São Roque do Canaã: um passeio pela Capital da Cachaça no ES
São Roque do Canaã, na Região dos Imigrantes, concentra 13 dos 81 alambiques registrados em todo o Espírito Santo
No mapa do turismo capixaba, São Roque do Canaã está na Região dos Imigrantes. Distante 100 quilômetros de Vitória, não é à toa que tem o título de Capital Estadual da Cachaça: concentra 13 dos 81 alambiques registrados em todo o Espírito Santo e é o sexto município brasileiro que mais produz a bebida.
Esse cenário é propício para o turismo de experiência. Na cidade, mais do que beber cachaça, os visitantes conhecem as histórias que existem por trás delas.A história do Afonso Locatelli, por exemplo, é daquelas que dá para ouvir várias vezes, de tão agradável que é o empreendedor, que em 2007 fundou a Cachaçaria Arte Suprema, em São Bento.
“Eu sou cachaceiro de nascimento. Quando nasci, meu pai já tinha alambique. Cresci, estudei, trabalhei com produção de tonéis de madeira e, com minhas andanças pelo Brasil, aprendi e resolvi produzir cachaça”, conta.
A iniciativa deu certo. Hoje, a Arte Suprema tem medalhas de ouro e prata, conquistadas em competições nacionais. “Mas a minha maior premiação é receber as pessoas. Os turistas vêm, degustam nossas cachaças e ouvem um pouco de história. Além disso, podem conhecer todo o processo de produção”, destaca Afonso.
O Alambique Caipira, em São Dalmácio, tem 50 anos de tradição. O Marco Aurélio Casotti representa a terceira geração da família à frente do negócio.
“Aqui, produzimos cachaças vendidas no Espírito Santo e em estados vizinhos e temos planos de expandir para todo o Brasil. Além disso, atendemos os turistas, que podem ver nossa produção”, cita.
Em São Jacinto, a Destilaria Vapore Isabella proporciona uma experiência que mistura a história da colonização de São Roque do Canaã, a produção de cachaça artesanal e uma imersão em um mundo de sabores. Isso tudo em um cenário que oferece belas paisagens e conexão com a natureza.
Vapore Isabella era o nome do navio que, em 1877, trouxe da Itália a família dos proprietários, os irmãos Juliano e Kamila Roldi.
“Nosso processo de produção é todo artesanal, feito em alambique de cobre e de forma a preservar todas as características boas da cachaça”, explica Juliano.
Os visitantes, além de degustarem e comprarem cachaças envelhecidas em barris de carvalho e amburana, entre outros, têm, no restaurante, uma verdadeira experiência gastronômica. “A grande procura do público prova que estamos certos em acreditar no potencial turístico de São Roque do Canaã”, comenta Kamila Roldi.
Turismo religioso
No centro de São Roque do Canaã, a Igreja Matriz da Paróquia São Roque é um atrativo religioso. Conta a história que, no século XIX, uma grave epidemia atingiu os colonos, imigrantes italianos, que rezaram para São Roque, protetor contra enfermidades, pedindo a cura.
Diante da graça alcançada, deu-se início à devoção ao santo, cuja imagem foi colocada em um oratório. O terreno onde foi erguido o oratório hoje abriga a Igreja Matriz da Paróquia São Roque, criada oficialmente em agosto de 1954. O templo fica aberto à visitação diariamente, das 7 horas às 17 horas. Às quartas e aos sábados, tem missa às 19 horas. Aos domingos, a missa é celebrada às 8 horas.
Cultura transmitida de forma lúdica em livros
Crianças e adultos podem aprender, de forma lúdica, sobre a história e a cultura de São Roque do Canaã. Nos livros “Zunzuncito e os três carneirinhos da pedra misteriosa” e “Zunzuncito em As descobertas”, a pedagoga e escritora Brenda Stefenoni da Silva Mafioletti usa histórias cativantes e acessíveis às crianças para ensinar sobre o valioso patrimônio natural e cultural do município. “Nos livros, elas veem, por exemplo, que os indígenas foram os primeiros habitantes da região e influenciaram a cultura local por meio de seus saberes sobre natureza, agricultura e biodiversidade. Também cito alguns atrativos de São Roque do Canaã, como a Pedra dos Três Carneirinhos”, conta.
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