10 redes sociais mais perigosas para crianças e adolescentes
Segundo especialistas, ferramentas como TikTok, Instagram, Discord e Roblox se tornaram porta de entrada para crimes no ambiente digital
Dentro do quarto, fones no ouvido e olhos fixos na tela. Por trás do que parecem conteúdos inofensivos para crianças e adolescentes, cresce um ambiente pouco conhecido pelos pais — e extremamente fértil para riscos.
Especialistas apontam 10 redes sociais e plataformas que têm se tornado porta de entrada para exposição a conteúdos impróprios, cyberbullying, exploração sexual infantil e impactos emocionais profundos.
O consultor de tecnologia da informação Eduardo Pinheiro enfatizou que as redes sociais se tornaram um dos ambientes mais perigosos para crianças e adolescentes, especialmente plataformas como TikTok, Instagram e, de forma ainda mais preocupante, o Discord.
“Diferentemente das redes tradicionais, o Discord opera em servidores fechados, com pouca visibilidade para pais, o que facilita o aliciamento, a exposição a conteúdos impróprios, a chantagem com imagens íntimas e até a exploração sexual”.
Ele aponta que o TikTok e o Instagram potencializam ainda a pressão psicológica, a hipersexualização e a dependência digital por meio de algoritmos agressivos. “Menores de 13 anos não podem criar contas nessas plataformas, pois isso viola os termos de uso das ferramentas, além de expor crianças a riscos que elas não têm maturidade emocional para enfrentar”.
O delegado adjunto da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos, Ícaro Olimpio Leandro, também destacou ferramentas como TikTok, Roblox e o Discord como as que concentram maiores riscos. “O Roblox, embora seja apresentado como jogo, é também uma plataforma com chats e interações. Há relatos de perseguições e exploração sexual infantil”.
Para a especialista de Proteção Contra Violências do Unicef no Brasil, Luiza Teixeira, o alerta recai sobre plataformas amplamente usadas — redes sociais e jogos on-line.
Segundo ela, apesar de populares entre crianças e adolescentes, essas ferramentas não foram criadas pensando no bem-estar ou na segurança desse público.
“Elas buscam lucro por meio do uso ininterrupto e utilizam-se de dados dos usuários para direcionar conteúdo e prender a atenção, muitas vezes em detrimento da privacidade e da segurança”.
Números
92% da população de 9 a 17 anos é usuária de internet no País, o que representa atualmente cerca de 25 milhões de crianças e adolescentes.
77% desses jovens tinham celular em 2025. Em 2024, eram 81%.
37% dos estudantes afirmaram que acessam a internet na escola. Em 2024, eram 51% dos alunos.
O celular permanece como o principal dispositivo de acesso à internet pelos usuários de 9 a 17 anos (96%).
86% dos usuários de internet de 9 a 17 anos da classe DE não têm acesso a conteúdos da internet pelo computador. Na classe AB, 32% não têm acesso.
Redes Sociais
50% têm perfil no YouTube
66% no WhatsApp
66% no Instagram
57% no TikTok
21% no Facebook
Alguns riscos nas redes
Exploração sexual
Criminosos se passam por crianças ou adolescentes dentro de jogos e redes e, aos poucos, pedem informações pessoais, fotos e contatos. Quanto mais informações a criança fornece, mais fácil é a coação.
Conteúdos adultos
O acesso a conteúdos pornográficos acontece cada vez mais cedo — e de forma constante, não ocasional.
Cyberbullying
Humilhação pública, ofensas, ameaças e outras formas de intimidação são comuns em chats, jogos e redes. Com o uso de inteligência artificial, imagens são manipuladas para expor menores.
Conteúdo violento
Plataformas de jogos e redes sociais concentram conteúdos com violência explícita, discursos de ódio e temas impróprios para a idade.
Golpes e falsas oferta
Promessas de dinheiro, prêmios, vantagens ou acesso exclusivo são usadas para atrair crianças.
Prejuízos à saúde mental
O uso excessivo de redes e jogos amplifica problemas emocionais, como ansiedade, baixa autoestima, sensação de inadequação, especialmente pela comparação social constante.
