“Após 18 anos, soube o motivo das dores”, diz Juliana Franceschi
Apresentadora conta que demorou para descobrir que seu diagnóstico era lúpus, uma doença autoimune
Escute essa reportagem
O Dia Mundial do Lúpus é nesta quarta-feira (10) e a conscientização da doença é essencial, contou a jornalista Juliana Franceschi, de 37 anos.
Diagnosticada com a enfermidade aos 18 anos, ela disse que a jornada para descobrir que tinha o problema foi longa.
“Desde pequena, sempre tive a imunidade baixa e, aos 14 anos, fui diagnosticada com febre reumática. Já era lúpus naquele tempo, mas os médicos não cogitaram. Dos 14 aos 18, eu tomava Benzetacil, mas a saúde não melhorou”.
Até entender o que tinha, Juliana teve dores nas articulações, inflamação aguda nos rins, perda de cabelo, emagrecimento rápido e bastante fadiga.
Todos esses sintomas foram piorando com o tempo. Ao completar a maioridade, descobriu o motivo para sua saúde estar daquele jeito: tinha lúpus.
“Quando recebi o diagnóstico, foi um susto tremendo, achei que eu ia morrer logo. Depois, foi um alívio porque comecei o tratamento, e todos os dias é um aprendizado diferente”.
Ela afirmou que, após ter o diagnóstico, com o passar dos anos, viu melhoras em sua situação de saúde. “Consegui administrar as crises de inflamação das articulações”.
O lúpus não tem cura, portanto, Juliana segue em tratamento constante. Além dessa enfermidade, ela também tem insuficiência renal, sopro no coração e fibromialgia.
“Aprendi a administrar e conviver com a doença de uma maneira mais saudável possível. Não romantizo, porque não é simples. Faço terapia, tenho acesso a bons médicos, consigo comprar meus remédios. É uma batalha que não tenho opção de escolher, mas escolho vencer todos os dias”.
A jornalista deu conselhos para quem descobriu ser paciente lúpico. “Minha dica é que as pessoas procurem ajuda psicológica. É um mundo novo para a pessoa e para aqueles que estão ao redor dela. A gente se sente sozinho, o que pode ser um gatilho para a depressão”.
Leia mais
Feira para mães com descontos de até 50% em Vitória
Cartilha de médicos para pais protegerem filhos na internet
Edgard Reis, coordenador da Comissão de Lúpus da Sociedade Brasileira de Reumatologia, explicou sobre o lúpus.
“É uma doença crônica que é autoimune. No lúpus, a pessoa produz anticorpos que atacam o próprio organismo, podendo afetar vários órgãos: rins, pulmões, coração, pele”.
Nova opção de tratamento
Em setembro do ano passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o Saphnelo (antifrolumabe), que é um medicamento inédito para tratamento de pacientes adultos com Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES).
De acordo com a Astrazeneca, biofarmacêutica que produz o medicamento, a previsão de lançamento é para este mês.
Edgard Reis, coordenador da Comissão de Lúpus da Sociedade Brasileira de Reumatologia, comentou que o remédio é importante ao oferecer um novo mecanismo de ação.
“Ele vem com uma nova estratégia de tratamento para alguns casos de pacientes que não responderam à terapia padrão. O medicamento age sobre uma molécula específica que está associada ao desenvolvimento do lúpus e de suas manifestações”.
A reumatologista Laiza Hombre também comentou positivamente sobre o assunto.
“Ele é de extrema importância, já que temos poucas opções para o tratamento do paciente lúpico. Lembrando que a gente não fala em cura do lúpus. O objetivo é diminuir e limitar a atividade da doença, evitar dano e melhorar a qualidade de vida do paciente”.
saiba mais sobre a doença
Fatores genéticos e hormonais
O lúpus
É uma doença crônica e autoimune. A pessoa produz anticorpos que atacam o próprio organismo, podendo afetar vários órgãos, como os rins, pulmões, coração, pele.
Existem pessoas que têm o lúpus cutâneo, que afeta só a pele.
É uma doença que tem períodos de melhora (remissão) e de piora.
Alguns sintomas: fadiga, perda de peso e apetite, febre, lesões de pele, dor nas articulações. Variam dependendo do órgão que é acometido.
Os motivos para o lúpus existir são genéticos, hormonais e ambientais.
Mulheres de 15 a 45 anos de idade estão mais propensas a terem a enfermidade.
O tratamento tem que ser personalizado e individualizado, de acordo com as manifestações de cada um.
Fonte: Especialistas consultados.
Leia mais
Hora de valorizar a arte, cultura e história do centro de Vitória
Comentários