Aluno vence 9 mil candidatos e vai ser embaixador nos EUA
Arthur Pittol Potratz, que mora em Santa Leopoldina, ganhou a vaga com um projeto sobre receitas que levam gengibre
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Entre nove mil inscritos para embarcar em um intercâmbio para os Estados Unidos, através do programa Jovens Embaixadores, 46 estudantes brasileiros foram selecionados e apenas um é capixaba: Arthur Pittol Potratz, 16 anos.
Estudante do 2º ano do ensino médio integrado ao técnico em Agricultura no Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) do Campus Centro-Serrano, em Santa Maria de Jetibá, Arthur descobriu a seleção através dos professores e foi aprovado por ter inglês fluente e boas notas.
Dedicado, o estudante conta que aprendeu a língua estrangeira através da internet. “Sempre fui interessado em aprender inglês, então, desde pequeno via vídeos no YouTube para aprender o idioma. E esse ano, ganhei da minha avó um curso on-line para o aperfeiçoamento”, revela ele.
Nascido em Santa Teresa, mas morador de Santa Leopoldina desde a infância, Arthur é de uma família de agricultores e tem projetos de cursar Engenharia Agronômica para continuar no ramo.
“Minha família é de gerações que trabalham com a agricultura familiar. Pretendo futuramente cursar Engenharia Agronômica, e me aprofundar no ramo da agroecologia. Gosto muito da área de biologia e da área social, que exige uma agricultura que garanta um futuro melhor para a minha geração”, destacou ele, que é aluno do professor e engenheiro agrônomo Anderson William Dominghetti.
Para se inscrever no programa que vai levar o estudante de forma gratuita aos EUA, ele precisou apresentar um projeto que pudesse enriquecer o meio onde vive.
“Levei para o processo seletivo o 'Receitas de Família', onde buscamos em várias localidades da região receitas com gengibre. Santa Leopoldina é o maior produtor do Brasil e cerca de 25% das pessoas da cidade vivem dessa cultura agrícola”.
“O restante da população da região e do Estado desconhece os diversos usos culinários e medicinais do rizoma. Divulgar a cultura local e movimentar a economia interna é o objetivo do projeto”. O embarque para os EUA acontece no dia 19 de janeiro.
Aula de liderança, reuniões e visitas
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O intercâmbio que começa no ano que vem e tem duração de 15 dias foi criado pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil em 2003. Ele conta com o apoio institucional do Conselho Nacional de Secretários de Educação, das secretarias estaduais de Educação e da rede de Espaços Americanos.
O programa é implementado em todos os países do continente americano e conta, ainda, com um programa inverso para jovens norte-americanos representarem os EUA na América Latina.
Em 22 anos de existência, 798 jovens brasileiros de todo o Brasil já participaram. A programação começa com uma orientação em São Paulo.
No dia 19 de janeiro, embarcam para Washington, onde participarão de várias atividades, como oficinas sobre liderança e empreendedorismo, projetos de impacto social, reuniões com representantes do governo e visitas a escolas da região. Eles vão fazer também apresentações sobre o Brasil.
Após uma breve passagem por Washington, eles serão divididos em grupos menores e cada um seguirá para uma das seguintes cidades: Kalamazoo (Michigan), Pensacola (Flórida) e Tulsa (Oklahoma), como parte do programa.
Nos estados-anfitriões, serão hospedados por uma família voluntária e terão a oportunidade de vivenciar o dia a dia dos americanos.
“Sempre sonhei em fazer intercâmbio. Percebi, durante o processo seletivo, que não é um intercâmbio qualquer, que a pessoa vai pensando num retorno positivo para a comunidade onde vive, trazendo novos conhecimentos que melhoram os projetos”, diz Arthur.
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