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Cidades

887 mil usam bicicletas para trabalho e lazer no ES

Cada vez mais, elas são utilizadas para trabalho e lazer. Vitória é a capital do País com maior concentração de bicicletas por habitante


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Não é preciso ser e se vestir como atleta para pedalar até o trabalho. Cada vez mais, cenas de pessoas com calça jeans, camisa social e até engravatadas se tornam comuns nas ciclovias, principalmente após a pandemia. Tanto que, no Estado, há mais de 887 mil usuários de bicicleta para atividades cotidianas.

Os dados foram estimados por um estudo do Instituto de Pesquisa Multiplicidade Mobilidade Urbana. Os resultados apontam Vitória como a capital com a maior concentração de bicicletas por habitantes no Brasil.

A expansão das ciclovias, a priorização dos cuidados com a saúde, a conscientização sobre a mobilidade urbana limpa e o alto valor da gasolina impulsionam a “cultura das bicicletas”, explicam especialistas. 

A fundadora do Multiplicidade Mobilidade Urbana, Glaucia Pereira, analisa que há uma maior conscientização sobre o potencial das bicicletas como meio de transporte efetivo para o cotidiano. As capitais se esforçam para recuperar a cultura das bicicletas, explica.

“Nos últimos dez anos, algumas capitais conseguiram expandir as ciclovias. Há um esforço para recuperar a cultura das bicicletas, que ainda é forte no interior. A mobilidade ativa faz bem para a saúde, não emite poluentes e garante maior confiança na programação de tempo de viagem”.

Já o professor de Arquitetura e Urbanismo da Ufes, Tarcísio Bahia de Andrade, aponta a expansão da integração das bicicletas a outros meios de transporte como ponto fundamental para potencializar a cultura das bikes na Grande Vitória.

 “As bicicletas não resolvem o problema de deslocamento para todos, mas representam uma ótima forma de mobilidade. Precisamos pensar em formas de integração dos meios de transporte. Os terminais, por exemplo, poderiam ter bicicletários completos, além de mais estações de bikes compartilhadas”. 

Com a pandemia, o proprietário da Vitória Pedal, Fernando Gorza, conta que vivenciou um “boom” de 60% na venda de bicicletas, em comparação a anos anteriores. Os clientes, com intuito de utilizá-las para deslocamentos no dia a dia, estão mais frequentes, conta.

“Noto uma procura forte, a nível Rio-São Paulo. Vejo evolução na adoção da bicicleta como meio de transporte. Muitos  usam para trabalhar, de comerciantes a ‘engravatados’ dos tribunais. Até a venda de cadeirinhas aumentou muito”.

Mais 55 quilômetros de ciclovias

Moradores da Grande Vitória serão beneficiados com a construção prevista de mais de 55 km de ciclovias nos próximos anos, de acordo com as prefeituras. Os projetos visam criar ciclorrotas nas principais avenidas e poderão possibilitar mais lazer e deslocamento de “bike” para o trabalho e para outras atividades do dia a dia. 

Em Vitória, as obras de reurbanização e implantação de ciclovia na avenida Rio Branco, na Praia do Canto, se iniciaram em julho, por exemplo. Juntamente a outras intervenções, que cruzam avenidas importantes, como Nossa Senhora dos Navegantes, Marechal Mascarenhas de Moraes (Beira-mar) e Getúlio Vargas, serão mais 15 km de ciclovias, informa a Prefeitura de Vitória.

Com as novas obras de urbanização de Vila Velha, a cidade ganhará mais 3,3 km de ciclovias, em  Cidade da Barra, São Conrado e nas avenidas Gaivotas, em Pontal das Garças, e Sempre Viva e União, em Darly Santos, informa a Prefeitura de Vila Velha.

Há, ainda, a Ciclovia da Vida, na Terceira Ponte, ligando Vitória e Vila Velha. Somados os dois sentidos, serão 7 km de extensão, com entrega prevista para março de 2023.

Já na Serra, a previsão é de que 30 km de ciclovias sejam implementados até junho de 2023, de acordo com a prefeitura. Dessa forma, as principais avenidas da cidade, como a Norte Sul, a Eudes Scherrer, a Talma Ribeiro, a Civit e a Copacabana, contarão com ciclovias.

Compartilhamento

Vitória ganhará mais 20 estações de bicicletas compartilhadas, com 100 novas bicicletas, nos próximos dois anos, informa a prefeitura. Nos próximos 60 dias, as bicicletas existentes ganharão GPS e sinalizador piscante.

Já na Serra, a implementação do serviço de bicicletas compartilhadas terá publicação de edital no fim de outubro, com cerca de 30 pontos e 300 bicicletas adultas.

Diversão em Família

Imagem ilustrativa da imagem 887 mil usam bicicletas para trabalho e lazer no ES
- |  Foto: Leone Iglesias/AT

A bicicleta é parte do dia a dia do servidor público Alexandre Wenichi, 51 anos. Ele costuma levar o filho Magno, 9 anos, à escola de bicicleta, além de curtir momentos de lazer com o menino e a outra filha, Lara, 14 anos.

Com o trabalho remoto, ele deixou de utilizar a bicicleta para o trajeto, mas, se houver retorno presencial, não tem dúvidas de que usará a bike para se deslocar. 

“Eu sinto prazer em pedalar. É um esporte que eu gosto e, ainda, fujo dos engarrafamentos, o que diminui muito o estresse e a ansiedade”.

Preferência pela bicicleta

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- |  Foto: Divulgação

O professor Robison Garcia Júnior, 42, usa a bicicleta para trabalhar, fazer compras, levar os filhos para o curso de inglês e realizar pequenos trajetos no seu bairro, Praia da Costa, em Vila Velha, quase todos os dias, desde antes da pandemia. 

“Tenho carro, mas opto preferencialmente por usar a bicicleta. Meus filhos também adoram. Até emagreci e durmo melhor”.

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|  Foto: A Tribuna

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