Santa Maria de Jetibá preserva cultura, idioma e arquitetura pomerana
O município, na região serrana do Espírito Santo, preserva costumes, arquitetura e até idioma dos colonizadores
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Quem visita Santa Maria de Jetibá, a apenas 80 km de Vitória, surpreende-se ao encontrar um pedacinho da Europa enraizado na serra capixaba. O município é um dos mais autênticos guardiões da cultura pomerana no Brasil, preservando tradições, arquitetura e até o idioma de um povo que já não existe mais oficialmente no mapa europeu.
Vindos da antiga Pomerânia — região que ficava entre a Alemanha e a Polônia — os imigrantes chegaram ao Espírito Santo no século XIX e transformaram a cidade em um reduto cultural. Hoje, andar pelas ruas de Santa Maria é como fazer uma viagem no tempo: o pomerano é falado com orgulho pelos moradores e é até ensinado nas escolas. O idioma, aliás, é co-oficial no município.
No coração da cidade, o Monumento ao Imigrante Pomerano homenageia os primeiros colonizadores, que enfrentaram desafios com coragem e ajudaram a construir a identidade local. E para quem quer mergulhar ainda mais na história, o Museu da Imigração Pomerana é parada obrigatória.
Aberto de terça a domingo, com entrada gratuita, o museu encanta com suas réplicas de casas pomeranas típicas, objetos antigos e relíquias como o vestido de noiva pomerano: preto com faixa verde. Uma das histórias sobre a cor inusitada diz que representava o luto e o protesto da noiva, cuja primeira noite deveria ser com o senhor feudal. Essa versão, entretanto, serve hoje mais como lenda, mas, ainda assim, encanta e intriga .
“A versão que prevalece é que a escassez de tecido tornava necessário ser uma cor que pudesse ser usada em outras ocasiões. E a faixa verde simbolizava a esperança de que a nova família que estava se formando desse certo”, explica o subsecretário de Cultura e turismo de Santa Maria de Jetibá, Hildersom Jacob.
Os casamentos pomeranos ainda são realizados na cidade e chamam atenção pelos três dias de festa e todos os rituais da cerimônia que são preservados.
Além da língua e dos costumes, a arquitetura também chama atenção. A técnica enxaimel, com estruturas de madeira formando desenhos geométricos, decora muitas construções da cidade, mantendo viva a estética dos antigos vilarejos europeus.
Em Santa Maria de Jetibá, a Pomerânia continua viva e cheia de histórias para contar. Um destino que vai muito além do turismo: é uma imersão em memória, tradições e identidade. É encher a bagagem de conhecimento!
Capital Nacional do Ovo

Estátuas de galinha compõem o cenário urbano, em Santa Maria de Jetibá. E não é à toa. O município se destaca pela produção de ovos e é chamado de Capital Nacional do Ovo. O Monumento em Homenagem à Avicultura, no Centro, é um atrativo eternizado nas fotos dos turistas.
Belas paisagens

Distante cinco quilômetros do Centro, o Horto Municipal de Santa Maria de Jetibá proporciona conexão com a natureza, momentos de lazer em família, com espaços propícios para piquenique, e cenários para belas fotos. Ele fica em Alto Recreio e possui uma área de 32 hectares destinada à produção de mudas nativas, ornamentais e exóticas, que são usadas para embelezar praças e jardins do município. Além disso, serve como centro de educação ambiental. O Horto pode ser visitado diariamente, das 7h30 às 17 horas.
Outra paisagem para contemplar no município é a Barragem do Rio Bonito. São 22 quilômetros de extensão, com água usada para abastecer até municípios da Grande Vitória. Apesar do potencial, o turismo no local ainda não é explorado.
Para levar uma lembrança da cidade

Quem gosta de levar para casa recordações dos destinos que visita encontra em Santa Maria de Jetibá um lugar propício para adquirir lembranças da cidade. A Casa do Artesão, no Centro, reúne uma variedade de itens feitos por cerca de 20 artesãos locais. Por lá, a Vânia Pansini e a Rosimari Holz atendem com simpatia os visitantes. A Casa do Artesão abre de segunda a sexta, das 7h30 às 17 horas, e aos sábados, domingos e em feriados, das 9 horas às 16 horas.
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