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Cidades

803 mil pessoas com mais de 50 anos foram alvo de golpistas

Maioria nessa faixa etária já recebeu ligações de falsas centrais ou foi vítima do golpe do pagamento de entregas


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Imagem ilustrativa da imagem 803 mil pessoas com mais de 50 anos foram alvo de golpistas
803 mil pessoas com mais de 50 anos foram alvo de golpistas |  Foto: Canva

Mais de 800 mil pessoas com 50 anos ou mais já foram alvo de ligação de falsas centrais telefônicas no Espírito Santo. O dado representa 69% da população dessa faixa etária.

Segundo a pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box sobre identificação e autenticação digitais, entre os brasileiros que têm smartphone, 65% já receberam esse tipo de ligação e 11% perderam dinheiro com esse golpe. Quem mais recebe esses telefonemas são as classes A e B (74%) e pessoas com 50 anos ou mais (69%).

Considerando que essa população no Estado é de 1.164.905 habitantes e que cada um tem ao menos um smartphone, 69% representam 803.784 pessoas que receberam ligações de centrais falsas.

Segundo o delegado titular do 3º Distrito Policial de Vitória, Diego Bermond, as quadrilhas que ele investiga são de outros estados. Este ano, um suspeito de Guarulhos (SP) foi preso em Vitória com uma moto com a placa de São Paulo.

Ele faz parte de uma quadrilha que aplica o golpe da entrega das flores, semelhante ao golpe da cesta de chocolate.

O delegado conta que, somente em 2023, foram registrados 20 boletins de ocorrência por vítimas que receberam ligação de central telefônica, informando que haviam sido premiadas com uma cesta de chocolates. As vítimas eram moradores de Mata da Praia, Jardim da Penha, Jardim Camburi, Praia do Canto e Enseada do Suá, em Vitória.

“Um falso motoboy, numa moto com placa de São Paulo, aparece com o chocolate e diz que ‘só tem uma taxa de entrega de R$ 6,90’. Curiosa, a vítima entrega o cartão de débito ou crédito, e ele coloca o valor que quiser. Como a vítima está distraída com o chocolate, digita a senha e ele diz que deu falha, até conseguir passar o valor. Vai pedindo para mudar o cartão”, diz Diego Bermond.

Outro golpe é quando o cliente de um banco recebe a ligação do falso call-center, informando que o gerente da conta está de férias e é preciso instalar um aplicativo para atualizar o certificado digital.

“Na verdade, é um programa de acesso remoto à conta bancária. Eles têm acesso privilegiado. Foram pelo menos dois casos no ano passado e, em um deles, o cliente perdeu R$ 130 mil. A quadrilha tinha o número da conta e o cliente acabava sendo lesado”, afirma o delegado.

Informação livre na internet e vazamento de dados

A maioria desses golpistas busca dados pessoais no grande vazamento de informações ocorrido em 2021, quando mais de 220 milhões de brasileiros tiveram seus dados expostos na Darkweb, segundo o consultor de Tecnologia da Informação Eduardo Pinheiro.

“Com esses dados em mãos, os criminosos conseguem aplicar golpes com maior credibilidade, o que aumenta significativamente as chances de sucesso das suas investidas”, afirma o especialista.

O professor da UCL/UVV e coordenador do curso de Engenharia da Computação, João Paulo Chamon, observa que há muitos dados pessoais de fácil acesso na internet, como em órgãos públicos.

Para Chamon, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) deveria bloquear provedores de centrais telefônicas de golpes.

“Eles atuam para empresas lícitas, mas para massificar a venda, deixam entrar as ilícitas. Com o bloqueio, as empresas lícitas serão afetadas e o provedor vai tomar medidas para que não volte a acontecer”, afirma.

SAIBA MAIS

Dados

A Polícia Civil não tem uma estimativa sobre o golpe da central telefônica, mas pessoas com 50 anos ou mais são mais suscetíveis a esses golpes, por não estarem tão familiarizadas com a tecnologia, segundo o delegado titular do 3º Distrito Policial de Vitória, Diego Bermond.

“Homens com mais de 50 anos são as maiores vítimas desses golpes por uma combinação de fatores. Primeiro, a população mais velha geralmente não é tão familiarizada com tecnologias e práticas de segurança digital quanto os jovens”, segundo o consultor de Tecnologia da Informação Eduardo Pinheiro.

Eles podem ter mais dificuldade em identificar fraudes sofisticadas, especialmente se os golpistas utilizam táticas que simulam instituições confiáveis, como bancos ou operadoras de cartão de crédito.

Além disso, pessoas mais velhas costumam ter mais estabilidade financeira, sendo vistas pelos criminosos como alvos mais atrativos, já que possuem poupanças ou aposentadorias.

Punição

De acordo com Diego Bermond, o crime de estelionato não envolve grave ameaça ou violência e dificilmente os criminosos permanecem presos muito tempo.

O crime de estelionato simples tem pena de 1 a 5 anos de reclusão. A pena pode ser aumentada, por exemplo, se ele é praticado continuadamente, em 1/6 ou 2/3.

Possíveis soluções

O professor da UCL/UVV e coordenador do curso de Engenharia da Computação, João Paulo Chamon, afirma que a venda de chips pré-pagos para celulares deveria ser mais rigorosa, exigindo inclusive o reconhecimento facial do comprador.

Atualmente, segundo ele, a compra não é feita com muitos critérios.

A limitação de linhas telefônicas por número de CPF é outro fator que ajudaria a diminuir os golpes, segundo o professor.

“Hoje, a pessoa compra quantos ela quiser”, afirma.

A exigência dos provedores vincularem os donos das centrais a uma conta “gov. br” seria outro dificultador para a ação dos criminosos, de acordo com o professor, por ter os dados de seus responsáveis.

“O governo e a Anatel têm que criar regras que punam rigorosamente as operadoras e provedores, o que vai fazer com que aumentem o nível de segurança. Se não criar regras mais rígidas, os golpes vão continuar ocorrendo”, afirma.

Dicas

As pessoas devem adotar cuidados básicos, como nunca fornecer dados pessoais ou bancários por telefone, de acordo com Eduardo Pinheiro.

Desconfiar de chamadas de números desconhecidos ou que solicitam informações sensíveis.

Evitar clicar em links enviados por mensagens.

Sempre confirmar diretamente com a instituição bancária através de canais oficiais antes de realizar qualquer ação.

O delegado Diego Bermond orienta a não atender a solicitações realizadas por meio de call-center para atualizações de token, verificação de identidade on-line e certificado digital.

Fonte: Especialistas consultados.

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