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Economia

Carne e cerveja com preços que assustam os consumidores


Ingredientes fundamentais para aqueles que não abrem mão de um churrasco, carnes como contrafilé, alcatra e picanha, além da cerveja, têm apresentado aumento de preço, nos últimos meses, assustando consumidores.

Em pesquisa feita pela reportagem em sites de três supermercados da Grande Vitória, o quilo de contrafilé varia de R$ 41,79 a R$ 45,90. Já a alcatra fica entre R$ 32,85 e R$ 39,59. A picanha, por sua vez, tem o quilo entre R$ 45 e R$ 97,90 (peça/bandeja).

Já as cervejas, sobretudo as do tipo premium, são vendidas com novos valores, após o fim dos estoques antigos. Uma lata de 350 ml da bebida Heineken é vendida, com preço promocional, a R$ 4,62 em um atacarejo na Serra e em Vila Velha, embora ainda seja encontrada por preços menores em outras lojas.

E a expectativa é de que os preços da carne continuem altos, ao menos até dezembro, quando deve aumentar a oferta devido à safra do boi gordo, segundo o superintendente da Associação Capixaba de Supermercados, Hélio Schneider.

“A carne é uma matéria-prima, cotada em dólar, e seu preço depende muito da procura mundial. Como outros países também passaram por uma crise, por causa da pandemia e estão comprando carne do Brasil, é mais vantajoso para os produtores vender para fora e receber em dólar“, explicou.

Schneider afirmou ainda que as cervejas mais consumidas tiveram um reajuste em setembro. “Com o fim dos produtos em estoque, alguns supermercados estão repassando esse aumento agora. Quem tinha estoque maior ainda consegue vender pelo valor normal”.

A atendente Cristiane de Oliveira Vieira se surpreendeu nas prateleiras. “Adoro um churrasco. Mas a carne está cada vez mais cara. Até a marca mais barata de cerveja está bem mais cara, custando quase R$ 3 o latão”, afirmou.

Outros cortes também apresentam aumento . “Sempre compro o mais barato, como acém bovino e músculo, mas dessa vez paguei mais de R$ 25 nesses cortes. Antes eles custavam menos de R$ 20”.

A dona de casa Zulema do Rosário já não tem comprado carne com tanta frequência. “Agora só compro bife quando tem a bandejinha que custa R$ 7 ou R$ 8, para os meus netos. Eu compro mais ovo mesmo, mas na quarta, que é quando tem promoção”, afirmou.

Imagem ilustrativa da imagem Carne e cerveja com preços que assustam os consumidores
Zulema deixou a carne de lado e passou a consumir ovos: “Só compro bife quando custa até R$ 8, para os netos” |  Foto: Beto Morais/AT

Bares e restaurantes querem segurar aumento

Enquanto os supermercados estão repassando o reajuste do valor das cervejas para o consumidor, os bares e restaurantes pensam em segurar os preços.

“A Ambev, principal fornecedora de cervejas, ainda não repassou reajustes para o nosso setor”, relatou Rodrigo Vervloet, presidente do Sindicato dos Restaurantes, Bares e Similares (Sindibares). Sempre evitamos repassar esse aumento para o cliente, para não pesar nesse momento de crise e nosso consumo não cair”.

Na semana passada, a Ambev anunciou que não pretende reajustar novamente os preços das cervejas, como normalmente acontece nessa época do ano. A produtora pretende modificar os preços depois da pandemia da Covid-19, quando também espera um aumento da produção com a abertura de uma nova fábrica em Minas Gerais.

O presidente do Sindibares disse também que os estabelecimentos se esforçam para não aumentar o valor da carne que é consumida no local ou entregue no marmitex.

Imagem ilustrativa da imagem Carne e cerveja com preços que assustam os consumidores
|  Foto: Divulgação

“A decisão de repassar ou não esses aumentos para os clientes varia muito, de acordo com cada local. Dentro da nossa possibilidade financeira, sempre tentamos absorver o máximo desse reajuste, mas nem sempre isso é possível”, lamentou.

O prejuízo sobra para os estabelecimentos menores. “Os maiores negócios, incluindo as redes, conseguem segurar o preço com mais facilidade, e os estabelecimentos menores acabam tendo que cobrar mais”, completou Vervloet.

Alta só deve parar em 2021

Enquanto o valor do dólar estiver alto, os produtos que são cotados na moeda estrangeira vão continuar caros, segundo a economista Arilda Teixeira.

“O aumento da taxa de câmbio, que está desenfreado há mais de três meses, encarece a produção. Arroz, carne, soja, milho e trigo, por exemplo, continuam subindo”, observou. “O produtor vende para fora do Brasil, e o País fica desabastecido, obrigando os empresários a aumentarem os preços.”

A especialista estima que a inflação só deve se normalizar em 2021. “As produções que foram interrompidas durante a pandemia vão se recuperar a partir do início do ano que vem, gerando mais empregos e movimentando a economia. A vacinação contra a Covid-19 vai ajudar a baixar a taxa de câmbio, dando um fim a essa incerteza geral do mercado. Baixando o dólar, os preços voltam a cair”.


Análise - Ricardo Paixão, economista


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Ricardo Paixão, economista |  Foto: Divulgação

“O ideal é que o governo federal trace estratégias e faça intervenções para ajudar a conter essa inflação. Porém, acredito que a solução não é aumentar a taxa de juros.

A taxa Selic está baixa, sim, mas seu crescimento não iria representar uma solução eficiente, porque essa inflação não foi causada somente pela alta procura pelos produtos.

Precisamos de ações para fazer com que os preços se estabilizem. O governo poderia reduzir impostos de importação de produtos alimentícios, utilizando o imposto trazer carne de outro país e acirrar a concorrência. Isso forçaria o mercado a reduzir os preços.

Incentivar a importação dos produtos da cesta básica do brasileiro, como carne, arroz e óleo de soja, teria um efeito mais rápido para o mais pobre, principal prejudicado pela inflação”.

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