cultura é de extrema importância. Vejo que, no Cais, há muitas possibilidades artísticas, como exposições, peças teatrais e apresentações musicais para o público.
Sem contar que o ponto onde está localizado o Cais é um cartão-postal com um atrativo turístico enorme. Unir a arte com a natureza é um campo gigante que pode ser trabalhado”, diz Flávia Mendonça, cantora
Visibilidade
“Acredito que a conclusão do Cais faz Vitória se tornar uma referência para circuitos de produções que chegam ao Brasil em espaços dessa magnitude.
Sonho e acredito que o espaço também será uma vitrine para os artistas capixabas. Tendo condições de fazer uma boa mostra ou um grande show, cria-se uma visibilidade enorme para nossos artistas”, diz Rosana Paste, artista plástica e professora da Ufes
Trabalho em parceria
“Um espaço de cultura com a dimensão do Cais pode colocar o Espírito Santo no hall de estados que recebem grandes espetáculos, pois a realidade é que, hoje, não temos um espaço que comporte grandes produções.
É preciso uma gestão que saiba democratizar o acesso e trabalhe em parceria com os outros aparelhos culturais do Estado, para não esvaziá-los”, diz Stael Magesck, estilista, multi-artista e produtora cultural
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