74% dos pais temem segredos sobre relacionamentos dos filhos
Números são de levantamento realizado pela Ejuvv em parceria com o jornal A Tribuna
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Contar sobre um relacionamento para irmãos e amigos nem sempre é algo fácil de se fazer. Falar com os pais sobre isso pode ser ainda mais desafiador.
Essa é uma aflição real para muitos pais: 74,8% se preocupam se os filhos serão capazes de falar caso passem por alguma dificuldade em relacionamentos, aponta pesquisa feita pela Empresa Júnior da UVV (Ejuvv), em parceria com A Tribuna.
“O vínculo relacional inicia no nascimento da criança. Estabelecer e fortalecer esse laço inicial com presença, afeto, participação, diálogo e respeito já prepara os filhos para futuros relacionamentos saudáveis”, afirma a psicóloga clínica e presidente da Associação de Terapia Familiar do Estado (Atefes), Suzana Pittol.
O doutor em Psicologia Danilo Suassuna reforça a importância do diálogo dos pais com os filhos de forma aberta e acolhedora. “Isso cria um ambiente onde os filhos se sentem à vontade para compartilhar preocupações e dificuldades, mantendo a confiança mútua”.
Frustrações
Para metade dos pais entrevistados, outra preocupação é se os filhos saberão lidar com as pressões e as frustrações da vida.
“Para lidar com as pressões da vida, os pais, em primeiro lugar, não devem se culpar por não estarem com seus filhos em tempo de quantidade e sim em tempo de qualidade, e parar de suprir seus filhos com coisas materiais em detrimento do afeto”, alerta Luciana Vello, terapeuta de família e casal e membro da diretoria da Atefes.
Para Danilo Suassuna, frustrações são oportunidades de aprendizado, que ajudam as crianças a encontrarem novas soluções para problemas.
“Isso contribui para o desenvolvimento de habilidades de enfrentamento e resiliência, tornando-as adultos mais saudáveis emocionalmente”.
A psicóloga perinatal e parental Nayara Teixeira explica que, diante das frustrações, as crianças vão chorar ou reclamar, mas os pais precisam ser firmes, coerentes e também respeitosos e carinhosos para ajudarem os filhos a se tornarem cada vez mais resilientes diante dos “nãos”.
O psicólogo Gabriel Portella recomenda que os pais ensinem os filhos a definirem metas realistas e a lidar com a pressão através de técnicas de gerenciamento de estresse, como a respiração profunda e o apoio da rede de suporte.
Foco no equilíbrio
Ilan, de 15 anos, e Eric, 10, sonham em ser médicos e, segundo seus pais, a assessora de comunicação Denise Klein Bermudes, 42, e o professor Filipe Pinel Berbert Bermudes, eles sabem que precisam estudar bastante para conseguir passar no vestibular.
Apesar de afirmarem não ter grandes preocupações com o futuro profissional dos filhos, os pais contam que em relação às amizades, há locais que os meninos não podem frequentar, e também são supervisionados quanto à redes sociais.
“Nossa maior preocupação é com a saúde mental. A carga deles de estudo e compromissos é alta. Por isso, sempre procurarmos ensinar o equilíbrio, estimulando que façam atividades físicas, não cobrando nada em excesso, transmitindo afeto e sobretudo estimulando a vida espiritual e a relação pessoal deles com Deus”.
Saiba mais
Ansiedade
A terapeuta de família Luciana Vello afirma que uma das formas para os pais lidarem com a ansiedade é sendo realistas e assumindo que, por mais que se tente, não se consegue controlar os filhos e tudo o que se passa à volta deles.
É importante também, segundo o psicólogo Gabriel Portella, que os pais equilibrem suas expectativas com a aceitação das escolhas individuais de seus filhos.
Frustrações
Segundo alerta a psicóloga Suzana Pittol, a superproteção pode ser muito danosa por não permitir que a criança e o adolescente desenvolvam “ferramentas” e mecanismos próprios para o enfrentamento das dificuldades da vida, correndo o risco de formar um adulto fragilizado e dependente.
Relacionamentos
Sobre o medo de os filhos não falarem sobre relacionamentos, a psicóloga Nayara Teixeira aconselha que os pais tenham um diálogo franco e aberto, promovendo assim a confiança dos filhos.
Carreira
Cabe aos pais mostrar aos filhos a diversidade de opções de carreira ao longo de sua infância e adolescência, de forma adequada ao nível de informação que cada idade pode absorver, orienta Monique Stony, especialista em Recursos Humanos.
Fonte: Especialistas consultados.
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