Turista canadense denuncia golpe do ‘boa noite, Cinderela’ no Rio: ‘Acordei dois dias depois’
Um canadense relatou ter sido drogado, roubado e abusado sexualmente em Ipanema, no Rio de Janeiro. Em um vídeo publicado nas redes sociais, Cameron Golinsky, 35 anos, contou que está sem acesso ao e-mail e às contas bancárias e ainda não sabe estimar qual é o seu prejuízo.
Segundo ele, o caso teria acontecido no dia 26 de outubro. Golinsky estava em um bar quando dois homens se aproximaram e o convidaram para tomar uma cerveja. Como isso já havia acontecido outras vezes, o canadense contou não ter suspeitado. Pouco depois, Golinsky sentiu que, apesar de ter bebido pouco, estava embriagado.
Golinsky contou que os suspeitos o forçaram a levá-los até sua casa, o deixaram inconsciente e levaram todo seu dinheiro e seu telefone. “Acordei dois dias depois, nu no meu quarto, sentindo como se tivesse sido atropelado por um ônibus”, relatou. De acordo com Golinsky, evidências sugerem que ele tenha sido abusado sexualmente.
A vítima contou que realizou exames, foi medicado e que testou negativo para infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
Golinsky afirmou ainda que foi bloqueado nas instituições financeiras. Ele viajará para Los Angeles nesta terça-feira, 11, para confirmar sua identidade pessoalmente no Bank Of America e avaliar sua situação. “Espero que ainda me reste alguma coisa”, contou. No dia seguinte, Golinsky segue para Vancouver, onde passará um tempo com a família e buscará por ajuda profissional. “Neste momento, minha segurança é minha prioridade número um”, disse.
O caso foi registrado no 12ª DP (Copacabana), no dia 28 de outubro. Segundo a Polícia Civil, a vítima realizou o exame de corpo de delito. “Agentes analisam imagens de câmeras de segurança e outras diligências estão em andamento para apurar a autoria do crime”, informou a corporação.
O relato de Golinsky se encaixa na descrição do golpe “boa noite, Cinderela”, em que são misturadas substâncias químicas em bebidas oferecidas à vítima, geralmente turistas. Quando a pessoa em questão fica dopada, os criminosos subtraem seus pertences.
Em agosto, dois ingleses foram vítimas do golpe “boa noite, Cinderela” na capital fluminense. Segundo a polícia, eles perderam dois celulares e 2 mil libras (cerca de R$ 15 mil, na cotação atual). Desorientados após beber caipirinhas misturadas com produtos químicos oferecidos por três mulheres, eles foram abandonados na praia de Ipanema e socorridos por um entregador de pão.
Um mês depois, um turista argentino foi encontrado morto no Rio, possivelmente vítima do mesmo golpe.
Em março deste ano, a Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu a chefe de uma quadrilha que aplicava o golpe “boa noite, Cinderela”. Conforme as investigações, o grupo criminoso está envolvido na morte de um turista colombiano, ocorrida em outubro. Ele foi drogado e levado para a comunidade Parque União, no Complexo da Maré. Na ocasião, o turista passou mal após ingerir as drogas e morreu. Segundo a polícia, os criminosos fizeram compras com o cartão da vítima já morta.
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