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Cidades

A cada dois dias, ES tem uma morte por afogamento

Principais ocorrências fatais acontecem em lagoas e represas. Homens representam 6,7 vezes mais vítimas do que as mulheres


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Imagem ilustrativa da imagem A cada dois dias, ES tem uma morte por afogamento
Praia da Costa, onde Pedro Henrique Silva (destaque) morreu afogado |  Foto: Fabio Nunes / AT

O aumento nos casos de afogamento no Espírito Santo vem gerando alerta entre autoridades e especialistas. Com um recorde de 168 vítimas fatais em 2023, três a mais que em 2022, o número equivale a uma morte a cada dois dias, segundo o Corpo de Bombeiros.

A maior parte dos afogamentos acontece nas praias e até nas piscinas, mas os que têm como resultado a morte ocorrem geralmente em lagos, lagoas ou represas.

Capitã do Corpo de Bombeiros Militar do Estado (CBMES), Gabriela Andrade de Carvalho apontou uma ligação entre o aumento de turistas nas praias após o período de reclusão durante a pandemia e o aumento nos afogamentos.

Ela enfatizou ainda que a ingestão de bebidas alcoólicas antes de entrar em ambientes aquáticos potencializa o risco.

“Uma pessoa embriagada acaba se expondo muito mais ao risco. Ela subestima mais os riscos e superestima a sua capacidade em qualquer ambiente aquático, não só na água do mar, mas em cachoeiras, lagoas, piscinas. E é aí que a tragédia acaba acontecendo. O maior número de afogamentos acontece nas praias, porque têm o maior fluxo de banhistas”, afirmou a capitã.

Ela ressaltou ainda a importância de medidas preventivas como forma de evitar afogamentos. A capitã citou ainda as embarcações sem regularização e a falta de coletes salva-vidas, sobretudo para quem não sabe nadar.

Ela alerta para a falsa sensação de segurança em locais de água doce e oferece orientações para situações de emergência, como manter objetos flutuantes próximos e sempre buscar ajuda com segurança.

“A pessoa que não sabe nadar, ao chegar na praia, vê as ondas e logo se assusta. Isso, em alguns casos, impede que ela entre na água. Só que essa mesma pessoa, ao chegar na lagoa, vê água parada e acha que ali não tem risco. Só que às vezes tem um buraco, ela pode cair”, observou.

Dados

Os dados indicam uma triste realidade: os homens representam 6,7 vezes mais vítimas do que as mulheres, atribuído à subestimação de riscos e superestimação de capacidades por parte deles.

Sobre esses dados, a capitã Gabriela, do Corpo de Bombeiros do Estado, destacou que os afogamentos não são acidentes, mas sim incidentes.

“São incidentes evitáveis por meio de medidas preventivas e cuidados no ambiente aquático. A conscientização e a prudência são fundamentais para mitigar esses tristes eventos”, observou.

Adolescente que morreu afogado recebe homenagem

O adolescente Pedro Henrique Silva foi homenageado por amigos nas redes sociais. Ele morreu afogado no último domingo, na Praia da Costa, em Vila Velha. O rapaz, que completaria 17 anos no próximo dia 25, chegou a ser socorrido por um médico que estava no local, mas não resistiu.

Na manhã de ontem, o perfil de uma igreja que ele frequentava fez uma homenagem ao adolescente. Amigos e familiares também lamentaram a perda.

“Pedro, conhecido pelo seu carisma, sorriso largo, abraço curador e por seu amor a Cristo faleceu neste domingo”, escreveu a Igreja Metodista em sua página no Instagram.

Embora o último registro de morte no Estado tenha ocorrido em uma praia, uma análise do Corpo de Bombeiros revelou que a maioria das fatalidades por afogamento tem sido registrada em locais de água doce.

Segundo o órgão, esses afogamentos acontecem devido à falsa sensação de segurança.

DICAS

Nade em áreas supervisionadas

Sempre nade em áreas onde há salva-vidas presentes.

Esteja atento às bandeiras

Respeite os avisos das bandeiras de segurança, como a bandeira vermelha (perigo) e a bandeira amarela (atenção).

Cuidado com as correntes

Fique atento às correntes de retorno ou correntes de maré, evitando nadar contra elas.

Evite ingerir álcool

Não nade se estiver sob efeito de álcool ou substâncias que possam afetar sua coordenação.

Use coletes salva-vidas

Se estiver em um barco ou praticando atividades aquáticas, use coletes salva-vidas.

Mantenha os olhos nas crianças

Supervisione atentamente as crianças pequenas e não as deixe sozinhas na água.

Cerca de segurança

Mantenha piscinas residenciais ou de recreação protegidas por cercas adequadas.

Supervisão constante

Nunca deixe crianças desacompanhadas, mesmo que saibam nadar.

Equipamentos de segurança

Mantenha equipamentos de segurança, como boias, e telefones de emergência, próximos da piscina.

Se você presenciar alguém se afogando...

Evite agarrar a vítima diretamente se você não tiver treinamento em salvamento aquático. Chame por ajuda.

Jogue objetos flutuantes, como coletes salva-vidas, boias, bolas ou qualquer objeto que possa ajudar a vítima a se segurar.

Fonte: Corpo de Bombeiros do ES.

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