Ações em escolas e institutos do ES para proteger a natureza
Caranguejo, restinga, florestas, pau-brasil, jacarés e tatus são alguns dos alvos de proteção e educação ambiental no Estado
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O Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado no dia 5 de junho, criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de conscientização e ação global em prol da proteção do meio ambiente. Essa é a missão de muitos projetos, institutos e escolas, que preparam ações durante todo o ano para proteger fauna e flora.
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Caranguejo, restinga, florestas, pau-brasil, jacarés, tatus e até marsupiais são alguns dos objetivos de proteção e educação ambiental em institutos e escolas do Estado.
Um exemplo é a ação de reflorestamento utilizando mudas do projeto no Parque Reserva Capixaba, no Morro do Romão. A ação contou com a participação de 50 crianças e adolescentes que integram o Instituto Serenata de Favelas, do Morro do Quadro.
As alunas Thamiris Brito, 14 anos, e Ana Beatriz Pena, 12 anos, fazem parte do Instituto Serenata de Favela e participaram do replantio de pau-brasil.
“Além de ser uma ação ambiental, é também uma preservação dos nossos instrumentos, já que o pau-brasil é usado para fazer as hastes do violino”, explica a coordenadora do Instituto Serenata de Favelas, Luciene Pratti Chagas.
Além desse projeto, nomeado de Bosque Ibirapitanga, no Parque Reserva Capixaba, do qual o Instituto Ecomaris é o gestor, há outros trabalhos de proteção ambiental como Tapejara, que une turismo e meio ambiente para formar guias, como explica presidente do Ecomaris, Fabio Medeiros.
“Por termos um traço bem forte dos povos originários, os nomes são batizados com nomes indígenas. Todos os projetos têm a participação da comunidade e a importância disso é que se aplica educação ambiental bem de perto”, destaca.
Cuidar do meio ambiente não é apenas fazer o bem para a natureza, como explica a presidente do Instituto Últimos Refúgios, Iasmin Macedo. “A gente precisa da natureza, temos de ter mais consciência do mal que estamos causando a ela e que esse mal pode voltar para nós. Um exemplo é o lixo, que vai para o mar, faz mal aos peixes e nós comemos os peixes. Defender e cuidar da natureza é preservar a gente também”, ressalta.
Você sabia?
O Dia Mundial do Meio Ambiente é celebrado anualmente em 5 de junho e foi estabelecido pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1972. É um dia dedicado à conscientização e ação global em prol da proteção do meio ambiente.
CONFIRA ALGUNS PROJETOS
Restinga monitorada
A vegetação de restinga do litoral Norte capixaba vem sendo monitorada pelos pesquisadores do Núcleo de Estudos da Fotossíntese da Ufes. São realizadas expedições mensais para o monitoramento do bioma.
A ação conta com mais de 30 pesquisadores, entre eles Oeber Quadros, Diolina Moura Silva, Gabriel Rosa, Thais Gasparini e Romário Oliveira. O trabalho envolve a colaboração da Ufes, Universidade Federal de Pelotas e Universidade Federal de Viçosa.
Crianças conscientes
No Colégio Adventista de Vitória, as crianças aprendem desde cedo e na prática a cuidar do meio ambiente, como na aula da professora Elisângela Lemos. O projeto “Minhas mãos pelo planeta” é um exemplo dessas ações em prol do meio ambiente.
A coordenadora pedagógica da escola, Sandra Storch, explica que a ideia é mostrar às crianças que todos podem usar as mãos para gestos de todos os tamanhos para preservar o meio ambiente. “Podemos cuidar da natureza desde pequenos gestos, como na separação do lixo e reciclagem. Com isso, eles aprendem a reutilizar”.
Exposição interativa e oficinas
Uma exposição interativa no Horto Municipal, na Serra-Sede, ensina aos visitantes tudo sobre as águas. Maria Gabriela dos Santos, Evelyn Martins, e João Lucas Moraes, alunos da escola municipal Governador Carlos Lindenberg, foram guiados ela educadora do projeto, Alexandra Frossar, e ficaram encantados.
Neste mês, haverá oficinas aos sábados, abertas ao público, sobre proteção do meio ambiente.
