Fé, cultura e histórias curiosas em Nova Venécia
A 260 quilômetros de Vitória, a cidade possui atrativos que enchem de conhecimento a bagagem de quem escolhe visitá-la

Passear em Nova Venécia, no Noroeste do Espírito Santo, é vivenciar um misto de tradição, cultura e fé. Localizada a 260 quilômetros de Vitória, a cidade tem histórias que deixam o roteiro atrativo e enriquecedor.
O município teve origem no Núcleo Colonial de Nova Venécia, fundado em 1892 para receber os colonos vindos da região do Vêneto, no Norte da Itália.
E foi justamente o nome Nova Venécia que motivou uma das histórias mais curiosas contadas a quem visita a cidade. Em 1924, chegou ao Porto de Vitória uma caixa de madeira com uma escultura de um leão alado de bronze endereçada a Nova Veneza – América do Sul. Concluiu-se, à época, que o destino era Nova Venécia.

“A escultura, na verdade, deveria chegar a Santa Catarina, onde, em 1891, iniciou-se a colonização do que hoje é a cidade de Nova Veneza. Na década de 1920, Nova Veneza estava construindo uma nova igreja para servir de matriz. O leão alado de São Marcos foi enviado da Itália para ser colocado na fachada do templo”, explicou o historiador Rogério Piva.
A escultura, entretanto, ficou pelo caminho e motivou a devoção a São Marcos em Nova Venécia.
“O leão alado foi recebido com festa e missa, e os pobres imigrantes, por um momento, acreditaram que o governo italiano havia se lembrado deles, mas tudo não passou de um grande mal-entendido. Quando o povo de Nova Veneza, em Santa Catarina, descobriu o ocorrido, quis buscar à força a escultura, mas concluiu que daria muito trabalho. Fizeram uma nova solicitação ao governo italiano e receberam outra escultura”, conta.
Hoje, o leão alado de bronze, que há 101 anos chegou por engano, está na fachada da Igreja Matriz de São Marcos, no Centro.
“A história poderia ser trágica, mas acabou se tornando um episódio engraçado”, comenta Piva.

Outra história curiosa envolvendo fé e espiritualidade em Nova Venécia conta sobre a origem do Santuário da Mãe Peregrina, ponto turístico religioso da cidade.
Em 1995, guiado por sonhos e pela aparição de Nossa Senhora, Geraldo Deodato, morador da cidade, com um grupo de devotos, foi até o local revelado para o nascimento do Santuário Nossa Senhora Mãe Peregrina: a Gameleira, uma árvore centenária, com mais de 15 metros de altura, em cujas raízes foi colocada uma imagem da Mãe Peregrina.
Ela é o ponto de partida para uma escadaria com mais de 350 degraus, que dá acesso à capela construída no alto de uma pedra e que atrai fiéis de diversos lugares.
Aventura na Pedra do Elefante

Tem gente que gosta de brincar de descobrir figuras nas nuvens. Em cidades com formações rochosas, dá para fazer isso nas pedras. Quem passa pela rodovia ES-381, conhecida como Rodovia do Café, em Nova Venécia, consegue enxergar o formato de um elefante na pedra que, justamente por isso, recebeu o nome de Pedra do Elefante. Mais do que um cartão-postal da cidade, é um atrativo turístico, onde os mais aventureiros podem fazer trilha no meio da mata e chegar ao topo da pedra. Também dá para ir de carro por uma estrada que leva até um ponto do caminho e, em seguida, continuar o percurso a pé. Segundo a prefeitura, existe plano para melhorar o acesso ao atrativo.
Melhor padeiro das Américas

Quem visita Nova Venécia tem a oportunidade de saborear os pães feitos pelo melhor padeiro das Américas. Na padaria Salute, no centro da cidade, o chef padeiro João Carlos Butske coloca em prática o talento que o levou a ficar entre os quatro melhores do mundo, em concurso realizado pela International Union of Bakers and Confectioners (UIBC), entidade que representa a comunidade global de panificação e confeitaria. Ele uniu a paixão pelos pães de fermentação natural e a cultura do Espírito Santo para criar o “pão torta capixaba”, a delícia que conquistou o júri. Difícil é entrar na Salute e, entre tantos quitutes “de comer com os olhos”, escolher um só!
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