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Brasil

Sempre vem um hater dizer que não estou no meu lugar, diz passista plus size

Geórgia Chagas já deixou de desfilar por conta dos ataques gordofóbicos, mas agora se sente mais forte


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Imagem ilustrativa da imagem Sempre vem um hater dizer que não estou no meu lugar, diz passista plus size
Geórgia Chagas participou do concurso "Rei Momo e Rainha do Carnaval 2024" |  Foto: Reprodução/Instagram

Geórgia Chagas, 22, tem samba no pé, e também o que no Rio de Janeiro muita gente chama de "tufões no quadril". Dança demais. Determinada, entrou muito cedo para a ala mirim da escola de samba Caprichosos de Pilares com o sonho de ser rainha de bateria, fazer shows, dar aulas e workshops de samba. Enfim, ser uma passista profissional.

À medida em que ia crescendo, Geórgia ganhou mais curvas e também alguns quilos extras, mas nada que chegasse a incomodá-la. Só que ela começou a ouvir "conselhos" e "avisos" de que deveria "se cuidar" mais para não sair do padrão de beleza dominante nas quadras: passistas com cinturas finas, coxas grossas e abdominal definido.

"Fui vítima de gordofobia há nove anos. Na época, não tive essa consciência mas, hoje, eu tenho", diz a assistente de administração. Pressionada, não conseguia emagrecer. Os "conselhos" e "avisos" viraram ataques pesados, que já lhe causaram muita dor.

"Estava sofrendo demais e busquei ajuda de psicólogos. Primeiro, em uma clínica da família e, hoje, a empresa de turismo em que trabalho tem um programa voltado para o acompanhamento psicológico por um valor acessível", conta.

Geórgia já deixou de desfilar por conta dos ataques gordofóbicos, mas se sente mais forte. Tanto que decidiu participar do concurso "Rei Momo e Rainha do Carnaval 2024", organizado pela prefeitura do Rio e pela Riotur (Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro).

Não chegou às finais, mas a sua participação foi um das mais comentadas. Ela defendeu o azul e branco da tradicional escola de samba Em Cima da Hora, da Série Ouro, que desfila na Sapucaí em 2024 no sábado, 10 de fevereiro.

"Fico feliz de saber que muitas mulheres se sentiram representadas por mim. As mensagens de apoio que ainda recebo são mais potentes e libertadores para mim do que os ataques. Sempre vem um hater me dizer que não estou no meu lugar. Diariamente", diz, para logo completar: "Estou sim. O carnaval é para todos e é importante que todo mundo saiba disso. Essa coisa de corpos padrões não cabem mais na nossa sociedade", diz Geórgia, que vai desfilar também pela Portela pelo Grupo Especial do Carnaval carioca na segunda, 12 de fevereiro.

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