Animais protegidos
A Ufes e o Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA) desenvolveram o projeto Conservação e manejo de mamíferos ameaçados de extinção em paisagens fragmentadas da Mata Atlântica.
Dentre as espécies tratadas pelo projeto, estão o muriqui-do-norte, a anta, os porcos-do-mato, conhecidos por queixada e cateto, e espécies de veados.
Educação ajuda na preservação
Conhecer é o primeiro passo para proteger o meio ambiente, segundo os especialistas no assunto. Por isso, no mês em que se celebra o Dia do Meio Ambiente e também dos Oceanos, no próximo dia 8, exposições, palestras e visitas guiadas ajudam crianças, adultos e famílias inteiras a aprenderem mais sobre a natureza e como preservá-la.
O Projeto Caiman, por exemplo, que tem como objetivo o cuidado e preservação dos jacarés, está aberto para a visitação das escolas e do público em geral. O programa onde o biólogo Gabriel Dias trabalha tem reconhecimento internacional na conservação do animal e também dos locais onde eles vivem.
O coordenador do projeto, Yhuri Cardoso Nóbrega, diz que o Caiman também tem reconhecimento no programa de educação ambiental. “Já atendemos mais de 1,5 milhão de pessoas em alguns anos e temos dois centros de visitação onde recebemos diariamente, de forma gratuita, turistas, estudantes e a população em geral”, conta.
Na Serra, as famílias também podem visitar a exposição interativa “Águas de A a Z”, que acontece no Horto Municipal, na Serra-Sede.
“É uma exposição com muita tecnologia, em que os visitantes aprendem tudo relacionado à água, não apenas questões ambientais, mas culturais. A cada letra do alfabeto, há uma informação e aprendizado curioso sobre a água”, diz a diretora do departamento de Educação Ambiental da Serra, Isis Rangel Garcia Menezes.
Ela conta que neste mês de conscientização ambiental haverá aos sábados oficinas gratuitas de raízes do barro, xilogravura de natureza, sons e música, entre outras. Para se inscrever, é preciso acessar o site do projeto: https://aguadeaaz.com.br/
A Prefeitura de Vila Velha também preparou várias programações voltadas para a educação ambiental, entre palestras e caminhada ecológica.
“Elaboramos uma programação extensa para a campanha Junho Verde. A educação ambiental permeia todos nós. Cada um tem sua importância e seu papel no meio ambiente e cada um tem sua parcela de responsabilidade”, destaca o secretário de Meio Ambiente, Ricardo Klippel Borgo.
Agentes ambientais nas escolas de Cariacica
A Prefeitura de Cariacica, junto com o Batalhão de Polícia Militar Ambiental, está colocando em ação o Programa Educacional de Formação e Agentes Ambientais Sustentáveis (Proefas), onde os policiais levam educação ambiental às escolas com o objetivo de formar “agentes ambientais escolares”. O programa é voltado para as turmas do 5º ano e envolve a escola em todos os aspectos e disciplinas.
Limpeza e resgate
O Instituto Últimos Refúgios é uma instituição que trabalha com conservação ambiental utilizando produtos culturais como fotos, livros e vídeos. Trabalha ainda a educação ambiental nas escolas e nas praias, fazendo ações como limpeza de praias e resgate e reabilitação de marsupiais.
“A gente recebe muitos marsupiais, por exemplo, que precisam de muito cuidado. Também trabalhamos na Ilha do Frade, em Vitória, com o projeto Eco Frade, com a coleta seletiva de lixo, que é destinado a uma associação de catadores que recolhe os resíduos”, conta a presidente do instituto, Iasmin Macedo.
Manguezais
O Instituto Goiamum foi criando em 2014 como uma ONG para cuidar do manguezal, por meio de educação ambiental, projeto de emprego e renda.
Segundo o presidente do instituto, Iberê Sassi, o objetivo da instituição depois da pandemia é reforçar o cuidado dos manguezais, considerando que o esse é o ecossistema que mais absorve e fixa o carbono.
“Esse é um ecossistema extremamente complexo e que nos proporciona uma variedade enorme de possibilidades. Os manguezais do Estado representam 7% desse ecossistema no Brasil e merece ser cuidado”.
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