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Cidades

Aos 30 anos, novo guardião do Convento da Penha afirma: "Ser jovem não é pecado"

Essa foi a frase que frei Gabriel Dellandrea ouviu ao questionar se estaria preparado para ocupar o cargo


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Imagem ilustrativa da imagem Aos 30 anos, novo guardião do Convento da Penha afirma: "Ser jovem não é pecado"
Frei Dellandrea é o religioso mais jovem a assumir o posto de guardião do Convento |  Foto: Leone Iglesias/AT

Subir o Convento da Penha pode indicar um passeio turístico a um dos maiores cartões-postais do Estado ou um momento de devoção e agradecimento à Nossa Senhora da Penha.

Não é o caso de quem escreve essa matéria. O que levou a ida da reportagem de A Tribuna a esse local com mais de 450 anos de história e cultura foi a chegada de seu novo guardião e reitor.

Com apenas 30 anos, frei Gabriel Dellandrea é o religioso mais jovem a assumir o posto. Natural de Santa Catarina, ele revela que chegou a se perguntar se estava preparado para aceitar tamanho desafio com tão pouca idade.

“Conversando com o frei Paulo Roberto Pereira, que já foi guardião do Convento e é nosso ministro provincial, questionei: 'será que não seria melhor alguém mais maduro?. E ele me disse assim: 'ser jovem não é pecado'. Ali eu entendi que a juventude pode ser uma força para me dar vigor para o trabalho”, lembra.

Dellandrea está em Vila Velha há um mês após atuar por três anos no serviço vocacional na Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil. Ele fazia um trabalho itinerante, em que visitava fraternidades convidando jovens a serem franciscanos.

“Gostei muito, entretanto, precisei fazer alguns tratamentos de saúde e avisei aos frades que estava disponível para ir para um lugar mais estável. Foi quando me convidaram para morar no Convento. Falei: 'Precisava de estabilidade, mas nunca imaginei que seria a casa sobre a rocha'. (Risos) Assumi o posto com muita alegria e também com temor e tremor”.

Ele reforça que esses são sentimentos que acompanharam muitos dos personagens bíblicos e são característicos do ser humano.

“Temor diante dos desafios dessa missão e o tremor porque aqui eu viria para um lugar tido como muito sagrado por todos. Como corresponder a tamanha admiração pelo Convento? Isso me assustava quando eu chegava aqui e olhava 'minha casa' em todos os lugares: no aeroporto, da Reta da Penha, nas camisas, quadros... Então, me apeguei num sentimento: assim como todas as pessoas sobem o Convento para rezar, eu subo também como um peregrino”.

No momento, o frei se prepara para liderar a maior celebração religiosa do Espírito Santo, a Festa da Penha. O evento acontecerá entre os dias 20 e 28 de abril e terá como tema “Com Maria, peregrinos de esperança”.

“Durante o oitavário, celebração que acontece todos os dias antes da missa, nós queremos fazer a bênção dos objetos, como no ano passado. Ainda estamos ajustando a programação e vamos divulgar para que as pessoas se preparem”.

A Tribuna: Como é ser o frei mais jovem a ser guardião e reitor do Convento da Penha?

Frei Gabriel Dellandrea: "A fraternidade que mora comigo é mais idosa, inclusive, e eles estão me dando talvez a maturidade que eu não tenho nos conselhos".

"Aprendi que nessa vida de fraternidade um vai ajudando a completar o outro. O que me falta de maturidade com certeza eles têm e talvez para eles a minha juventude seja uma provocação para manter algumas coisas que com o passar do tempo a gente também vai desanimando".

"Me sinto inexperiente mas, por outro lado, só se aprende a dirigir dirigindo, só se aprende a tocar violão tocando e só se aprende a ser guardião do Convento da Penha sendo guardião". (Risos)

Qual é o maior desafio?

"Penso que o maior desafio seja ter paciência de saber aliar a boa vontade de fazer as coisas – e isso vocês podem ter certeza que eu tenho – com a prudência de fazer aquilo que é o melhor para o Convento e para o peregrino.

Nos primeiros dias, já brinquei com o pessoal que para processar todas as informações e missões que recebi eu precisava comprar uns 4 ou 5 computadores. Vou tentar fazer o meu melhor".

"É uma missão que exige bastante animação para realizar as atividades, mas também exige uma coisa muito interessante e que poucos falam: o cuidado com o cuidador. Tenho a missão de ser guardião do Convento da Penha, mas também sou guardião da minha rotina de saúde mental. Eu preciso cuidar dela para poder cuidar bem do Convento e dos outros".

Como se deu sua ligação com a igreja?

"Nasci em uma família católica. Meus pais moram até hoje em Rodeio, que está bem próxima de Blumenau, e é uma cidade muito importante para nós, franciscanos. Lá nós temos há mais de 100 anos um convento franciscano onde todos os jovens que querem ser freis passam por lá".

"Meu irmão mais velho tinha 14 anos quando entrou no seminário franciscano. Quando nasci, por causa da caminhada dele, eu e meus pais sempre visitávamos os conventos franciscanos, mas eu sempre dizia que não queria ser frei quando me perguntavam. Brincava: “já tem um louco na família”. (Risos)

"Depois, com o passar do tempo, fui coroinha, ajudei na catequese e, em 2008, meu irmão foi ordenado presbítero e houve uma missão na minha cidade. Eles faziam essa missão vocacional convidando os jovens para também serem franciscanos".

"Vendo os freis fazendo aquela atividade toda e também acompanhando um pouco a trajetória do meu irmão, perguntei para mim mesmo: “por que não conhecer?”. Fui muito despretensioso, confesso, e em 2009 ingressei no seminário Santo Antônio, de Agudos (SP)".

"Lembro que, em 2012, tive grandes perguntas sobre a minha vocação, cheguei a ter vontade de sair porque queria ter uma experiência fora, mas eu amava estar ali dentro".

Chegou a atuar em outra área?

"Meus pais tinham uma confecção lá em Santa Catarina. Meu pai é mecânico de máquina de costura e minha mãe costureira. Eles trabalharam numa empresa grande e depois abriram em casa mesmo a própria confecção. Às vezes, eu ajudava. Foi o lugar onde cresci e me desenvolvi".

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