713 mil carros no ES têm mais de 20 anos e maioria ainda circula
Sujeito às mesmas regras dos modelos novos, veículos antigos possuem admiradores fiéis e ainda estão presentes nas ruas

É comum encontrar veículos com duas ou até três décadas de uso circulando diariamente pelas ruas capixabas. De acordo com o Observatório de Trânsito do Espírito Santo, são 713.956 automóveis fabricados antes de 2005, o que representa quase 30% da frota atual, estimada em 2,5 milhões de veículos. E o que chama atenção é que a maioria deles ainda circula.
Segundo Raphael Piekarz, diretor de Habilitação e Veículos do Departamento Estadual de Trânsito do Espírito Santo (Detran|ES), os cuidados com esses carros se dividem em dois aspectos: a manutenção e a documentação.
“O proprietário deve manter o carro em condições de circulação, com pneus, faróis, limpador de para-brisa e demais equipamentos de segurança funcionando. O licenciamento anual é obrigatório para todos, independentemente da idade. O que muda é que, a partir do 16º ano de fabricação, o IPVA é isento”, explica.
Na prática, veículos antigos estão sujeitos às mesmas regras dos novos. “Se estiver com pneu careca, farol queimado ou sem seta, cabe autuação. Conduzir em mau estado de conservação também é infração de trânsito e pode levar até a apreensão do veículo”.

Entre os apaixonados por esses modelos está o empresário Alexandre Tabarelli, de 47 anos. Na garagem ele guarda exemplares como Jeep 1963, Gol 1994 e Parati Surf 1995, entre outros.
“Restaurei 100% dos veículos, sempre com peças originais e atualizações de segurança. Uso para viagens, encontros e até para ir trabalhar”.
Todos os veículos do empresário possuem placa preta. O item aparece como símbolo de preservação e reconhecimento histórico.
Para obtê-la, o carro precisa ter mais de 30 anos de fabricação, ao menos 80% de originalidade e passar por vistoria em clubes credenciados.
Tiago Barbosa, vistoriador credenciado e integrante do Heaven’s Car Clube, explica que a placa preta não é uma exigência de circulação, mas um diferencial para veículos de coleção, pois agrega valor e pode trazer benefícios.
“Em locais que ainda cobram IPVA de carros antigos, ela garante isenção. Além disso, no caso de acidente, a seguradora deve considerar o valor histórico do veículo, não só a tabela Fipe. E se houver necessidade de reparo, a substituição precisa ser feita com peças genuínas”.
Você sabia
Criada em setembro de 1997 pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a chamada placa preta surgiu como uma forma de preservar e valorizar veículos históricos que mantêm suas características originais.
Saiba Mais
Manutenção
Não existe uma data limite de vida útil de veículos, no entanto, carros antigos precisam estar em boas condições para circular, assim como os novos.
As regras são as mesmas. Então, pneus devem estar em boas condições de uso, e faróis, setas, limpador de para-brisa e cinto de segurança em perfeito funcionamento, entre outros equipamentos obrigatórios.
Documentação
Além do bom estado de conservação do veículo, a documentação deve estar em dia para que o carro possa circular.
No Espírito Santo, veículos com mais de 15 anos são isentos do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). No entanto, o licenciamento anual continua sendo obrigatório.
Riscos
Sem revisão, com equipamentos obrigatórios quebrados ou em falta, veículos antigos podem falhar e causar acidentes.
Infração
Carros antigos recebem as mesmas penalidades do que os novos.
Farol queimado, pneu careca ou placa ilegível são exemplos de má conservação do veículo e resultam em infrações graves ou gravíssimas.
Além disso, em alguns casos pode haver apreensão do veículo.
Penalidade
Conduzir veículo em mau estado de conservação é infração.
Placa danificada, ausência de equipamentos obrigatórios ou alterações não registradas podem gerar multas.
Placa preta
A placa preta, que identifica veículos de coleção, é opcional. Não é exigência para rodar. Logo, é opção do dono do veículo aderir ou não.
Ela só pode ser usada em veículos com mais de 30 anos. Além disso, o veículo deve ter 80% de originalidade e vínculo com clube de colecionadores.
Mais que um item de identificação, ela se transformou em objeto de desejo para colecionadores e símbolo de reconhecimento entre apaixonados por automóveis clássicos.
Números
Frota de veículos em circulação por ano de fabricação agrupada por período no Estado:
1900 a 2005 — 713.956
Frota atual
2.537.465
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