Campeonato Português recomeça com missões para capixabas
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Depois do Campeonato Alemão, outra importante liga europeia de futebol retorna nesta quarta-feira (03) com uma difícil missão para um capixaba. Parado desde o dia 12 de março por causa da pandemia do novo coronavírus, o Campeonato Português (Primeira Liga) recomeça com o Porto na liderança, com 60 pontos, um a mais que o vice-líder Benfica.
Mas é na parte de baixo da tabela que o capixaba Willyan Rocha precisa se preocupar. Restando 10 rodadas para o fim, o zagueiro revelado pela Desportiva Ferroviária — onde foi campeão capixaba em 2016 — vai tentar ajudar o Portimonense a se livrar do rebaixamento.
O clube da cidade de Portimão ocupa a 17ª e penúltima posição, com apenas três pontos à frente do lanterna Desportivo Aves e com seis pontos a menos que o primeiro time fora da zona da degola, o Paços de Ferreira, 16º colocado. A Primeira Liga tem 18 equipes e as duas últimas são rebaixadas.
Nesta quarta-feira (03), o Portimonense recebe o 10º colocado Gil Vicente no jogo que marca o reinício da competição, às 15 horas (19 horas no horário de Portugal), pela 25 ª rodada, no Estádio Municipal de Portimão. Willyan deve ser titular da equipe que tem no elenco 15 brasileiros, além do colombiano Marlos Moreno, atacante que não deixou saudades no Flamengo, onde jogou em 2018.
“Será muito importante começar com uma vitória para irmos em busca da permanência na primeira divisão. Esse período (sem jogos) nos fortaleceu e voltaremos mais forte”, acredita o zagueiro de 25 anos e 1,92 metro, natural de Muniz Freire.
O Portimonense voltou aos treinos no dia 4 de maio, mas apenas há duas semanas os jogadores começaram a treinar juntos, com contato físico. Os atletas são submetidos constantemente aos testes de Covid-19. Os mais recentes foram realizados no último domingo e todos deram negativo.
O futebol português retorna com portões fechados e seguindo protocolo estabelecido pela Direção Geral de Saúde do governo. Portugal é um dos países europeus que melhor lidaram com a pandemia, com 32.895 mil casos confirmados e 1.436 mil óbitos.
"Mês de muito trabalho"
TRIBUNA ONLINE — Foi um mês de treino até o reinício do Campeonato Português. Foi tempo suficiente para recuperar a forma física? Quais cuidados o clube tomou?
WILLYAN ROCHA — Sim, foi um mês de muito trabalho para voltarmos melhor possível. Treinamos em grupos separados e em mais ou menos duas semanas que estamos a treinar juntos. Fazemos exames do coronavírus frequentemente. Todos os cuidados são fundamentais para o retorno em segurança.
O Portimonense tem 15 brasileiros no elenco. Evitar o rebaixamento seria importante para a carreira de vocês na Europa?
Temos consciência da situação, mas temos também em mente que podemos e vamos fazer de tudo para manter o time na elite. O time não caindo é bom para todos.
Na 22ª rodada, você foi titular como volante contra o líder Porto no Estádio do Dragão e o Portimonense perdeu por 1 a 0 com gol sofrido aos 43 minutos do segundo tempo. Foi a derrota mais amarga?
Sim. Jogamos muito bem e individualmente fiz uma excelente partida. Não esperava que nos últimos minutos levaríamos o gol.
Antes de ir para Portugal em 2017 (ele também defendeu o Cova da Piedade na segunda divisão), você passou pelo Sub-20 do Flamengo e pelo time B do Grêmio. Sonha em retornar ao futebol brasileiro e ter outra oportunidade em um grande clube, agora mais experiente?
Sonho sim em voltar, mas estou muito feliz no meu clube hoje.
Portimão fica em Algarve, uma região muito famosa de Portugal conhecida pelas praias. Como é viver em Portimão?
Praias lindas! Uma cidade excelente para se morar. Estou muito feliz aqui. Moramos eu e minha esposa (Rochelly).
Ainda acompanha a Desportiva? Está torcendo para o time ser campeão quando o Capixabão puder voltar?
Acompanho. A Desportiva sempre está em meu coração até por tudo o que passei, foi onde cresci, e minha maior felicidade foi jogar profissionalmente onde comecei e poder ter feito o campeonato que fiz e ter sido campeão capixaba em 2016. Torço sempre para a Desportiva ser campeã, toda minha torcida e energis positiva sempre.
Objetivo diferente para trio capixaba do Rio Ave

Além do zagueiro Willyan Rocha, do Portimonense, que briga para não cair para a segunda divisão do Campeonato Português, outros três capixabas atuam na elite do futebol de Portugal, pelo Rio Ave: O goleiro Paulo Vítor e o zagueiro Messias, naturais de São Mateus, e o lateral-direito Júnio Rocha, de Baixo Guandu.
Paulo Vítor, de 31 anos, foi campeão capixaba com o Rio Branco, em 2015, antes de se transferir para o futebol português, onde também defendeu o Varzim, da segunda divisão nacional. Messias, de 25 anos, atuava no América/MG, e Júnio Rocha, de 23 anos, já defendeu o Internacional.
A missão do trio do clube da Vila do Conde, porém, é na parte de cima da tabela. O Rio Ave faz uma boa temporada e está na quinta colocação do Campeonato Português no momento, com 38 pontos, a última posição classificatória para a Liga Europa. Dessa forma, nas dez rodadades restantes, a equipe tentará pelo menos garantir a classificação para a segunda maior competição continental de clubes europeus.
O Rio Ave entra em campo no domingo (07), para enfrentar o Paços de Ferreira, em casa, fechando a primeira rodada do retorno da Primeira Liga.
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