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Brasil

Queda fatal revela o perigo da sarcopenia em idosos: o caso de Agnaldo Rayol

Especialistas falam sobre as principais causas de quedas e os cuidados preventivos


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Imagem ilustrativa da imagem Queda fatal revela o perigo da sarcopenia em idosos: o caso de Agnaldo Rayol
Agnaldo Rayol tinha 86 anos |  Foto: Reprodução/Instagram/@agnaldorayoloficial

A morte do cantor Agnaldo Rayol, aos 86 anos, após um acidente em sua casa, em Santana, Zona Norte de São Paulo, nesta segunda-feira (4), destaca um problema crescente entre idosos: a vulnerabilidade às quedas, um risco que pode ser fatal e exige cuidados preventivos.

Com o avançar da idade, atividades cotidianas como levantar-se da cama, tomar banho ou ir ao supermercado tornam-se desafiadoras, especialmente para quem sofre de sarcopenia, a perda de massa muscular que compromete força e equilíbrio, aumentando o risco de quedas e lesões graves.

A sarcopenia é um dos principais fatores que contribuem para o aumento das quedas em idosos, gerando impactos que vão de fraturas e internações hospitalares a casos fatais, como o de Rayol. Dados do Ministério da Saúde revelam que cerca de 40% dos idosos com 80 anos ou mais sofrem quedas anualmente, muitas vezes com consequências severas.

Cerca de 40% dos idosos sofrem quedas todos os anos

O médico ortopedista Leonardo Monteiro, especialista em joelho e membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, alerta sobre a gravidade das quedas em idosos. 

A gente observa na literatura que, após os 80 anos, 40% dos idosos sofrem quedas todos os anos. E, em casas de repouso, essa frequência pode chegar a 50% Leonardo Monteiro, Ortopedista especialista em cirurgia do joelho

Segundo Monteiro, idosos com condições como osteopenia e osteoporose, que tornam os ossos mais frágeis, estão particularmente expostos a fraturas, o que pode resultar em perda de mobilidade e independência.

“Em alguns casos, as quedas podem ser fatais, como ocorreu com o cantor Agnaldo Rayol, que sofreu um trauma crânio-encefálico e complicação cardiorrespiratória após bater a cabeça”, explica.

O ortopedista destaca ainda que a atenção aos idosos deve ser redobrada, especialmente por conta do uso de medicamentos que podem afetar o equilíbrio. “Idosos têm musculatura mais fraca, problemas de audição, visão comprometida e reflexos mais lentos”, observa.

Para tornar o ambiente mais seguro, Monteiro recomenda a eliminação de riscos domésticos, como tapetes escorregadios, e a instalação de corrimãos e iluminação adequada. “É essencial que eles façam exercícios de fortalecimento e equilíbrio, revisem a acuidade visual e tenham acompanhamento médico para evitar quedas decorrentes de hipotensão postural, que ocorre quando se levantam rápido demais”, aconselha.

Sobre o equilíbrio e alterações fisiológicas no envelhecimento

A fisioterapeuta Juliana Arteiro Pontes, especializada em fisioterapia ortopédica e esportiva, complementa: "Estudos mostram que a fraqueza muscular é um dos principais fatores que ocasionam quedas no idoso, relacionada à falta de equilíbrio e alterações fisiológicas do envelhecimento.”

Juliana sugere acompanhamento fisioterapêutico regular para fortalecer a musculatura e manter o equilíbrio, com programas específicos para idosos e suporte médico. 

Para evitar a fraqueza muscular no idoso, o ideal é ter um acompanhamento fisioterapêutico associado a um programa de exercícios específicos para idosos, por meio da fisioterapia motora e com auxílio médico para acompanhamento de outras condições que podem gerar a fraqueza muscular ou a falta de equilíbrio, sendo necessário as vezes o uso de medicamentos adequados para cada caso específico devido a alguma condição neurológica específica. Juliana Arteiro Pontes, Fisioterapeuta especializada em fisioterapia ortopédica e esportiva

Ela ainda sugere: “O ideal é adaptar o ambiente do idoso às suas condições físicas, instalando barras de apoio, utilizando andadores e bengalas para dar maior suporte ao seu andar e melhorar sua qualidade de vida”.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), por sua vez, também aponta que aproximadamente 47% dos brasileiros são sedentários, não atingindo o nível mínimo de atividade física recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o que agrava o risco de quedas.

“A prática de exercícios físicos também remove o colesterol ruim (LDL) e diminui o nível de glicose no sangue, melhorando a saúde das artérias e a circulação sanguínea”, reforça a cirurgiã cardiovascular  Manuella Muniz, destacando a importância da atividade física para a saúde global dos idosos.

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