Distorção da autoimagem
Filtros e imagens editadas criam padrões irreais de beleza. Crianças e adolescentes passam a rejeitar a própria imagem no espelho, o que pode levar a sofrimento emocional e até ao desejo precoce por procedimentos estéticos.
Dificuldade de lidar com frustração
O consumo instantâneo de conteúdos prejudica o desenvolvimento emocional, reduz a tolerância à frustração e compromete habilidades como concentração, leitura profunda e aprendizado.
Problemas no sono
O excesso de telas impacta no sono, aumenta o sedentarismo e contribui para hábitos alimentares inadequados.
Enfraquecimento de vínculos familiares
O uso individualizado de telas dentro de casa diminui o contato entre pais e filhos, enfraquece referências adultas e altera a dinâmica familiar
1. WhatsApp
O Aplicativo de mensagens oferece riscos quando crianças são inseridas em grupos com desconhecidos ou recebem contatos fora do círculo familiar, facilitando golpes, assédio e migração de conversas iniciadas em jogos.
Idade mínima: 13 anos (fixado pelo APP).
2. Instagram
Rede social baseada em imagens e vídeos, com forte apelo visual. Estimula comparação social, exposição excessiva da vida pessoal e pressão sobre padrões de beleza, impactando a autoestima e a saúde mental de crianças e adolescentes.
Idade mínima: o governo federal diz que o ambiente é “não recomendado para menores de 16 anos”.
3. TikTok
Plataforma de vídeos curtos, com consumo rápido e contínuo. Algoritmos podem levar crianças a conteúdos inadequados para a idade, além de reforçar comparação social, erotização precoce e uso excessivo de telas.
Idade mínima: a plataforma exige 13 anos, mas no Brasil a classificação é de 14 anos.
4. Discord
Plataforma de criação de comunidades e grupos por texto, áudio e vídeo. Muito usada por adolescentes e gamers, mas pouco frequentada por adultos, o que dificulta a supervisão familiar e facilita contatos com pessoas desconhecidas.
Idade mínima: a idade mínima exigida pelo aplicativo é 13 anos. No entanto, a classificação para iOS é 17 anos.
5. Twitch
Plataforma de transmissões ao vivo por vídeo, inicialmente voltada para jogos. Permite interação em tempo real com streamers e usuários, ampliando exposição a conteúdos impróprios, cyberbullying e interações sem mediação.
Idade mínima: 13 anos. Menores de 18 anos precisam de supervisão de pais.
6. Roblox
Apresentado como jogo, mas funciona como uma grande plataforma social. Permite interação por texto, voz e vídeo, além da troca entre usuários. Exige atenção redobrada das famílias devido à exposição a conteúdos inadequados e contatos com estranhos.
Idade mínima: Não tem idade mínima, mas tem configurações de segurança que mudam com a idade, principalmente menores de 13 anos.
7. Minecraft
Jogo popular entre crianças, com foco em construção e criatividade. Apesar de considerado mais seguro que outras plataformas, permite interações on-line e chats, o que exige supervisão e respeito à classificação etária.
Idade mínima: O jogo tem uma classificação europeia recomendada de 7 anos e uma classificação norte-americana de mais de 10 anos.
8. Kwai
Rede social de vídeos curtos semelhante ao TikTok. Entre os problemas está a falha de moderação de conteúdo, que expõe os jovens a material impróprio, incluindo sexualização e assédio.
Idade mínima: 13 anos.
9. Reddit
Rede de fóruns organizados por temas, alguns moderados, outros não. Entre os riscos estão comunidades com conteúdo adulto, violência, discurso de ódio e desafios perigosos.
Idade mínima: a partir dos 13 anos.
10. Snapchat
Aplicativo que permite que os usuários enviem fotos e vídeos que desaparecem após exibidos.
Entre os riscos, está o de acesso a conteúdos impróprios para a idade e estratégias de marketing disfarçadas de questionários, para obter dados dos usuários.
Idade mínima: a partir dos 13 anos
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