Bullying de Bolsonaro foi demais para Teich
Foi uma sequência inédita de humilhações públicas em prazo curto de apenas 28 dias, um recorde, até que o ex-ministro da Saúde Nelson Teich desistiu.
Ele não suportou o aviso do Presidente de que na sexta-feira mudaria o protocolo do Ministério da Saúde para tratamento de Covid-19. Ou mudaria o ministro. Na véspera, Bolsonaro se referiu a Teich aportuguesando seu sobrenome, como claro sinal de menosprezo.
Ninguém merece
Nelson Teich passou vexame ao ser informado por jornalistas, e não pelo Presidente, sobre o decreto alterando a lista dos serviços essenciais.
Relutância silenciosa
A impaciência de Bolsonaro teve um único motivo: a recusa do Ministério da Saúde de adotar a cloroquina para tratamento de Covid-19 no SUS.
Ministério virou quartel
Teich não gostou, mas não reclamou, da ocupação dos cargos-chave por militares levados pelo secretário-executivo, general Eduardo Parzuello.
Sem ressentimentos
Apesar do bullying, Teich saiu do cargo de maneira elegante, sem mágoas do Presidente, a quem inclusive agradeceu a oportunidade.
“Números falam”
e Brasil está melhor que críticos
O ex-ministro, Luiz Mandetta tem se associado aos que preveem “o caos” no Brasil, devido ao coronavírus, repetindo que “números falam por si”. A opinião pública tem sido conduzida a embarcar na onda de o Brasil faz o pior combate à pandemia. Essas pessoas ignoram que a evolução da doença, comparada aos Estados Unidos, Espanha, Itália, Reino Unido e França, está mais controlada no número de casos e na quantidade de óbitos confirmados. Os números, como se diz por aí, falam por si.
Muito melhor
O Brasil levou 43 dias para passar de mil a 100 mil casos. Foram 16 nos EUA, 23 na Espanha, 30 na Itália, 31 na França e 33 no Reino Unido.
Melhor ainda
Foram 42 dias das 100 às 10.000 mortes confirmadas aqui. Na Espanha, foram 19 dias. Os EUA levaram 20, França e Reino Unido 23 e Itália 24.
Ainda em aberto
Só França, EUA e Reino Unido tiveram mil mortes em um dia, 46, 40 e 33 dias após o primeiro óbito, respectivamente. O Brasil está no 61º dia.
Transferência
Tanto quanto João Doria (PSDB) em São Paulo, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), sempre dá um jeito de transferir para o governo federal as razões do aumento de casos de Covid-19 no estado.
Juiz mandou bem
Após examinar ação judicial repleta de “memes”, o juiz da 3ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo extinguiu o processo sem avaliar o mérito. E mandou o engraçadinho para o Conselho de Ética da OAB.
Lucro falou mais alto
A notícia de que o fundo soberano norueguês não investirá mais na Vale recebeu tratamento de escândalo, mas as ações da mineradora, que matou o rio Doce e centenas de pessoas, subiram 2,7% na quinta.
Virada histórica
O pernambucano Paulo Henrique Costa comanda uma virada histórica no Banco de Brasília (BRB), que preside. Após o lucro inédito de R$ 412 milhões em 2019, registrou R$ 107,6 milhões de resultado positivo já neste primeiro trimestre, 64% a mais que no mesmo período de 2019.
Denúncia grave
O deputado JHC (PSB) denunciou que o governo de Alagoas, apenas atualizou os dados e, na verdade, não comprou um respirador sequer para socorrer os doentes de Covid-19. São os “respiradores de papel”.
Interessante
“Se você estiver em boa forma, provavelmente vai ficar bem. Por que nós vamos dissuadir pessoas a ficar em forma?”. A pergunta não é de Bolsonaro, mas do governador da Flórida (EUA), Ron DeSantis (foto), sobre reabrir as academias de ginástica no seu estado.
E-commerce em alta
Pesquisa da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico revelou que o isolamento aumentou as vendas pela internet em 47% no mês de abril e também elevou o valor médio gasto nas compras em 18%.
Decisão macro
O advogado Rodrigo Nahas não vê a decisão do STF como liberdade para estados e municípios ignorarem o decreto presidencial. Para ele, o STF tratou “da quarentena como um todo, salvo atividades essenciais”.
Pensando bem...
...sem funcionar, Senado e Câmara são um congresso de poetas.
Poder sem pudor
Vaias inesquecíveis
No final dos anos 1970, Paulo Maluf chegou acompanhado de Cláudio Lembo, candidato da Arena a senador, a uma festa no ginásio Ibirapuera, em São Paulo. Foram recebidos com uma vaia inesquecível, totalmente dedicada a Maluf.
No dia seguinte, ele ligou para o organizador da festa: “Que vaia, hein?”. O camarada tentou explicar: “Pois é, doutor Paulo, queria pedir desculpas. A gente não esperava...” Maluf cortou: “Não se incomode com isso, esse Lembo não tem mesmo prestígio nenhum. Se eu soubesse que era ruim de povo, não teria ido com ele...”