“A dor é a pandemia do século”, alerta médica
Estudos mostram que cerca de 50% da população mundial sofre com isso. Dores na lombar e de cabeça são as mais frequentes
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) define como pandemia a disseminação de uma doença por diferentes continentes. Estudos já mostram que cerca de 50% da população mundial sofre com dores crônicas.
“A dor é a pandemia do século. Se você olhar para um lado ou outro, quem você conhece que não tem dor ou nunca passou por episódios de dor? A dor crônica acomete qualquer faixa etária, tanto crianças quanto jovens e idosos”, afirma a médica intervencionista em dor Amelie Falconi.
Dores na lombar e de cabeça, segundo observa a médica, são as mais frequentes na população.
Quem sofre de dor crônica percebe claramente, de acordo com Amelie, como a doença é custosa financeiramente. “Além de aumentar o gasto mensal com planos de saúde, consultas, reabilitação, remédios e psicólogo, a dor crônica atrapalha que seu portador ganhe dinheiro, porque o impede de trabalhar muitas vezes”.
A especialista ressalta ainda que é possível tratar a dor sem remédio, dependendo do caso. “Tem muito paciente que começamos a tratar com remédios, há o ajuste no estilo de vida e depois o remédio é retirado, e há aqueles em que a dor é tratada sem remédio”.
De acordo com a médica, diferente de um paciente com doença cardíaca, que tem medo de passar por uma cirurgia, um portador de dor crônica deseja a intervenção cirúrgica como primeira opção de tratamento.
Isso ocorre, segundo ela, porque não se leva tão a sério uma doença invisível quanto uma doença que se vê. “Em um mundo ideal, porém, cuidaríamos da dor da mesma maneira que cuidamos de um coração: seguindo etapas e corrigindo fatores de risco, que são responsáveis por desencadear e alimentar a dor crônica”.
O neurocirurgião e especialista em tratamento da dor José Augusto Lemos lista como um dos principais fatores de risco para dor crônica a falta de preparo para realizar o diagnóstico e indicar os tratamentos adequados para cada tipo, evitando assim que ela se prolongue.
“Daí a importância social do especialista em dor e de uma abordagem que permita ao médico conhecer melhor seu paciente, para melhor poder ajudá-lo”.
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