X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Cidades

“A vontade é maior que o medo e eu vou na onda”, diz surfista capixaba

Ele encarou a 3ª maior onda do país em 2019


Ouvir

Escute essa reportagem

Todo mundo, em algum momento, sente medo. Mas, há aqueles que conseguem driblar essa emoção e transformá-la em estímulo para os objetivos.  

No caso do surfista capixaba profissional Rodrigo Cardoso, de 28 anos, quando está sobre as ondas a vontade de deslizar sobre elas é maior que qualquer temor.

Ele já chegou a encarar uma onda de 8 metros e 41 centímetros de altura, em 2019, a 3ª maior do País naquele ano. Ela aconteceu na Praia da Costa, em Vila Velha, em um local chamado Avalanche. 

Veja o vídeo:

 

null Divulgação.
 

“Ao mesmo tempo em que sinto medo, sinto vontade. Enquanto a vontade de ter aquela experiência for maior que o medo, eu vou na onda”, relatou o Rodrigo.

Crescido em uma família de surfistas,    se inseriu nesse universo por incentivo do pai, que  pegava onda e mantinha o costume de levar os filhos à praia de Jacaraípe, na Serra, onde Rodrigo mora  desde os 8 anos.   

Ele surfava junto aos dois irmãos por diversão e, aos 10 anos, começou a participar de competições.

Rodrigo foi campeão capixaba amador três vezes – em 2006, 2008 e 2011 – e campeão  capixaba profissional uma vez, em 2015.

 Após a conquista na modalidade profissional, resolveu abandonar as competições e  praticar o freesurfe (vertente do surfe sem competições).

“Gosto de me desafiar, e a forma de me superar foi essa: desafiando ondas maiores, mais perigosas, superando meus próprios limites e competindo comigo mesmo”, diz.

Para Rodrigo, deslizar sobre as ondas, além de permitir contato com a natureza, proporciona sensação de liberdade e euforia.   

Durante a experiência com a modalidade, a onda de 8,41 metros foi a maior.     “Nessa onda, tomei uma 'vaca' (expressão usada no surfe sobre  quando o atleta cai da onda). Fiquei muito tempo debaixo d’água, a ponto de meus dois ouvidos estalarem e ter de prender o ar por muito tempo. Ao mesmo tempo em que foi a melhor onda, foi um perrengue”, conta.

Rodrigo relata que sentiu medo de se afogar, mas que manteve a calma na situação, porque tinha se preparado fisicamente.

Além da prática do esporte por diversão e por superação pessoal, ele também tem uma escola de surfe em Jacaraípe.

Segurança e garantia de bem-estar

Para que a prática dos esportes de aventura proporcione bem-estar, é preciso que seja feita com segurança. Por isso, o acompanhamento profissional é fundamental.

“Todo esporte que envolve  natureza e condições meteorológicas e atmosféricas precisa de um conhecimento mais profundo do que está sendo feito”, salienta  o instrutor de voo Rodolpho Cavalini. 

“É importante a pessoa passar por um processo de qualificação e formação, com instrutores que  deem essa base para tomar as decisões corretas”, completa.

Outra recomendação é procurar por empresas qualificadas para a prática da atividade, segundo o instrutor de escalada Oswaldo Baldin. “É importante  saber a credibilidade da empresa, se   é realmente jurídica, e pesquisar o currículo do instrutor. Caso contrário, a experiência que seria divertida pode se tornar uma tragédia”.  

A professora de Educação Física Gessya Santana destaca que é fundamental utilizar equipamentos de segurança adequados a cada modalidade, além de manter uma boa  alimentação e hidratação.   

“Tem de levar em consideração o  grau de condicionamento físico. Não dá  para extrapolar o seu limite. O ideal é começar pelo básico e ir progredindo. Ao começar pelo extremo, o risco de lesão é alto”.

Segundo o professor de Educação Física West Gave dos Santos, o preparativo para as atividades físicas,  simples ou de alto rendimento, é principalmente pelo fortalecimento da musculatura, e cada esporte exige exercícios diferentes. “No caso de bicicleta, por exemplo, é preciso dar ênfase aos exercícios de membros inferiores”.

Prática ajuda no   equilíbrio emocional e autocontrole

A busca pela superação dos  limites em esportes de aventura é vista por psicólogos como algo positivo, porque permite trabalhar o autocontrole e o equilíbrio emocional.

“Quando uma pessoa se engaja nesses comportamentos, existe uma consequência positiva: enfrentar o medo, a ansiedade e a insegurança de encarar esse esporte. Isso ajuda o indivíduo, além de promover sensação de liberdade, concentração e coragem”, destaca o psicólogo André Zonta.

O especialista ressalta que, geralmente, essas pessoas tendem a ser abertas a novas possibilidades.

Uma das possíveis explicações para a busca por aventuras é que o ser humano está sempre à procura de desafios, de acordo com  o psicólogo e psicoterapeuta Gerson Abarca.

“Tem gente que sente prazer nessas aventuras, porque elas descarregam muitas químicas positivas, a nível cerebral. Se a pessoa pratica uma vez e pontua um prazer, vai continuar desenvolvendo e evoluindo nisso”.

O psicólogo observa que é um erro achar que  esportes radicais ou de aventura atraem somente pessoas com desequilíbrio emocional. “A busca por esses esportes requer uma alta disciplina. Geralmente, quem os pratica  tem mais resistência e resiliência”, pontua. 

Gerson Abarca    ressalta que, além disso, o ambiente em que a pessoa foi criada influencia em seus gostos por aventura: se ela  cresceu nesse universo,   tende a seguir esse rumo.

Segundo a psicóloga Vanessa Cristina Barbosa, o  prazer pelo esporte de aventura se dá pela vontade de superar o objetivo traçado, para formar a sua identidade e  valorização na sociedade.

 “É como se eles quisessem romper com as amarras da sociedade”, avalia Vanessa.


DICAS PARA VENCER O MEDO DE AVENTURAS


Autoconhecimento e prática

  • Conhecer os próprios limites. Isso é adquirido conforme a experiência e o autoconhecimento, e ajuda a lidar melhor em situações inesperadas.
  • Treinar o esporte com frequência, para desenvolver mais habilidades.
  • Manter o controle e focar que se preparou para aquela atividade, para não se desesperar em um obstáculo.
  • Observar o espaço da atividade e contemplar as paisagens  naturais, para que o desafio valha a pena.
  • Lembrar que o exercício precisa ser feito com equipamentos de segurança e com acompanhamento profissional. Isso aumenta a confiança e ajuda a controlar o medo.

Começo gradativo

  • Iniciar no esporte pelo básico, para evitar acidentes e traumas. É preciso respeitar os próprios limites de habilidade e conhecimento, adquiridos com o tempo e a experiência. 
  • Além disso,  nem todas as pessoas que praticam esportes de aventura querem surfar a maior onda ou fazer o voo livre mais alto: cada um tem seu objetivo. 

Preparação física e mental

  • Prepare-se física e mentalmente para iniciar um exercício, para evitar traumas e lesões. Em qualquer atividade física, é preciso preparar o corpo, para ter condicionamento, e a mente, para que haja equilíbrio emocional ao lidar com os obstáculos.

Fonte: Esportistas e especialistas consultados pela reportagem.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: