Que é a mulher de cantor sertanejo suspeita de lavar dinheiro para o PCC
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A empresária Jaqueline Maria Afonso Amaral, casada com o cantor sertanejo Diego, da dupla Henrique e Diego, foi um dos alvos de uma operação promovida nesta quinta-feira, 21, pela Polícia Federal e outras instituições em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Ela não foi presa, mas teve carros e celulares apreendidos e dinheiro bloqueado devido a ordens judiciais de busca e apreensão. A polícia acusa Jaqueline de praticar lavagem de dinheiro para a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
Em nota divulgada à imprensa, a defesa de Jaqueline afirmou que ela “recebeu com surpresa diligência de busca e apreensão na sua residência, sob pretexto de investigação de supostas relações com integrantes de organização criminosa, de vez que se separou e se afastou de seu ex-companheiro há vários anos, tendo constituído outro núcleo familiar”.

Segundo a nota, Jaqueline “mantém atividade empresarial lícita e regular, não tendo nada a esconder de autoridades”, e “entregou seu telefone celular, fornecendo senha de acesso, considerando que nada há de ilícito no seu conteúdo”. Seus defensores concluem: “A defesa técnica, assim que tiver acesso ao processo, poderá esclarecer com mais propriedade as circunstâncias que levaram ao equívoco” de tornar Jaqueline alvo da operação.
Jaqueline é ex-mulher de Júlio César Guedes de Morais, conhecido como Julinho Carambola, apontado pela polícia e pelo Ministério Público de São Paulo como um dos principais parceiros do líder do PCC, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola. Carambola foi condenado a 168 anos de prisão por diversos crimes, segundo a polícia.
Em 2021, Jaqueline começou um relacionamento com o cantor Diego Barros e hoje, segundo a polícia, atua como empresária de cantores sertanejos.
Segundo a investigação, porém, Jaqueline ainda tem ligação com o PCC, para o qual faz lavagem de dinheiro. Ela recebe dinheiro, que circula por diversas contas bancárias para dificultar o rastreamento e a identificação da origem criminosa, acusa a polícia. Entre 2018 e 2022, ela teria recebido quase R$ 3 milhões em suas contas, e ficou com dinheiro suficiente para sustentar uma rotina bastante luxuosa, diz a polícia.

Por ordem judicial, nesta quinta-feira foram bloqueados R$ 2,7 milhões que estavam em contas da empresária e de outros envolvidos no esquema.
As ordens de busca e apreensão foram cumpridas em uma casa na Vila Nhanhá, onde a Polícia Federal apreendeu um carro que oficialmente pertence à mãe de Jaqueline. Outro veículo, de luxo, foi apreendido em um condomínio na saída para a cidade de Três Lagoas.
A operação, chamada Fruto Envenenado, foi realizada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado em Mato Grosso do Sul (Ficco/MS), que é composta pela Polícia Federal, Polícia Militar do Mato Grosso do Sul (PM-MS), Polícia Penal Estadual (Agepen) e Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).
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